Esta cadelinha foi resgatada em condições muito tristes. Havia sido acometida por uma grave sina, responsável pela morte e sofrimento de muitos lobos dos tempos atuais. Havia “caído em mãos erradas”.
Foi resgatada por protetores e levada para a Cão Viver. A história da Mel precisa ser divulgada, pra mostrar às pessoas que a adoção de um cão adulto é tão prazerosa quando a adoção de um filhote.
Não é verdade que cães adultos não se acostumam, são bravos e não podem ser ensinados.
Ao contrário. Quem já viu a gratidão nos olhos de um lobo adulto, a alegria de serem adotados e de ganharem uma casa, sabe do que são capazes. Eles se afeiçoam a quem os escolheu e, em questão de minutos (na maioria das vezes é instantâneo), já são os mais fiéis e carinhosos animaizinhos de estimação.
Não temos registro de alguém que goste de cães e tenha se arrependido de adotar um cão adulto. Os relatos são sempre os melhores e mais emocionantes.
Transcrevemos o relato que recebemos da Cláudia, contando como foi a adoção da Mel e como ela está hoje, dois anos após a adoção.
Nós tínhamos um poodle que morou conosco por dez anos, até morrer. Daí decidimos não ter mais cães, pois nossos filhos estavam crescidos. Mas, em Agosto de 2009, resolvemos que a casa estava vazia e seria bom ter um cão como companhia, uma vez que nossos filhos já não moravam mais conosco.
Eu, que já tinha visto muita coisa sobre cães abandonados, decidi que queria ADOTAR um cão.
Começamos a procurar e um colega do serviço do meu marido disse que a esposa dele fazia trabalhos voluntários numa ONG aos sábados. Pedimos o endereço e chegamos à Cão Viver, onde fomos muito bem atendidos.
Pedimos um cão de porte médio e bastante calmo. A resposta que ouvimos foi: “tenho o cão ideal para vocês”.
E me trouxe a Brisa. Assim que ela deitou no meu colo (já banhada e com lacinhos nas orelhas), ficou me olhando no fundo dos olhos, quietinha. Mesmo achando que ela era maior do que desejávamos, me apaixonei na hora. Era ela mesma que eu queria.
Tiramos fotos com o pessoal da ONG (a Marisa chorando, pois imagino como é não saber o destino do cão que vocês receberam de maus-tratos e trataram com tanto carinho), e viemos pra nossa casa, a qual é bem grande e tem um terreno de mais de 2 mil metros quadrados, todo cercado.
O nome recebido na ONG (Brisa) foi trocado. Ela passou a se chamar Mel, nome mais adequado, tanto pela cor quanto pelo temperamento.
A Mel chegou com muitos medos. Medo de tudo o que é diferente, medo de barulhos, medo de “homens”. Isso mesmo, ela tem medo de homens em geral. Talvez algum a tenha maltratado e ela ficou traumatizada.
Porém, com o tempo (em Setembro fez dois anos que ela está conosco), ela foi conhecendo nossos amigos, o jardineiro, meu filho, marido e com esses ela age tranquilamente. Mas, se chega um estranho, ela ainda não vai ao encontro pra brincar, como faz com todo mundo.
Ela é MUITO obediente e me segue onde quer que eu vá. Ela até tem ciúme quando eu e meu maridos nos abraçamos. Fica pulando em nós pra nos afastar. Ela é mais chegada a mim. Sabe que fui eu quem a escolheu.
Ela já aprendeu vários truques, como dar a patinha quando a gente fala “Bom Dia”, pular pra pegar no ar os pedacinhos de queijo que a gente joga pra ela no café da manhã (e ela adora), e pôr a patinha na porta quando quer que a abramos.
Ela tem duas camas: uma ao lado da minha cama, onde passa grande parte do dia, e outra na área de serviço, onde dorme à noite. Quando escurece e ela resolve que já quer ir dormir na sua caminha da noite, ela começa a gemer e vai nos “puxando” com o olhar até a caminha dela, sempre pondo a patinha em qualquer porta que esteja fechada no caminho.
Ela chegou aqui com pouco mais de 7 quilos e agora pesa 11,7Kg. Estacionou nesse peso.
O pelo dela era marrom, como podem ver na primeira foto, exatamente do dia em que chegou aqui (nós já tínhamos até comprado caminha e brinquedinhos para ela), e com o tempo ela foi adquirindo essa pelagem branca. Nossos amigos que só a vêem de vez em quando sempre achavam estranho, pois, a cada vez que chegavam aqui, ela estava mais peluda e mais clara. Curioso também é que sua cauda era fininha e quase sem pelos e agora é super peluda, de pelos longos.
Bom, se deixar, eu fico falando da Mel por horas, pois eu a adoro. Todos nós a amamos muito. Somos muito mais felizes por ela estar conosco.
Se a Mel está feliz em sua nova casa? Este sorriso diz tudo.
Agradecemos à Cláudia por esta contribuição. E que seja ela e sua família exemplos a serem seguidos. Nos abrigos, inúmeros cães como a Mel esperam uma oportunidade, oportunidade esta que muitas vezes não chega.
Há alguns dias, contamos a história da Lana, já velhinha, que esperou anos pela adoção que não veio. Hoje, sua história está em nossa galeria “Saudade”. Morreu no abrigo, antes de conhecer “seus donos ideais”.
Mais triste é saber que estes “donos ideais” existem. Apenas estavam ocupados demais e não se deram a oportunidade de conhecê-la.
Acreditamos que todos os cães abandonados têm os seus “donos ideais”, ou então não teriam nascido. Infelizmente, a maioria desses donos ainda não sabe disso. Por isso precisamos divulgar, não apenas os casos urgentes e os pedidos de socorro, mas também os “finais felizes”, exemplos para despertar potenciais adotantes.
Temos lindas histórias em nosso site, com potencial para “despertar”. Só precisamos fazê-las chegar às pessoas certas.
Pedimos a todos que divulguem. Os animais abaixo ainda estão à procura de seus “donos ideais”.
A nós, ficou a missão de localizá-los e proporcionar o “encontro”.
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