Fofão foi jogado no lixo, ou melhor, amarrado na lixeira, para que o caminhão do lixo o levasse.
É claro que os lixeiros não fariam isso, mas também não teriam como ajudá-lo. O fofão estava ali, sem comida ou água. Afinal, se a intenção foi descartá-lo, quanto mais rápido morresse, menos sofreria.
Fofão nunca foi um cachorro de vida livre. Mesmo assim, instintivamente ele talvez saiba que muitos de seus irmãos sobrevivem na rua comendo lixo. E, pra afastar a fome, foi o que ele tentou conseguir.
Infelizmente, naquela lixeira não tinha nada. Assim que percebeu nossa movimentação, ele se animou um pouco, talvez adivinhando que sua vida iria mudar.
Ele é um Sheepdog ainda filhote. Já cresceu, mas ele mesmo ainda não sabe disso e pula feito um filhotinho de colo.
Estava infestado de carrapatos, como poucas vezes se viu.
Assim que o colocamos pra dentro de casa, ele mostrou que estava feliz. Talvez, a vida que teve até agora não tenha sido das melhores.
Fofão nos olhava com a carinha mais alegre do mundo. Pensava que tinha conseguido uma nova casa.
Infelizmente, amigo, não temos espaço em nossa casa pra tantos cachorros. E isso é o melhor que posso fazer por você.
E assim que a ficha caiu, a transformação aconteceu.
E é assim que ele precisou ficar por um tempo, em um abrigo, confinado, triste, destruído pela covardia e egoísmo de alguém que um dia o recebeu filhote, cheio de sonhos e de esperança em uma vida feliz.
O Fofão ficou internado, passou por uma série de procedimentos, foi castrado, vacinado e vermifugado. Da clínica, foi levado para um lar temporário, onde ele pôde fazer amigos.
E lá no lar temporário, mais que amigos, ele encontrou uma menina especial, que há muito anunciamos, mas quis a vida que ficasse por ali, à espera de algo muito melhor.
Elis é o nome da menina, peludinha como ele, porém mais espetada.
O Fofão estava feliz naquela casa e, se dependesse dele, continuaria ali.
Ele chegou a passar por nosso território, o que nos ajudou a testar sua socialização com outros cães.
Ele é grandão e muito estabanado. Um esbarrão mais entusiasmado na Duda a deixou brava, e ele respeitou, indicando que é um cãozinho submisso e muito sociável.
Mas o Fofão era um cãozinho muito bonzinho e precisava logo encontrar donos especiais, que enxergassem o anjo que lhe habita.
Então, em uma feira de adoções, ele encontrou a Kelly e a Alice, que ali estavam à procura de um amigo bem grande.
E pra mostrar que ele não tem cerimônia e que adora crianças, ele lascou na Alice um lambeijo bem molhado. Ela se assustou mas até que gostou.
Estávamos na expectativa pra saber como seria a recepção do Fofão por sua nova família. Kelly e Alice eram apenas uma pequena parte da família. Outros colos esperavam ansiosos pelo novo membro.
A recepção foi a melhor possível. Descobriu-se, de cara, que ele gosta de banho.
E nem havia razão pra reclamar. Afinal, toda aquela faxina pesada tinha um bom motivo. É que o Fofão, agora chamado de Will (Nome escolhido por seu novo pai, Wellington), apesar de ser um Poodle bem grandão, terá algumas regalias de Poodlinho de colo.
É isso aí, moleque. Pra ter direito a ficar dentro de casa e subir no sofá e nas camas, você terá que tomar banhos regulares. E se rolar um perfuminho, não vale espirrar.
Como ele gosta de banho, não será uma escolha difícil. O menino tirou a sorte grande. Além de um pai e uma mãe que o receberam como receberiam um filho de seu próprio sangue, ele ganhou também muitos irmãos, brinquedos e até uma casinha.
Seja feliz, amigo. Que você esqueça de vez aqueles que o amarraram naquela lixeira e que conserve o vocabulário restrito dos lobos.
Só os humanos conhecem a palavra abandono.
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