Coruja-das-torres, coruja-da-igreja, coruja-branca, rasga-mortalha, coruja-do-campanário, coruja-de-celeiro ou suindara, é uma espécie de coruja muito comum no Brasil, bastante conhecida por nidificar em torres de igrejas e locais habitados (razão de um de seus nomes comuns).
Está entre as aves mais “úteis” do mundo, no que se refere à economia do homem, pois consomem muitos roedores, principalmente nas proximidades de habitações humanas.
O nome suindara vem do tupi e significa “aquele que não come”.
E exatamente por construir ninhos em telhados é que ela se coloca em rota de colisão com seu principal predador: o homem.
Ninhos são saqueados e seus filhotes são mortos, muitas vezes por medo ou superstição.
E assim começou a história dessas quatro crianças. Para a sorte delas, não foram mortas, mas entregues às autoridades ambientais. O que ocorreu foi que elas saíram do ninho e acabaram se colocando em perigo. Gatos e cães são também problemas adicionais na vida dessas criaturas.
Três irmãozinhos foram resgatados sabe-se lá de onde ou porque. Quando chegaram ao Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama, se uniram a um desgarrado solitário, da mesma idade, também encontrado em área urbana, formando assim um quarteto fantástico.
Foram cuidados pelos veterinários e biólogos do CETAS, até atingirem uma idade e força que lhes permitisse retomar o caminho interrompido.
E quando esse dia chegou, lá estavam elas, prontas para a segunda chance.
A espécie tem hábitos solitários e a última rusga entre irmãozinhos que cresceram juntos, talvez não se repita mais, pois é provável que elas se espalhem e nunca mais voltem a se encontrar.
A espécie não tem dimorfismo sexual, de forma que não é possível saber quantos e quais eram machos ou fêmeas.
E levando nas asas a torcida de seus salvadores, lá se foram elas, cada uma em uma direção.
É certo que buscarão velhos celeiros, torres de igrejas e outros pontos urbanos, onde possam encontrar a paz que merecem.
E roedores em abundância, porque barrigas cheias não lhes farão mal.
Foram soltas no meio da tarde e ficarão por ali, penduradas em um galho qualquer, até o cair da noite, quanto finalmente elas se sentirão verdadeiramente em casa.
Um dia, as pessoas entenderão que ter um animal desse nidificando em seu telhado é um privilégio único. Entenderão a importância de preservá-las e protegê-las.
E nenhum filhote precisará ser recolhido e levado às autoridades ambientais. Que os pais corujas, sem trocadilhos, possam ver seus filhos crescerem e saírem do ninho com as próprias asas.
Junto com a família das corujas, um gavião-carijó também recebeu naquele dia uma segunda chance.
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