Foi assim que a vimos pela primeira vez: uma coisinha pequena querendo interagir mas, ao mesmo tempo, com medo de apanhar.

As informações davam notícias de que ela havia sido abandonada naquela rua havia uns 10 dias, e que o lugar parecia um ponto de desova, de tanto cachorro pelas ruas.

Alice 1

A rua não era movimentada, mas cenas assim são frequentes em qualquer lugar.

Flagrá-la correndo na frente de um carro foi pura sorte de fotógrafo iniciante. O fato do carro estar estacionado era também só um detalhe.

Alice 2

Mas flagramos também a menina fazendo festa e pedindo carinho a dedos que lhe acenavam.

Qualquer demonstração de afeto, por menor que fosse, enchia-lhe de esperança.

Alice 3

O primeiro encontro aconteceu no domingo, mas o resgate veio somente dois dias depois. Demos à menina o nome de Alice, mesmo nome de sua primeira amiguinha humana, dos dias em que ainda estava abandonada.

Assim que chegou em nossa casa, foi recebida na varanda por Duda e Hanna e, diante da aproximação das duas donas do território, ela se mostrou submissa, o que indicava que sua estada em nossa casa seria bem tranquila.

Alice 4

Alice levou um tempo pra se soltar. Demonstrou muito medo nos primeiros instantes, mas não demorou a perceber que estava entre amigos.

Bebeu muita água, comeu outro tanto e logo já estava percorrendo e reconhecendo nosso território.

Alice 5

Claro que ela também foi para o portão da rua, como se tentasse reconhecer o lugar, ou talvez procurasse pelo que não perdeu.

Ela estava há dias na rua e, por seu estado geral, podemos dizer que ela nunca teve donos cuidadosos. As tetinhas salientes indicavam que ali mamaram alguns lobinhos, mas não muitos.

Alice 6

Depois era hora de conhecer os aposentos e o resto da família. Pelo menos pelas próximas semanas, Alice fará parte de nossa família.

Alice 7

Depois de conhecer Duda e Hanna, era a vez de conhecer Pintada e Estopa.

Boas vindas com fungada no cangote também valem. A Alice até que ficou bem tranquina com as fungadas da Pintada.

Alice 8

Estopa também fez questão de receber bem a mais nova integrante da matilha.

Alice 9

Depois que conheceu todos, era hora de relaxar.

Alice 10

As apresentações duraram um dia inteiro, mas no final ela já não se mostrava mais tensa. O rabinho já não fica mais entre as pernas e nem demonstra mais tanta submissão.

Alice 11

Ela estava bem. Fez exames clínicos e colheu sangue para exames mais aprofundados.

Também já iniciou a vacinação. Tem mais umas 8 ou 9 agulhadas pela frente, mas ela vai superar. Afinal, as agulhas são o sinal de que os tempos de negligência se foram.

Ela agora é uma cadelinha bem cuidada. Só esperamos que mereça um dia ser também bem amada.

Alice 12

Nossa mocinha é jovem. Os dentes branquinhos indicam que ela tem menos de 2 anos. Já esboçou por aqui algumas brincadeiras e estamos confiantes de que, em breve, ela estará brincando entre os seus, correndo e latindo na porta da rua.

Alice 13

Apesar da fuça de legítima SRD, ela parece ser mestiça de Pinscher e é bem pequenina. Pesa exatos 7 quilos e não crescerá mais.

Queríamos pra ela convívio estreito com a família, dentro de casa. Queríamos que ela tivesse o que, seguramente, nunca teve. Alice era uma menina capaz de passar um dia inteiro quietinha pra não incomodar. Quase não latia.

Alice 14

O tempo passou, ela foi castrada, recebeu um exame negativo para leishmaniose e iniciou a vacinação. Faltava apenas uma família especial.

Alice 15

E a adoção veio exatamente como queríamos. Foram algumas semanas de anúncio, sem que ninguém se interessasse por ela, até que uma mensagem nos indicava que a sorte dela havia chegado. Lucinea manifestou o desejo de recebê-la e nos enviou uma foto de um menino chamado Fred, que estaria em casa ansioso pela chegada de um irmãozinho ou irmãzinha.

E o dia da adoção chegou. Precisamos confessar que poucas vezes assistimos um cãozinho receber tão bem um novato. O Fred tinha tudo naquela casa, mas sabemos que para um lobinho sociável, um companheiro da mesma espécie é indispensável.

E o Fred deixou claro, desde os primeiros instantes, que estava feliz por receber a Alice.

Alice adotada 1

Depois de receber a nova moradora da casa, ele correu para o colo do pai, como se quisesse contar a novidade, ou apenas dizer que estava feliz.

Alice adotada 2

Enquanto isso, Alice nos dava o recado que esperávamos. A despedida nunca é fácil pra nós e eles parecem entender. Alice se empoleirou no colo da Lucinea e abriu um dos mais largos sorrisos que já vimos nela.

Foi a forma dela de nos dizer: _Podem ir tranquilos. Eu vou ficar bem. Serei feliz aqui.

Alice adotada 3

O colo nem sequer foi reclamado. Fred se aproximou e não demonstrou um só dedo de ciúme. Estava mesmo disposto a dividir com ela tudo o que tinha.

Alice adotada 4

Na verdade, aquela casa tinha mais colo do que cachorro e estava mesmo faltando mais um cãozinho.

Alice adotada 5

Alice agora tem uma família. Na verdade, ela sempre teve. Parecia mesmo que essa família sempre foi dela. Só não tinham se encontrado, ainda.

Alice adotada 6

Fica registrado nosso muito obrigado à Lucinea, Gilcimar e ao Fred, pela acolhida de nossa menina.

Alice

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