Há alguns meses, decidimos divulgar uma campanha intitulada “Pela inclusão social”. Nela, contávamos a história do Nino, um cãozinho especial que depende de uma cadeira de rodas, mas que vive muito feliz, tendo sido adotado pela mesma protetora que o resgatou.

         Para ver a campanha, siga o link: http://oloboalfa.com.br/pela-inclusao-social/

Com a história do Nino, intencionávamos dar uma segunda chance para outros rejeitados, velhinhos e mutilados, condenados a terminar os dias em abrigos. Dentre os animais citados na campanha, estava o Baltazar, um cãozinho mestiço de Poodle, espertinho e lindo. Teria tudo pra ser disputado, não fosse um único detalhe. Ele era cego.

A campanha foi divulgada, um cãozinho de três pernas foi adotado, mas os velhinhos e cegos continuaram esquecidos. Lana e Falcão desistiram de esperar e partiram para uma segunda chance, quem sabe em outra vida.

O Tempo passou e surgiu a oportunidade de uma segunda campanha, com o mesmo nome, desta vez protagonizada por Goiaba e Angel.

      http://oloboalfa.com.br/goiaba-e-angel-juntos-pela-inclusao-social/

Mas, desta vez, algo não ia bem. Ao procurarmos por ele, para novas fotos, encontramos o mais triste e derrotado de todos os cãezinhos que lá estavam. Deitado nos fundos do canil, sequer levantou a cabeça pra cheirar quem estava chegando. Nem mesmo a algazarra de seus companheiros de canil o tiraram daquele estado de completa entrega.

Não poderíamos nos conformar com aquele desfecho. Aquele cãozinho estava, literalmente, morrendo de tristeza. Decidimos então tentar mais uma vez mudar sua história. Não bastaria um anúncio para adoção. Precisávamos de uma matéria que fosse só dele. Tinha que dizer algo mais, tinha que fazer diferença, tinha que causar comoção, sensibilizar, tinha que funcionar.

A matéria foi divulgada no domingo, dia 29/01/2012. Minutos depois, começaram a chegar as mensagens, de todos os cantos do país. No domingo mesmo, ele já tinha alguns pretendentes. Dentre todos, uma se destacou pela determinação de recebê-lo. Ele já tinha um novo dono, embora o maior interessado continuasse no abrigo, alheio ao que acontecia do lado de fora.

Na segunda-feira, pela manhã, o Baltazar foi retirado do canil pelos funcionários da Cão Viver, para um bom banho. Afinal, ele precisava chegar limpinho na nova casa. Não sabemos se eles entendem a linguagem humana ou apenas sentem a energia. O fato é que, durante o banho, parece que ele descobriu o que estava acontecendo e se transformou. Foi deixado na recepção, mostrando-se mais animado.

Foi colocado dentro da caixa de transporte e, depois, no carro, seguindo o caminho de casa. O percurso foi longo, chegando a durar quase uma hora, tempo no qual ele se manteve calmo e confiante. Estava claro que ele sabia pra onde estava indo.

Do outro lado da cidade, uma turma especial esperava por ele. Além das duas meninas, mais um cacho de tigrinhos.

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Assim que chegou, cuidou de percorrer todo o ambiente, cheirando tudo, procurando conhecer cada pedaço daquele novo território.

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O Baltazar foi muito bem recebido pelos de sua espécie. Os felinos são naturalmente mais arredios com os lobos mas, ainda assim, se entenderam bem. Quanto à recepção humana, não poderia ter sido melhor.

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Ele agora terá colo todos os dias. Dormirá dentro de casa, em uma caminha bem confortável e macia. Terá ainda todo o dia com livre acesso ao terreiro, que ele chamará de território (já demarcado). Não dormirá com as meninas, porque estas preferem o sofá e o Baltazar não sobe em móveis, por razões óbvias. Mas terá uma confortável caminha, na verdade algumas, espalhadas, caminhas estas que ele vai acabar dividindo com um dos tigres.

A propósito, aquele cãozinho que fotografamos deitado nos fundos de um canil não existe mais. Ele se transformou no momento em que colocou o focinho pra fora da caixa de transporte, já em seu novo território. Na verdade, ele começou a se transformar no momento em que foi retirado do canil, lá na Cão Viver.

Só podemos terminar esta matéria agradecendo a Marília e toda sua família por esta acolhida. Momentos assim nos fazem acreditar que tudo é possível e que o mundo está mesmo mudando. Desejamos que o Baltazar seja o mais feliz dentre todos os lobos.

Desejamos também que esta matéria possa ajudar a sensibilizar quem ainda falta, para que os companheiros de confinamento do Baltazar tenham também uma segunda chance.

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Já recebemos as primeiras notícias do Baltazar. Em apenas dois dias ele já estava correndo pela casa, pulando no colo de sua dona e já havia escolhido um sofá como cama. Já conhece o caminho do terreiro, pra onde gosta de ir tomar sol. Também aprendeu a reconhecer a voz de sua salvadora. Pra ele, é como música. Onde a escuta, corre a seu encontro.

Vez ou outra, enfia o focinho em um gato e leva uma um esfregão. É só uma questão de tempo pra ele aprender a evitar os tigres.

Também já sai pra passear na coleira, claro, seguindo as duas meninas e demonstrando absoluta confiança em quem o conduz. Já esteve no PetShop, tomou banho e recebeu uma bela tosa.

As primeiras fotos que recebemos já mostram um Baltazar menos enfezado. Segundo a Marília, ele já aprendeu a subir e descer da cama, onde escolheu pra dormir. Esperto ele.

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