Esta criatura foi encontrada enlameada, com uma corrente mais pesada do que ela no pescoço, encolhida em um canto, imóvel, esperando um milagre.
Tudo indica que ela vivia em um terreiro, presa por corrente. Provavelmente, sua casa foi atingida pela chuva (período de inundações em Belo Horizonte), alagou o terreno onde ela estava e o resultado foi uma pequena toda molhada e lambuzada de lama.
Aquele ditado de que “Lavou, tá novo” não serviu pra ela. No caso da Bia, seus donos preferiram: “Sujou, joga fora”.
De tão pequena e encolhida, era pouco provável que alguém a enxergasse.
Mas alguém enxergou, se aproximou e, quando abriu a porta do carro para pegar um pano para fazer o resgate, ela se levantou correndo e pulou pra dentro do carro, com corrente e tudo, fazendo a maior festa.
Dali para um pet shop, onde tomou um bom banho, tosou, tomou Bravecto e vermífugo.
O cio iniciou no dia do resgate, o que indica que uma tragédia estava anunciada.
Passou intocada pelo cio e, depois de apenas alguns dias, já era outra cachorrinha, arteira, bagunceira, latidora e cheia de vida.
Claro que não vamos procurar os donos, a menos que seja para denunciá-los pelo covarde abandono.
A corrente foi destruída, pra que nunca mais seja usada pra torturar vidas inocentes.
As tetinhas inchadas eram a consequência do cio. Tudo indica que foi o primeiro. Passou intocada por ele, é claro.
Por aproximadamente 20 dias, seu salvador a abrigou, mas chegou o momento de se despedir. Ali ela teve caminha quente e seca, ração bem gostosa e o carinho que precisava pra esquecer esse início tumultuado de vida.
Acabou vindo passar uma temporada em nosso território, apenas pelo tempo necessário a receber as vacinas, fazer os demais exames e castrar.
Chegou aqui animadinha e logo cuidou de fazer amizade com uma turminha que já esperava por ela.
Correu até ficar mole.
Foi apresentada à Duda e esclarecida de que esse território já tem uma lobinha alfa, que é quem manda. Tudo tem que ser do jeito da Duda, ou tem confusão.
Com Hanna e Estopa as coisas são mais fáceis. Teve brincadeiras e correrias. A energia dela contagiava. Parece ser ainda filhote e não deve ter nem um ano de vida.
Getúlio, que também está por aqui enquanto espera por adoção, veio dar as boas vindas. Ele é jovem como ela e, certamente, será aquele que mais paciência e disposição terá pra drenar a energia da pequena.
Ao chegar aqui, recebeu o nome de Bia. Com seu primeiro salvador, ela era chamada de Macarena, o que reconhecemos que combina melhor com o estado de agitação dela.
É escaladora e fujona. Passa por qualquer greta de porta, sobe em móveis e é capaz de pular janelas na maior facilidade.
Escalar árvores, ainda que caídas, é habilidade pra poucos. Mas a Bia deixou claro que ela dá conta.
É carinhosa e carente. Pede colo e brincadeiras o tempo todo. Não para um só minuto e tem energia pra correr um dia inteiro.
Gosta de colo, mas não é de ficar quieta. Ela é hiperativa e tem energia escorrendo pelas orelhas.
Ela já foi castrada e está ótima. Está negativa para Leishmaniose e iniciou a vacinação com a Leishtec. Sua adoção precisaria mesmo ser das mais especiais.
Ela é muito dócil e sociável, mas é alfa e enfrenta a qualquer cachorro que lhe mostre dominância.
A Bia merecia mesmo uma adoção bem especial. E a adoção veio. Ela ganhou uma família muito especial, um pai e uma mãe bem carinhosos, e uma dupla de irmãos, que vão ajuda-la nessa jornada.
Ela chegou assustada, é claro, pressentindo uma separação que teria, pra ela, sabor de mais um abandono. Contudo, logo na recepção, ela sentiu que ali ficaria bem.
E, assim que sentiu que aquela família lhe daria a segurança de ser verdadeiramente estimada, se rendeu aos afetos e às brincadeiras.
Wagner e Tatiane são seus novos pais. Lorenzo e Théo são os irmãozinhos, com os quais ela vai se esparramar no sofá pra assistir aos desenhos animados.
Bia é uma menina bem folgada que não conhece limites. É certo que ela vai escolher um cantinho na hora de dormir. Resta saber qual será a cama que ela vai preferir.
Agradecemos aos amigos, Wagner e Tatiane, pela acolhida da Bia. Que ela leve alegria à vida de vocês, e que seja também instrumento para o crescimento de Lorenzo e Théo como habitantes do novo mundo.
Ficaremos à espera das atualizações. Queremos receber fotos nos próximos 15 anos, acompanhando o crescimento dos meninos e a evolução da Bia. Que ela chegue ao final quase falando. É o que queremos pra cada um dos lobos.
ATUALIZAÇÃO: As primeiras fotos chegaram. Bia é companheira dos meninos para todas as horas, até mesmo na hora do lanche ou do “para casa”.
Está sempre perto dos meninos, principalmente na hora de assistir televisão. Como boa escaladora que é, escolheu a cabeceira do sofá. Se a casa tivesse prateleiras para gatos, era lá que ela ficaria.
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