Nunca uma fêmea foi tão assediada. Na grande soltura do IBAMA, em Agosto de 2015, vieram oito soldadinhos, sendo uma fêmea e sete marmanjos (Nem tanto).
O santuário tem muitos passarinhos dessa espécie e, após a soltura, todos terão a chance de constituir uma família.
Mas durante o período de aclimatação, só havia uma fêmea e claro que ela seria disputada.
Demos à nossa menina o nome de Cecília.
A moça desfilava sem cerimônia, enquanto os rapazes tentavam se exibir, mostrando a rubra cabeleira.
As penas coloridas, em algumas espécies de aves, têm a finalidade de impressionar as fêmeas.
E os garotos estavam mesmo interessados em se exibir. A espécie é muito tranquila e nada agressiva. Brigas estão fora do cardápio. A disputa ocorre apenas com a exposição das penas vermelhas.
O coitado do Marinheiro estava em visível desvantagem. É que ele estava bem no meio de uma muda de penas e seu topete, cheio de falhas, não tinha chance na disputa.
Claro que uma parcela da falta de brilho pode ser também atribuída ao cativeiro. Nós sabemos bem que gaiolas retiram o brilho de qualquer pássaro.
Teve que assistir à exibição entusiasmada do Lucão e do Topete. Eles estavam mesmo no auge da forma. Era de impressionar.
A disputa foi grande e, até o momento da soltura, ainda não sabímaos quem tinha levado a prenda.
Valia tudo pra impressionar a garota.
O dia da soltura chegou e um batalhão inteiro ganhou a liberdade.
É certo que vão se multiplicar, e que nossas matas ganhem plumas vermelhas. Esperamos poder registrar a construção dos ninhos, a postura dos ovos, o nascimento e os primeiros voos dos filhotes que vierem.
E que nenhum outro soldado seja trancafiado. O mundo precisa de tantos topetes vermelhos quantos a vida for capaz de produzir.
Tico-tico-rei-cinza. Também conhecido como abre-fecha, maria-fita (Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba), cravina, galinho-da-serra, batalha, tico-tico-do-sertão e tico-tico-rei, primavera (Rio grande do Norte), galo-de-campinha (norte da Bahia), cristinha (interior da Bahia), sibispo, soldadinho e tico-tico-de-mato-virgem (Minas Gerais).
É predominantemente granívoro, esmagando as sementes com o bico. Come também insetos e outros artrópodes.
Faz o ninho em formato de tigela, semi-esférico. Cada ninhada geralmente tem entre 3 e 5 ovos, tendo de 2 a 3 ninhadas por temporada. Os filhotes nascem após 13 dias. Seu ninho é parasitado por outro pássaro (Molothrus bonariensis), que coloca os ovos para a fêmea do tico-tico-rei-cinza chocar.
O mesmo ocorre com o Tico-tico comum.
Vive na caatinga, mata seca e restinga. No Mato Grosso, Goiás e oeste de Minas Gerais aproxima-se do Lanio cucullatus (Tico-tico-rei) encontrando-se com ele em certos locais e com ele hibridando-se. Anda no chão ou nos arbustos baixos, a pouca altura do solo. Na caatinga, procuram as poucas fontes de água em bandos numerosos.
Quando colocado em cativeiro, não acontece nada do que foi narrado acima. Eles têm a vida roubada, por 15 ou 20 anos. E isso vale também para aqueles nascidos em criatórios autorizados. As aves não entendem nada de leis humanas.
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