Capturada ainda filhote, cresceu em cativeiro. O animal de estimação tornou-se um enfeite, que envaidecia seus donos. Era exibida como um troféu. Possuir um animal silvestre, para alguns humanos menos evoluídos, é motivo de vaidade e satisfação.
Cansada do cativeiro, esperou a oportunidade, e quando esta surgiu, escapou, buscando refúgio numa mata próxima.
Guiada por seus instintos, ou por protetores invisíveis, andou sem rumo e chegou em uma área de preservação.
Lá chegando, encontrou uma infinidade de frutas, além de um ambiente com relativa segurança.
Um ambiente natural, reflorestado com frutíferas das mais variadas cores. Ali não passaria fome.
Sua inexperiência era tamanha que sequer sabia como abrir uma laranja.
Mas, ainda assim, as variedades frutíferas eram tantas que lhe garantiram alimentação farta. Ficou por algumas semanas, rondando a casa sede da Fazenda, oportunidade em que foi melhor fotografada.
Embora menos arredia que animais de vida livre, ela não se sentia a vontade com pessoas, mantendo a necessária distância, mostrando claramente que não foram agradáveis os dias em que viveu em companhia de humanos.
Mais alguns dias se passaram e entrou o frio. Nesta época do ano, as frutas silvestres acabam, e os animais passam a encontrar dificuldade para achar comida. Nestas ocasiões, os pomares do santuário, que contam com variadas espécies frutíferas, recebem a visita de um bando de macacos pregos, com aproximadamente trinta indivíduos.
Assim que o bando chegou, Chica se refugiou a certa distância, acompanhando de longe a movimentação do bando.
Durante todo o inverno, o bando comparecia diariamente aos pomares, e às plantações de milho, cultivado propositadamente para servir de alimento aos animais silvestres.
O grande bando foi se acostumando com a presença da Chica, que a cada dia se aproximava mais alguns metros.
Assim, aos poucos e sem grandes traumas, foi ela reintegrada a um bando selvagem, com mais de trinta macacos. Passam o verão nas matas densas, para, no inverno, se refugiarem na área de reintrodução da Fazenda Vale dos Sonhos.
A abundância de frutos no outono tem trazido o bando ao santuário, cada ano, mais cedo. São e serão sempre muito bem vindos.
Esta história, e as primeiras fotos da Chica foram tiradas em Junho de 2011. Tivemos a oportunidade de avistá-la em muitas outras ocasiões.
Em Agosto de 2015, registramos a movimentação do bando, e lá estava a Chica. A alegria foi imensa ao conhecermos o Chiquinho, já nascido livre.
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