Chiquinha tem uma história triste, assim como da maioria dos cães que vivem na rua. A diferença é que desta vez a cena foi presenciada por uma protetora, que não precisou ficar imaginando como ela foi parar ali.
Estava a Flávia na Av. Raja Gabáglia, esperando sua carona, quando vê um veículo encostando, uma pessoa abrindo a porta e colocando uma cadelinha no passeio.
A cadelinha estava sem coleira e, sendo aquela uma avenida muito movimentada, poderia acabar sendo atropelada.
Talvez os donos fossem descer do carro em seguida, para dar continuidade ao que poderia ser apenas um passeio. No entanto, em uma fração de segundos, a pessoa fechou a porta do carro e arrancou. A ficha demorou a cair. Não dava pra acreditar naquilo.
Quando sua salvadora se aproximou e fez o movimento de abaixar para pegá-la, seus olhinhos se abaixaram também e ela se encolheu, esperando pelo pior. Infelizmente, cenas assim acontecem com muita frequência. Mas quando são assistidas ao vivo e a cores, chocam.
Foi resgatada e levada a um veterinário, que a examinou e constatou que ela estava bem. Apenas muita assustada e suja, aliás muito suja. Sem dúvida alguma, o abandono começou muito antes dela ser largada naquela avenida.
Chiquinha fez diversos exames, foi castrada e vacinada. Tinha idade aproximada de 3 anos e porte pequeno (4 kg). Com os exames confirmando a ótima saúde, restava encontrar pra ela os melhores donos. Afinal, ela merecia esquecer o passado.
A adoção veio poucos dias depois. Flávia foi seu primeiro anjo, mas, de agora pra frente, ela terá outros a zelar por ela. O texto abaixo, recebemos da Marcela, a adotante que a recebeu de braços abertos.
Ela se comporta muito bem, parece que sempre esteve comigo, minha companheira. Carrego para todos os cantos, até de ônibus nós vamos juntinhas. Ela vai dentro de uma bolsa, no colo, já foi ao supermercado, casa de vários amigos e familiares. Não largo ela por nada nesse mundo.
Dorme do meu lado na caminha dela, já dormiu fora de casa duas vezes, que foi na casa da tia Lu, mãe do Pingo, sempre levando sua charmosa caminha vermelha de veludo. Só faz xixi na rua, às vezes faz em lugares errados aqui em casa, mas com tempo e paciência, ela vai aprendendo.
Minha irmã de 3 anos, a Gabi, tem paixão por ela. São super amigas e companheiras. Quando eu saio pra escola, ela que cuida da Chica pra mim. Segundo ela, ela é a Madrinha/Babá da Chiquinha.
A Chica é super boazinha e paciente com a Gabi, deixa ela fazer tudinho com ela, brincar de médico, salão de beleza, de “neném”, apertar, beijar abraçar, em fim TUDO.
Ela já tem um grande amigo, o Labrador Bartolomeu, que todos os domingos vamos à casa dele e levamos ela para brincar. Ela adora.
Está sempre de banho tomado, ouvidos limpinhos e dentes escovados, aqui em casa ninguém escapa. É a cachorrinha mais dócil que eu já vi na minha vida, não há nada que a incomode, nunca rosnou ou avançou em ninguém.
Tem muito medo de algumas coisas ainda. Aos poucos está ganhando segurança e percebendo que nada mais vai fazê-la sofrer.
Assim que a Flávia, protetora dela, foi embora, ela ficou meio confusa e logo saí com ela para comprar as coisas, coleira, cama, vasilha de água e comida, etc. Ela saiu no meu colo, muito assustada com a rua, mas assim que eu comprei e coloquei a coleira nela, ela olhou para mim e se sentiu segura. Ali começou uma nova parceria, um amor que nunca vai ter fim. Logo depois fomos visitar as “titias” dela, Tia Cintia e Tia Lu e todos os peludinhos da família.
Não há felicidade maior do que chegar em casa e vê-la pulando de alegria. Pula tanto que até cansa.
Infelizmente ela teve que tosar, pois o pelo estava muito ressecado, mas já está crescendo de novo. Ela é um charme. Além da sua linda cama, ela tem até roupinha, apenas a primeira de muitas que eu ainda vou comprar.
“Eu e minha mãe estamos de cabelo novo, ela também cortou o cabelo, está curtinho igual ao meu, mandei duas fotos para todo mundo ver o nosso penteado.” – Chica.
A Chiquinha tem uma grande turma. Nas fotos abaixo, com Marcela, sua nova mãe. Na sequência, Gabi e Rafa, tias corujas e, claro, não poderíamos esquecer o Bartolomeu, um Labrador por quem a pequena Chica parece ter se apaixonado, com direito a encontros aos finais de semana.
Fica registrado nosso agradecimento à Marcela por esta acolhida. E que seja esta história um exemplo a ser seguido. São muitos os lobinhos tão especiais quando a Chiquinha, que esperam por uma adoção que nem sempre chega. Todos eles trazem no DNA a programação para serem nossas melhores companhias.
Um resgate de Flávia Barros: flaviabarros.gos@gmail.com
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