E tem gente que não acredita que eles sofrem, que sentem tristeza, que caem em depressão ou que desistem de viver.

Este é um dos Poodles que estava vivendo na casa de D. Tereza, em um amontoado de cães.

Nunca teve um pretendente porque os pretendentes não costumam percorrer a casa e o Chuchu vivia 24 horas por dia escondido e assustado debaixo de uma cadeira na sala.

Como a maioria dos animais que vivem amontoados assim, ele era triste. Mais que isso, estava entre os mais tristes.

Sua única amiga naquele lugar era a Princesa, uma poodle cinza como ele.

Um dia, eles se separaram, porque a Princesa foi resgatada e levada para um lar temporário. O Chuchu continuou onde estava, porque precisaria ainda ser castrado antes de ser levado para eventos de adoção.

Alguns dias se passaram, a castração dele foi providenciada e uma feira de adoções foi marcada para o dia 12 de abril.

Chuchu e Princesa voltaram a se encontrar na feira, dividiram o mesmo cercado e ficaram ali, expostos, jogando a sorte em um evento de adoção.

E aconteceu o pior. A Princesa foi adotada e dali seguiu seu caminho. O Chuchu assistiu impotente a partida de sua amiga. Não teria sido tão ruim se ele também tivesse ganhado a mesma chance.

Mas, infelizmente, as horas passaram e ninguém se interessou em dar a ele uma nova família.

Quando faltavam 30 minutos para o final da feira, ele deixou claro pra quem quisesse entender, que preferia morrer a voltar para aquele lugar. Começou a vomitar, com quadro de febre.

Precisou ser socorrido às pressas e levado para uma clínica veterinária.

Foi levado para a Vet Master, onde passou a lutar pra viver. Se estávamos tranquilos, era porque sabíamos que ele estava em boas mãos e que os médicos da Vet Master lutariam por ele. Ele parecia não lutar mais.

Quando fizemos a primeira matéria, ainda não sabíamos se ele teria uma chance algum dia. Esperávamos encontrar alguém que se dispusesse a recebê-lo na recepção da clínica. E foi o que aconteceu.

O Chuchu passou a noite de sábado e a madrugada de domingo sendo paparicado pela Luma, veterinária que estava de plantão naquele dia.

Na manhã de domingo, quando chegamos para visitá-lo, encontramos um lobinho bem mais animado. Jogava charme pra quem se aproximasse. Passou a segunda-feira sendo paparicado, até pelo pessoal do banho e tosa.

No fim do dia, era hora de dar a ele a notícia tão esperada: “_Se anima garoto. Sua nova família está aí pra te buscar.”

E ele se animou, como nunca tínhamos visto. Chegou à recepção olhando para todos os lados, como se perguntasse: “_Cadê? Quem são?.

Vieram a Kátia, Cláudio e a Balalaika, a irmãzinha de pelos. Tivemos a alegria de assistir e presenciar o encontro.

Passados os primeiros momentos, era hora de perguntarmos ao Chuchu se estava feliz. E ele respondeu com o mais largo sorriso que já vimos.

Seja feliz amiguinho. Se temos o direito de pedir alguma coisa mais ao Pai, que seja para que cada um de seus irmãos tenha o mesmo destino. Lá naquele lugar de onde você saiu, restam ainda uns 80 cães, todos rejeitados pelos ex-donos, todos jogados fora como lixo.

Mas o momento é de comemoração. A primeira parada foi ali mesmo, na loja da Vet Master. A guia escolhida, no mesmo padrão daquela usada pela Laika, era o sinal de que ele foi mesmo adotado, no sentido mais intenso da palavra. Era também sinal de que terá passeios na rua.

Claro que terá muitas outras coisas e ele tem o resto da vida pra descobrir. Um cãozinho estimado descobre o mundo a cada manhã.

Soltamos a matéria dele às 05 da manhã de domingo, horas após a internação. No meio da manhã a Kátia já havia manifestado o desejo de recebê-lo.

Ela recebeu um cachorrinho ainda debilitado, com uma lista de remédios, muito magro e um pouco maior que seu espaço físico comportava. Mas o espaço que conta, nesses casos, é outro. A vida se encarregará de ajustar as coisas.

Tivemos notícias de que a primeira refeição foi engolida, às pressas, como um legítimo cão faminto. E continuará assim por mais alguns dias. Com o tempo ele aprenderá que não vai faltar ração, nem afeto, nem cuidados.

Só nos resta agradecer à Kátia e toda a sua família, por tão especial acolhida. Que essa história ajuda a mudar mais alguns destinos.

Fica também registrado nosso obrigado a toda a equipe de médicos e funcionários da Vet Master, pela vida do Chuchu. Não foram só os cuidados médicos que o salvaram. Ele precisava de um pouco mais e ali todos sabiam o que fazer.

Pra quem chegou agora e quer conhecer o início da história, eis o link: http://oloboalfa.com.br/nao-era-esse-o-combinado/

Tereza

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