Na última ação no Campo dos Pinschers, tínhamos 5 Poodles fêmeas, todas muito assustadas e arredias. Elas eram as mais velhinhas, pois já estavam lá há anos quando fizemos aquele mutirão em 2013.

Infelizmente, não podíamos esperar que o tempo fosse generoso com elas. Pelo contrário, foi cruel.

O banho e a tosa fizeram delas lobinhas mais apresentáveis, mas continuavam sendo bichinhas assustadas e amedrontadas.

Não bastasse o sofrimento de se sentirem acuadas em tempo integral, havia ainda problemas que imporiam a elas mais que sofrimento, mas luta pela vida.

Uma delas tinha uma grave inflamação em um dos olhos. Um exame inicial levantou a suspeita de glaucoma em grau muito avançado e irreversível.

Se o diagnóstico se confirmar, ela terá que passar por uma cirurgia para a retirada do olho, pois a sua manutenção trará muitos problemas e sofrimento pra ela.

Três delas estavam em melhores condições. Como já eram castradas, precisamos apenas vacinar e disponibilizá-las para adoção.

Entretanto, uma mocinha, a menorzinha da turma, foi a maior de todas as preocupações. Demos a ela o nome de Clara.

De início, era a mais assustada e arredia. Uma lobinha de apenas 3 quilos que não sabia o que era colo. Um rápido exame mostrou que era uma vovozinha com apenas 2 dentinhos.

Ela chegava a tentar morder pra se livrar do manejo humano, mas sem dentes, não oferecia perigo.

No transporte, era a mais debillitada. Precisou ser retirada da caixa e aparentava muita fraqueza.

Identificamos, nas fotos antigas, a nossa mocinha. Naquela época, em 2013, ela já era arredia e, de lá pra cá, pouca coisa mudou em seu temperamento.

Mas, em seu estado clínico, tudo havia mudado. Quatro anos fizeram um grande estrago.

Mucosas muito pálidas indicavam uma acentuada anemia. A suspeita era Babésia, em razão da infestação de carrapatos.

E os exames confirmaram, não apenas a babésia, mas uma anemia como poucas vezes se viu e uma infecção muito forte. Ela precisou ser internada, fez ultrasson e iniciamos então uma grande luta pela vida.

Ainda não temos boas notícias pra dar e nem sabemos se ela sobreviverá.

Mas, a segunda chance que prometemos ao Luck, servirá também para a pequenina Clara.

Ela fez um longo tratamento, com muitos remédios, vitaminas, alimentação natural e, ao final, já estava ótima. Pôde seguir um novo caminho, e não poderia ter sido melhor.

Foi adotada pela Mariana, que já tinha em casa uma das Poodles que havia sido resgatada no mesmo local, 4 anos antes, e outra velhinha e cardíaca, adotada do abrigo de d. Tereza. Não poderíamos ter encontrado para a Clarinha melhor mãe.

Obrigado, Mariana, pela acolhida. Que ela seja feliz e que deixe esse mundo quando estiver “quase falando”. Essa é a missão de pessoas como você.

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