A espécie tem hábitos solitários, mas as duas foram resgatadas em condições extremas e acabaram sendo forçadas a dividir o mesmo recinto.
Deinha acidentou-se em área urbana, quando já estava adulta e acostumada com a liberdade. Vandinha mal aprendeu a voar e já estava presa, resgatada após ter saído precocemente do ninho.
Foram resgatadas em lugares diferentes, mas quis a vida que seus caminhos se cruzassem.
Venceram, cada uma à sua maneira, os desafios da vida. Depois da recuperação, a vida no cativeiro passou a ser pesada demais. Passaram a demonstrar impaciência e o desejo de liberdade.
E atendendo ao chamado da vida, a vontade das pequenas corujinhas se fez. Elas já usavam as asas com desenvoltura dentro do viveiro. Esperáva-se que fossem capazes de ganhar o céu.
Foram libertadas juntas. Talvez busquem o apoio uma da outra nos primeiros dias, mas o mais provavel é que venham a se separar.
Sentirão fome nos primeiros dias, ou precisarão se contentar com uma dieta mais limitada. Insetos e pequenos anfíbios serão o cardápio mais fácil de se conseguir.
Mas é claro que, com o passar dos dias, o instinto tomará a dianteira e fará delas as aves de rapina magestosas que devem ser.
Deinha e Vandinha são duas corujinhas conhecidas como corujas-buraqueiras (Athene cunicularia). Recebe o nome científico cunicularia (“pequeno mineiro”) devido ao hábito de viver em buracos e cavidades no solo.
Também conhecida pelos nomes de caburé-do-campo, coruja-do-campo, coruja-mineira, corujinha-do-buraco, guedé, urucuera, urucuréia e urucuriá.
Alimenta-se de roedores, morcegos, répteis, anfíbios, insetos e pequenas aves. No Brasil, grande parte de sua dieta é constituída de invertebrados, como insetos e aranhas.
Segundo a literatura, um casal de corujas-buraqueiras consome, por ano, entre 12.300 e 26.200 insetos, e de 540 a 1.100 roedores. São consideradas verdadeiras controladoras de pragas urbanas.
O território escolhido pra elas não poderia ser melhor. Elas terão o que precisam pra terminarem de se fortalecer em liberdade.
Agora é com elas. Estão por sua conta e risco. Reintrodução tem dessas coisas. Uma vez em liberdade, os médicos que as salvaram nada mais poderão fazer.
No local da soltura, elas encontrarão muitos outros de sua espécie. Talvez, dois rapazes bem apessoados e dispostos a povoar o território.
Talvez voltemos a vê-las, talvez não. Que as duas meninas encontrem os caminhos certos, que se mantenham longe de áreas urbanas e que se lembrem de nunca se aproximarem dos homens.
ATENÇÃO: Se você encontrar um animal silvestre em perigo, entregue-o ao Ibama, à polícia ambiental ou a uma clínica veterinária parceira dos órgãos ambientais.
Deinha e Vandinha são resgates do Centro de Conservação da Fauna, um grupo voltado para a proteção de animais silvestres, vinculado ao Hospital Veterinário Animal Center, do médico veterinário Leonardo Maciel.
O grupo precisa muito de apoio de padrinhos e madrinhas para continuar ajudando animais como Deinha e Vandinha. Para quem se dispuser a ajudar, seguem os dados bancários e endereço.
Clínica Veterinária e Pet Shop Animal Center Ltda – ME – CNPJ 08.664.905/0001-78. Banco Itaú (341). Agência 3179-5 / Conta Corrente: 27.221-0.
Avenida Portugal, nº 3871, Bairro Itapuã, em Belo Horizonte, Fone: (31) 3492.9321.
Quem quiser conhecer mais sobre o CCF (Centro de Conservação da Fauna), acesse o site abaixo e veja quantos bichinhos eles ajudam.
Comentários / Mais informações sobre o anúncio devem ser obtidas com os anunciantes, no telefone ou e-mail indicados acima.