Ainda há quem goste de “enfeitar” a caverna com restos de animais mortos.
Pior ainda, há quem faça isso usando animais vivos, em sofrimento. Não é possível imaginar que tipo de transtorno leva alguém a manter em suas casas animais em sofrimento, enjaulados, em permanente angústia.
Isso acontece com aves “ornamentais” (Expressão usada por falta de melhor definição, pois nenhum animal merece esse título) e com animais exóticos ou silvestres.
Não sabemos bem como esta família foi parar em cativeiro. É possível que tenham sido capturados juntos, ou, talvez, entre eles tenham alguns já nascidos escravos.
O desespero diante das grades estava claro. Eles se encolhiam e se amontoavam uns nos outros, de medo e pavor, como se pressentissem que o pior estava por vir.
Foram resgatados pela polícia florestal e levados ao IBAMA, onde receberam cuidados médicos e passaram por uma triagem.
Por sorte, estavam todos em condições de serem recuperados e devolvidos à natureza. Enfim, o sofrimento estava pra terminar.
Restava então encontrar pra eles uma nova casa, o mais longe possível dos homens. E o lugar escolhido estava logo ali, ao pé da montanha, no meio da mata, longe de tudo.
Um a um, eles deixaram a gaiola, rumo à copa de uma ameixeira repleta de frutos.
À medida que saíam, corriam para o alto e lá ficavam olhando para baixo, como se esperassem pelo resto da família.
A liberdade parecia ter cheiro, gosto, textura, cores e sons. Despertava neles instintos que pareciam adormecidos.
Não demorou muito e todos estavam nas copas das árvores, vocalizando, como se tentassem reunir a família. O lanche estava servido. Seu novo território é uma fazenda preservada, com áreas reflorestadas com frutíferas. No entorno, exatas 65 ameixeiras em franca produção.
O gritinho fino que ecoava pela mata soava como música aos nossos ouvidos, razão porque decidimos chamá-los de Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si. Sete saguis ganharam uma nova chance.
Ide em paz, meninos. Crescei e multiplicai. Gostaríamos de voltar a vê-los, mas nos sentiremos confortados apenas por ouvi-los, mesmo ao longe. Saberemos que são vocês.
Nos vídeos abaixo, dois momentos diferentes. No primeiro, minutos antes do início da soltura, a família em desespero, dentro da gaiola.
No segundo, a visão dos macaquinhos, um a um, ganhando a liberdade.
Curiosidades:
O sagui-de-tufos-pretos, mico-estrela ou simplesmente sagui (nome científico: Callithrix penicillata) é uma espécie de macaco do Novo Mundo e gênero Callithrix, da família Callitrichidae. É endêmico do Brasil.
Essa espécie possui uma distribuição geográfica muito ampla, ocorrendo em áreas de cerrado do Brasil central, sendo encontrado nos estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás, Piauí, Maranhão e norte de São Paulo, ao norte dos rios Tietê e Piracicaba. As florestas de galeria constituem seu principal habitat, por conta de possuir cursos d’água em seu interior, mas podem ser encontrados em outras formações vegetais, como o cerradão. Assim como muitas outras espécies do gênero Callithrix, é altamente adaptável, e habita áreas de floresta secundária ou altamente perturbadas pelo homem. Atualmente, existem inúmeras populações em regiões fora de sua distribuição geográfica nativa, devido a introduções feitas pelo homem.
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