Eles procuram adotar animais especiais. Escolhem os mais necessitados, os mais debilitados, aqueles que não têm chances. E, graças a esses novos humanos, destinos cruéis estão sendo mudados.
Magela, um vira-lata de porte médio, de 5 anos, que chegou ainda filhote no abrigo em Belo Horizonte, cego desde que nasceu, hoje corre e brinca com uma companheira canina, pelos jardins da casa da Nívea, lá em São Paulo.
Goiaba e Angel, ele um Pinscher com meia dúzia de dentes na boca e ela, uma Cocker cega, jogados de um carro de luxo, a uma quadra da Via Expressa, em Belo Horizonte, foram acolhidos juntos, pela Camila, uma representante desses novos humanos, em Sorocaba, interior de São Paulo.
Baltazar, um mestiço de Poodle cego desde que nasceu, estava literalmente morrendo de tristeza nos fundos de um canil. Poucos dias após a adoção, a Marília já nos escrevia contando que ele corria pela casa, desviando dos móveis, subindo e descendo no sofá e nas camas e já sabia em qual cantinho da área o sol da manhã chegava primeiro.
Losk, Francisca, Cléia, dentre outros cãezinhos também cegos, têm hoje tratamento de realeza na casa dos novos donos. Ana Paula, Thalita e Vanessa receberam os pequenos Losk, Francisca e Cléia.
Entre os mutilados, Temos o Pingo, um Poodle de 3 pernas que foi jogado em uma praça, onde ficou por 8 horas no mesmo lugar, esperando o retorno dos donos.
As fotos do pós adoção provam que ele foi adotado por alguém tão diferente quanto ele. Luciana é o nome do anjo enviado pra salvar o Pingo.
Sasha, positiva para Leishmaniose, foi tratada da doença. Já estava negativada mas, dependeria do uso constante de um medicamento. Foi recebida pela Flávia e vive hoje em um sítio com muito espaço, em companhia de outro cão, também positivo e tratado.
Entre os arredios, Pitchula foi retirada do “Campo de Concentração”. Era muito medrosa e mordia a qualquer um que tentasse pegá-la. Chegou a morder todos os funcionários da clínica onde ficou. Para cada procedimento, como banho ou vacina, só com cambão e sedação. Como doar um cachorro assim?
Quando a adotante foi informada desse comportamento, a resposta foi: __Tenho cicatrizes nas mãos. Minha última adotada era pior. A Pitchula precisa de mim.
No mesmo dia da adoção, a Cláudia nos telefonou: __Ela não é nada daquilo que você falou. Está aqui na cama comigo, deitada no meu colo. Já a carreguei por todo lado.
Nina, uma vira-lata de 3 quilos, fez todo o tratamento para câncer. Curou-se, mas a doença poderia voltar. Talvez tivesse vida curta. A resposta que tivemos da Marcela foi de que: __Perdi uma cadela recentemente de câncer. A Nina poderá ter vida curta, mas terá vida.
Mais recentemente, nos deparamos com uma história muito triste. A sensação que ficou foi de que o Rafael veio ao mundo apenas pra sofrer. Como eles não têm dívidas cármicas, só nos resta acreditar que nós é que precisávamos aprender alguma coisa com a história que ele deixou.
Ele já estava morrendo, quando foi adotado. O último golpe foi duro demais. Ele não teria forças pra se recuperar.
Mesmo assim, a Cíntia o recebeu de braços abertos. Chegou a quase abandonar a faculdade pra cuidar do Rafael. Por 21 dias, ela o carregava pela casa, conversando com ele, pedindo que não desistisse, apresentando-o aos outros amigos peludos, contando-lhe como era o comportamento e a personalidade de cada um. Ele parecia entender e até demonstrava gratidão, mas não tinha mais forças.
Nos 21 dias em que esteve na casa da Cíntia, ele teve mais colo e atenção que em toda a sua vida. O que levaria alguém a adotar um cachorro que estava morrendo? Que tipo de razão levaria alguém a assumir as despesas de um animal que acabara de conhecer, sabendo que a luta seria inglória?
A única explicação é que o Rafael viveu os últimos dias nos braços de um anjo. Não era a mesma que o conduziria ao lugar de descanso, depois que seu coração parasse de bater. Mas era um daqueles humanos especiais a que nos referimos.
Acreditamos na transformação planetária. Acreditamos que a Terra, em breve, estará habitada somente por pessoas como estas citadas acima. Virá o dia em que todos os humanos serão protetores de animais. Estamos a caminho, mas ainda falta um pouco.
É que, por enquanto, a matemática ainda não está fechando como deveria. Os abrigos ainda estão cheios, muitos animais ainda morrem pelas ruas, cãezinhos cegos, mutilados e soro positivos ainda esperam por uma adoção que nem sempre chega.
Essa matéria foi elaborada com o objetivo de despertar mais alguns desses novos habitantes do planeta.
Recentemente, precisávamos de 23 desses filhos dos novos tempos, para animais especiais que retiramos da casa de D. Tereza.
E conseguimos encontrar pelo menos 16, em uma feira realizada somente para os casos especiais, cães cegos, velhos e muito assustados. Os outros acabaram adotados depois.
No link abaixo, alguns dos finais felizes no trabalho que realizamos na casa de D. Tereza.
http://oloboalfa.com.br/super-feira-especial/
Infelizmente, o número de cães especiais ainda é grande em relação às pessoas que se dispõem a recebê-los. Muitos ainda esperam por uma adoção, que nem sempre chega.
Em Belo Horizonte, a Aninha, retirada em janeiro/14 dos porões da SMPA está para adoção, depois de quase dois anos de intenso tratamento, ela ainda não se recuperou totalmente.
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