Como um cãozinho cego, que viveu toda a vida acorrentado, fugindo para as ruas, conseguiria encontrar sozinho seu destino? Só há uma resposta. Protetores que atuam em outro plano o guiaram.

A história do Fubá é das mais tristes e incríveis, ao mesmo tempo.

Ele é cego e viveu por 3 longos anos acorrentado. Nem casinha ele tinha. Protegia-se da chuva e do sol debaixo de uma caixa d’água.

Sua função na casa era a mesma de uma campainha. Se alguém se aproximasse do portão, ele sentia a presença e latia.

Fubá sofria resignado em seu mundo escuro. Parecia se conformar. Afinal, cada um tem seu destino e aquele devia ser o dele.

Mas o pior ainda estava por vir.

Sua tutora faleceu e ele ficou abandonado na casa. Agora, a escuridão e o pequeno espaço já estavam em segundo plano, pois a fome e a sede eram suas novas preocupações.

Certo dia, alguém o viu ali, passou a alimentá-lo e resolveu divulgar sua história na internet. E pela rede, chegou à caixa postal de uma protetora.

“Aquela carinha triste acabou comigo. Não dormi. 

No dia seguinte, recebi a informação de que os filhos da falecida tutora doaram o Fubá aos pedreiros de uma obra e que ele estava se machucando nos entulhos. Afinal, ceguinho, não conhecia o local. Fiquei maluca.

Iniciei uma busca incansável por um adotante para o Fubá, até que em poucos dias, o adotante surgiu. Alguém muito especial se sensibilizou e decidiu salvar aquela vida.

Eu nem acreditava. Estava eufórica.
Um amigo saiu de São Paulo e foi até Taubaté buscar o Fubá para que eu o levasse para seu novo lar. Não víamos a hora do telefone tocar e ele me dizer que estava com aquele ceguinho lindo em seus braços.

O telefone tocou e eu atendi no primeiro toque. Uma voz triste me disse: _Ju, os pedreiros deixaram o portão aberto e ele fugiu.

Fiquei esperando ele desmentir, dizer que era uma brincadeira. Depois do silêncio, as lágrimas vieram.

Eu estava há 200 km de distância e pouco podia fazer. Comecei a ligar em todas as rádios da cidade. Quando me colocavam no ar para falar, nenhuma palavra saía, pois eu só chorava, só pedia para procurarem por Fubá.
Meu amigo rodou 700 km dentro de Taubaté e nada. A protetora que o alimentava o procurou incansavelmente e nada. Anoiteceu e eu só chorava. Não me conformava. Todos me diziam que era insano querer encontrar vivo um cão cego, que viveu acorrentado, numa cidade com avenidas tão movimentadas.

Insano ou não, eu precisava ver com meus próprios olhos que o Fubá não estava lá. Algo me dizia isso. Logo cedo, véspera de feriado prolongado, saí de São Paulo e fui até Taubaté (200 km). Eu olhava as avenidas movimentadas, entrava em desespero, mas tinha que continuar.

Em 30 minutos de busca, aquele cão amarelo das patas brancas e olhos perdidos apareceu, cheio de vida. Eu o abraçava e ele retribuía como se já me conhecesse. Nesse momento, eu, a protetora que o alimentava e sua amiga estávamos juntas. Todas abraçaram o Fubá ao mesmo tempo e as lágrimas rolaram.

Fubá foi adotado e recebe todo amor e carinho que nunca teve.”

Que cachorro precisa de olhos, podendo ser conduzido por protetores invisíveis?

Não precisamos acrescentar mais nada. Resta mostrar como foi o reencontro do Fubá com sua salvadora. Dissemos REENCONTRO. O fato deles nunca terem se encontrado antes é só um detalhe.

Um resgate de Julyana: julyanafono@hotmail.com

http://www.facebook.com/julyana.valario

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