Você sabe qual a diferença entre um

animal domesticado e um animal amansado?

Conheça a diferença e resista à tentação de possuir um animal silvestre.

   Um processo de domesticação leva milhares de anos. Um animal amansado não se confunde com um animal doméstico.

   Se um filhote de urso é criado por humanos, ele crescerá manso.

   Porém, se este mesmo urso, amansado, vier a se acasalar, seus filhotes nascerão ariscos, como qualquer urso nascido em ambiente natural.

   Já um animal doméstico, nasce com comportamento afável, completamente adaptado à companhia dos humanos. Animais domésticos são, biologicamente, mais afáveis que seus parentes selvagens.

   O geneticista Russo Dmitry K. Belyaev passou a vida estudando a domesticação animal. Visando comprovar suas teorias, decidiu fazer um experimento com Raposas, manipulando os cruzamentos, de forma a repetir, em ambiente controlado, e em apenas algumas décadas, o processo multimilenar de seleção e evolução dos lobos, rumo à domesticação.

   Na cidade de Novosibirsk, em plena Sibéria, funciona há mais de 40 anos uma enorme fazenda de criação de raposas. Nesta fazenda, diferentemente das criações comerciais para fins de extração de pele, o que interessa para os cientistas é a domesticabilidade, a “afabilidade” das raposas.

   O critério de seleção foi muito simples. Desde pequenas, os tratadores tentavam acariciá-las e interagir com elas. De acordo com a reação dos animais, eles eram divididos em três classes:

   Raposas Classe III – Fogem do tratador ou tentam morder-lhe a mão quando tocadas.

   Raposas Classe II – Permitem que sejam tocadas, porém não apresentam sinais emotivos à vista do tratador.

   Raposas Classe I – São amigáveis, balançam a cauda e ganem quando o tratador está presente.

   Somente depois da sexta geração de raposas, foi necessário criar uma quarta categoria, ainda mais restrita:

   Raposas Classe IE, consideradas a “elite domesticada”: procuram ativamente atrair a atenção do tratador, lambendo-lhe as mãos e agindo em tudo como os cães.

   Na décima geração, 18% dos filhotes pertenciam à Classe IE. Na vigésima geração, a cifra subiu para 35%. Hoje, 40 anos e 45.000 raposas depois de Belyaev ter começado seus trabalhos, 70 a 80% das raposas são Classe IE.

   Juntamente com essas alterações drásticas de comportamento, os cientistas que continuaram os trabalhos de Belyaev foram notando o surgimento de várias características físicas típicas de animais domésticos: despigmentação de grandes áreas do corpo, caudas mais curtas e enroladas, e orelhas pendentes.

   Esperava-se, ainda, a ocorrência de mudanças nos ciclos reprodutivos dos animais. Os animais selvagens têm ciclos reprodutivos anuais bem determinados e marcados por fatores ambientais, como, por exemplo, a duração do dia. Já os animais domésticos em geral são “desregulados”: podem se acasalar mais de uma vez por ano, e em qualquer estação, independentemente do ambiente. Entretanto, tal mudança foi a única característica que os domesticadores de raposas ainda não observaram nos seus animais.

   Esta experiência, recriminável como qualquer experimento com animais, dá a real dimensão da agressão que representa o processo de captura e “domesticação” de um animal silvestre. Um animal silvestre, ainda que nascido em criatórios autorizados, não aceitam com naturalidade o convício com humanos, mas são “forçados” a isto, algumas vezes pela força, ou mesmo pelo condicionamento.

   Precisamos resistir à tentação de possuir um animal exótico, ainda que nascido em criatórios autorizados. Animais nascidos em cativeiro não conhecem nossas leis. Não sabem que são “legalizados”. Sabem apenas que estão condenados a uma vida inteira, na prisão.

   Só há uma forma de combater esta crueldade: Não comprar. 

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