Ela não tinha nome, mas qualquer nome lhe cairia bem. Ela era uma dessas coisinhas que “aparecem” em todos os lugares. Consequência da triste e cruel prática do abandono.

Esta menina foi abandonada, saiu andando sem rumo até chegar ao pátio de uma empresa, onde alguns funcionários, sensibilizados, passaram a cuidar dela, dando água e comida.

E como o maior problema de um cão abandonado é a fome e a sede, ela acabou fixando morada por ali mesmo. Não tinha abrigo, não tinha conforto, estava tomado muita chuva, mas tinha ração e água. Claro que não suportaria essa vida muito tempo.

A vida é mesmo muito óbvia. E tem quem não acredite na transformação planetária e na intervenção superior pra nos preparar para o mundo de regeneração que se inicia.

Mas, pra atender a todas as crenças, e até mesmo aos céticos, vamos falar em “COINCIDÊNCIA”. O pátio onde ela escolheu pra viver foi o pátio da Ricardo Eletro. Neste mesmo lugar, trabalham Vivian e Gabriel, o mesmo casal que protagonizou a história da Vida, que utilizamos na campanha “O dia do resgate”.

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Foi a Vivian quem descobriu a mocinha uns dias antes e passou a alimentá-la. E protetor nasce com um primeiro resgate ou até mesmo com uma primeira adoção. Pessoas que já tenham adotado ou cuidado de um cãozinho abandonado não conseguem ficar indiferentes. Alguns, não conseguem fazer apenas o que podem e costumam ir um pouco além.

O resgate iria acontecer. O fim de semana se aproximava e a pequena lobinha não teria quem a alimentasse no sábado e no domingo. Ela poderia deixar seu porto para procurar comida e se perder novamente.

Na tarde de sexta-feira, dia 07/12, a pequena decidiu antecipar seu resgate. Durante as fortes chuvas de fim de tarde, ela se refugiou dentro de uma vala. Tomou toda a chuva até ficar ensopada. Já começava a fungar, dando sinais de que não sobreviveria à vida nas ruas. Talvez ela tenha feito aquilo de propósito, na intenção de provocar compaixão. Ficou todo o tempo encolhida nos fundos daquela vala.

Estava literalmente escondida e dificilmente seria vista. Mas ela sabia que olhos especiais procurariam por ela e a veriam onde quer que se escondesse.

Lá pelas 22:00 horas, ao deixarem o trabalho, Vivian e Gabriel, que haviam estacionado o carro ali bem perto da vala onde a pequena havia se escondido (quanta coincidência!), a encontraram encolhida, ensopada, tremendo e fungando muito.

Assim que a viram e chamaram por ela, a mocinha correu ao encontro dos dois, pulando no colo deles e fazendo festa, como se estivesse reencontrando os antigos donos. Com tantos colos pra escolher, foi só mais uma coincidência. (Quem quiser pode anotar, pra não perder as contas).

O que aconteceu depois também é óbvio. Recebemos um e-mail da Vivian, enviado às 00:13 horas do dia 08/12/2012, com as fotos acima, contando que ela e Gabriel haviam resgatado a criança, levaram-na para a casa, deram-lhe um bom banho, secaram-na com secador, limparam-lhe as orelhas, penduraram em seu pescoço uma coleira scaliboor e aplicaram-lhe max 3, contando que estava a lobinha de barriguinha cheia, sequinha e dormindo o sono dos justos em uma confortável caminha.

O resto da faxina, com castração e vacinas, viria depois. As fotos tiradas após o banho já mostram que aquela lobinha estava mesmo fora de seu habitat. Ela é pequena, peludinha, ótima para apartamento. Precisava de donos especiais.

Em outros tempos, precisaríamos sugerir que ela é mestiça de York, pra melhorar suas chances. Mas temos que confiar nas mudanças que já se operam. As pessoas estão também evoluindo. O que ela traz no DNA não fará nenhuma diferença. Acreditávamos e torcíamos para que esta matéria chegasse onde precisava chegar, e que seria mais uma (talvez a última) coincidência dessa história.

Estávamos enganados. Seria muito bom se esta matéria chegasse a muitos lugares, mas não mais com a intenção de encontrar bons donos para a Jade (Jade foi o nome que ela ganhou de presente, após o resgate). É que, desde o início, a pequena foi guiada, e não deu um único passo fora da rota que lhe foi traçada. Os exames acusaram grave infecção. Ela havia estado prenhe, perdeu a cria mas não conseguiu expelir tudo o que estava em seu ventre. La dentro, fragmentos provocavam infecção que a levariam a uma morte rápida e doída.

Ela estava condenada. Sua única chance seria encontrar protetores com disposição pra fazer por ela, o mesmo que fariam por seus filhos. Por coincidência, ela encontrou. Foi socorrida, precisou ser operada às pressas, teve o melhor tratamento e já está se recuperando.

Ela vai vingar e será feliz para sempre. Abaixo, a foto da nova família da Jade: Gabriel, Vida, Luna e Vivian.

Um resgate de Vivian Machado: vivianq0205@gmail.com

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