Ela apareceu em um bairro de Contagem e decidiu fixar morada na porta de uma empresa. Os funcionários passaram a alimentá-la, dar atenção, banho e carinho. Ela gostou daqueles cuidados e ficou em definitivo.

Na verdade, o que as pessoas que a alimentavam ainda não sabiam era que ela precisava de um porto seguro. Em seu ventre, alguns lobinhos ainda no início da gestação sonhavam com cama quentinha e donos amorosos. Eles não sabiam que sua mãe era apenas uma cadelinha sem dono, abandonada e faminta.

À medida em que a gravidez foi avançando, o estado da mãe tornou-se visível, sendo ela resgatada e levada a uma clínica veterinária, onde foi examinada. Foi abrigada por uma vizinha, que lhe ofereceu um cantinho sossegado onde pudesse parir e amamentar os lobinhos que estavam por vir.

Mesmo após o resgate, continuou tendo acesso livre às ruas e recebia, diariamente, os funcionários que a ajudaram nos primeiros dias, sempre fazendo muita festa e abanando o rabinho, parecendo até que quebraria a coluna, de tanto que se sacudia. Ela sabia que tinha sido salva e sabia, como qualquer cão abandonado, demonstrar gratidão por seus salvadores.

Mostrava-se uma cadelinha muito dócil e comportada.

Os filhotes nasceram em Outubro de 2011. A pequena Menina pôde amamentá-los e cuidar de seus filhos, até que completassem 45 dias e pudessem ser desmamados.

Após a despedida dos filhotes, a mãe foi castrada e vacinada, estando finalmente pronta para iniciar uma vida nova.

Ela parecia ensinada e acostumada a dividir espaço com humanos. Ela era “educada” e não fazia suas necessidades, nem mesmo no jardim da casa. Precisava ir para a rua duas vezes ao dia, de manhã e a tarde, para que pudesse fazer suas necessidades.

Algum tempo depois, foi adotada e tudo caminhava para um final muito feliz.

Mas, recentemente, um resultado inconclusivo para Leishmaniose fez com que fosse ela recusada pela família que a havia acolhido. O veterinário que a acompanha recomendou o tratamento, já que a doença ainda não havia apresentado sintomas clínicos e ela sempre foi uma cadela muito forte e saudável.

Em casos assim, ela precisa apenas de controle preventivo, mas poderá levar vida normal, sem desenvolver a doença e sem risco de transmissão. O tratamento vem sendo ministrado desde então e a Menina está agora vivendo em um hotelzinho.

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Menina era uma cadelinha muito dócil e carinhosa. Mostrava-se carente e adorava companhia humana.

Acreditávamos que a vida ainda lhe reservava um final feliz. De certa forma, chegou a ter. Isto porque uma protetora passeava com ela diáriamente e, depis de um tempo, se encantando por ela, acavou lhe oferecendo lar temporário. Alguns lares temporários são como lares definitivos, pelo menos para os animais, que não sabem a diferença. Afinal, era tratada com todas as regalias e cuidados dos donos da casa.

Mas aí, a doença evoluiu e a pequena Menina não teve resistência para vencê-la. Os lobinhos estão bem, e a mãe também. Afinal, ela está agora sob os cuidados de outros protetores. E que tenha mais sorte, quando voltar.

Descanse em paz Menina. E volte confiante. Por aqui, as coisas estão mudando. Você vai merecer ótimos donos, da próxima vez.

Um resgate de Raquel: quelminini@gmail.com

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