Ele foi encontrado na madrugada, dentro de uma caixa de papelão, gelado, já em avançada hipotermia, desfalecido.
Não sabemos se quem o deixou ali pensou que já estivesse morto, ou se o fez para que ele morresse longe de seus olhos.
Por falar em olhos, o grau de infecção já não o permitia mais abri-los e muito menos enxergar a face de quem o retirou dali.
Ele recebeu glicose e foi aquecido. Muitos cobertores e até uma garrafa térmica serviram de companhia para aquecê-lo.
Levou dois dias para se recuperar e dar os primeiros passinhos. Ganhou também uma mãe postiça de pelos. Essa nova mãe não o lambia e nem o aquecia em suas tetas, mas ele se afeiçoou aquela mãe de pelúcia, como se buscasse resgatar um passado não muito distante.
Em alguns dias, Leleco já estava feliz e totalmente recuperado. Corria e pulava feito um cabrito, mas precisaria de uma mãe que tivesse calor. Ele precisava muito.
Adorava as roupinhas, pois elas lhe davam a sensação de afeto e aconchego, que ainda não conhecia. Também gostava de colo, e de dormir debaixo de cobertores.
Estava com vacinação já iniciada, vermifugado e pronto pra destruir chinelos e o que mais fosse permitido.
A adoção aconteceu e chegou com tudo que ele tinha direito. A Carla viu a história e achou que tinha um colo do tamanho que ele precisava.
E não é que tinha mesmo? É certo que ele vai crescer, e vai continuar cabendo no colo, mesmo que fique do tamanho de um Pastor Alemão.
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