Depois que o Baltazar foi adotado, acreditávamos que o Losk também ganharia uma segunda chance. Afinal, com tanta comoção com o caso do Baltazar, só se poderia esperar o mesmo para o Losk.
Ele é um Lhasa Apso, velhinho e cego. Também está triste e não terá muito tempo pra esperar um adotante ocasional.
Algumas promessas, sem muita eficácia.
Quando soltamos a matéria de Goiaba e Angel, esperávamos poder contar o final feliz pra todos aqueles citados nessa matéria.
De fato, os resultados foram muito bons. Floquinha, Baltazar e Foxie foram adotados em uma semana.
Alguns não tiveram tempo e desistiram de esperar: Lana, Falcão, Pantera e Antônio. Dos quatro citados acima, a Lana foi a primeira a partir.
O Antônio, infelizmente, desistiu de esperar e morreu na semana passada. Ele enfrentou um tratamento de quase um ano, tudo pra que pudesse salvar sua perna e ter um resto de vida com qualidade. Venceu o acidente e se recuperou, mas não conseguiu vencer o preconceito. Quem iria adotar um cão velho? Quem o conheceu sabia que ele foi especial e merecia ter sido feliz. Resta nos conformarmos. Afinal, “NÃO SE PODE SALVAR TODOS”.
Quanto ao Losk, sabíamos que vida longa ele não teria, já que não era mais jovem. Mas morrer ali? Por muito que a Cão Viver pudesse fazer por ele, um abrigo não é lugar pra um animal morrer. Continuava tão triste quanto o Baltazar, com a agravante de ser um pouco mais velhinho. Ele ficava todo o tempo tremendo e não conseguia mais encontrar sozinho o canil.
Na última semana, tomou muita chuva, porque não conseguiu se abrigar. Precisou ser transferido para a sala da administração, onde passou a viver, em meio a papéis, móveis, caixas e caixas. Não queríamos fazer drama mas, a realidade era mesmo muito triste.
Não precisaria ter chegado a tal ponto. Ele já não tinha mais reação diante de visitantes, como se tivesse perdido as esperanças de ser escolhido. Quando tirado do canil para tomar banho ou tosar, ele se transformava, chegando mesmo a abanar o rabinho para os funcionários. Era a prova de que lhe faltava apenas um dono, um salvador.
Talvez ele não venha a correr e subir nos móveis, como o Baltazar, mas acreditávamos que ele merecia um fim mais digno. Em algumas coisas, ele poderá ser igual ao Baltazar: Será capaz de reconhecer seu salvador e de manifestar afeto e gratidão. Poderá ser um bom cãozinho de estimação.
O Baltazar já foi adotado e está muito feliz. Tirou a sorte grande.
Ficávamos imaginando se deveríamos nos dar pos satisfeitos e aceitar que “NÃO SE PODE SALVAR A TODOS”.
Achamos que valia insistir um pouco mais. Faríamos de tudo, até o fim. Enquanto ele estivesse respirando, enquanto houvesse um sopro de vida naquele corpinho, continuaríamos encaminhando mensagens em busca das pessoas certas. A angústia era grande, porque sabíamos que seu tempo estava no fim.
No sábado, primeiro sábado após soltarmos o último apelo, a Cão Viver recebeu uma visita ilustre. Ana Paula, do Blog Família Adoção, juntamente com Tati, que já chegaram com a intenção de conhecer o Losk. Como não se apaixonar e se afeiçoar a uma criatura tão frágil e tão necessitada de carinho?
O resultado dessa visita foi um maravilhoso final feliz para o Losk. Abaixo, a foto dos últimos momentos do Losk, na Cão Viver, e depois, já em casa, com Ana Paula, sua nova mãe, e Tati, que recebeu a honra de ser chamada de madrinha.
A história completa da adoção foi divulgada pela própria Ana Paula, em seu blog. Ninguém melhor que ela pra nos manter atualizados, quanto à adaptação do Losk e o seu novo comportamento de cãozinho de estimação. Ele nasceu pra isso. Temos a certeza de que ele agora está exatamente onde deveria estar.
Mais que agradecer a Ana Paula, precisamos manifestar nossa profunda admiração por tão generosa atitude, embora, como apaixonados por lobos, sabemos no fundo que os maiores beneficiados em uma história assim são sempre os humanos.
Só a adoção já seria um final mais que feliz. Mas o Losk teve um pouco mais. Alguns exames e cuidados médicos especializados acenaram com a possibilidade do Losk voltar a enxergar, pelo menos um pouco, de um dos olhos. Bastou a remota possibilidade para que a Ana decidisse fazer tudo que pudesse por ele. O resultado é que o Losk está voltando a enxergar. Ainda discretamente, com apenas um olho, mas o suficiente para levar uma vida normal.
Comentar mais o que, depois de um desfecho desse? Eis as últimas fotos enviadas pela Ana. Não parece, mas é ele.
Abaixo, o link do Blog Família Adoção, pelo qual poderemos acompanhar a história do Losk. familiaadocao.blogspot.com
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