A primeira foto dele que circulou pela internet já era chocante demais.
Muita gente se mobilizou, alguns organizaram campanhas de arrecadação, etc.
Infelizmente, ou as pessoas que estavam arrecadando donativos nada conseguiram, ou…
O fato é que o apelo circulou por algumas semanas, mas ninguém, efetivamente, o retirou da rua.
As pessoas precisam entender que atitudes assim só atrapalham.
Talvez o resgate dele tenha demorado tanto, porque havia sinais de mobilização. Como essa mobilização não teve nenhum resultado prático, o pobre ficou onde estava, sem socorro algum.
Ele nem precisou de exames aprofundados para fechar o diagnóstico. A Leishmaniose estava estampada, com todos os sinais clínicos.
Ele estava em sofrimento. Sem nenhum pelo no corpo, sentia muito frio, sem contar o pavor de ter sido abandonado.
E que fique claro que ele não chegou neste estado depois de ter sido jogado na rua. É certo que o abandono aconteceu por detrás dos muros e, só depois que chegou neste extremo, foi despejado pra morrer em qualquer lugar, longe dos olhos dos donos.
Luiz, nome que ganhou no dia do resgate, estava tão apavorado, que se aninhou na caminha que lhe foi oferecida e cuidou de, sozinho, se enfiar debaixo dos paninhos. Sentia muito frio e medo. Parecia querer se esconder do mundo.
Além de muitas vitaminas e boa alimentação, ele precisava de tratamento médico urgente.
E assim foi feito: Iniciou o tratamento para a Leishmaniose, com pesados medicamentos quimioterápicos.
Mas, mais importante que os remédios, Luiz precisava se sentir estimado. Os cuidados e o carinho recebidos no lar temporário foram fundamentais pra ele iniciar a reação.
A falta de pelo foi compensada com roupinhas bem quentinhas.
Menos de um mês após o resgate, Luiz já dava claros sinais de melhora.
Mostrou-se um cãozinho muito bonzinho, carinhoso e carente. Adora um colo e pede carinho o tempo todo.
Diferente dos primeiros dias, em que ele aceitava os afagos com desconfiança, hoje ele já pedi carinho sem cerimônia. Está descobrindo que a relação de afeto entre cães e homens é bem diferente da que ele conhecia.
Também tem se mostrado bem sociável com os companheiros de tragédia, cada um trazendo uma triste história e um passado de abandono a maus-tratos.
Eles se uniram em matilha, como se buscassem no grupo as razões pra lutarem pela vida.
Luizinho ainda está em tratamento, mas pelas significativas melhoras apresentadas depois das primeiras aplicações, é certo que logo ele estará pronto, sem nenhum sinal de que um dia esteve doente.
Ele é um Pinscher de apenas 3 quilos, bem miúdo, daqueles que vieram ao mundo pra dividir o ninho com os donos.
Infelizmente, a vida não foi muito generosa com ele, mas queremos acreditar que, agora, será tudo diferente.
No vídeo abaixo, já se pode assistir a uma transformação.
Não deu. Poderíamos dizer que a doença venceu, mas quem venceu foi a vida, que encontrou caminhos outros.
O Luiz chegou a apresentar acentuada melhora, sentiu-se estimado e foi feliz. Foi por pouco tempo. Uma recaída paralisou rins e outros órgãos. Ele partiu, mas com a certeza de ter sido estimado.
Em breve, estará de volta, mais forte e mais confiante. E que encontre por aqui um mundo mais justo. Vá em paz, amigo.
Um resgate de Lucinédia Figueiredo.
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