O cachorro-do-mato, Cerdocyon thous, é um mamífero da família dos canídeos que ocorre em grande parte da América do Sul, incluindo todos os biomas brasileiros. Possuem uma coloração variável entre cinza e castanho, usualmente com tons de amarelo, e a cauda possui pelos longos tendendo a uma coloração preta.
É onívoro e conhecido como Guaxaim ou Lobinho
O cachorro-do-mato se alimenta de aves, pequenos mamíferos, répteis e frutos. É um grande semeador de sementes dessas frutas se está em habitat não colonizado pelo homem. Quando chega a áreas habitadas, também procura restos de lixo. Encontra comida ainda nas carcaças de animais, na beira de estradas, onde muitas vezes morre atropelado.
Nosso menino foi capturado pelo Ibama em área urbana, ou melhor, em seu próprio território, que foi apropriado por homens, na expansão urbana.
O aparecimento de animais silvestres em áreas habitadas tem sido bem frequente e as causas disso é a destruição de seu habitat.
Acompanhar a soltura de um animal como ele é, no mínimo, angustiante. É um canídeo e poderia ser facilmente confundido com alguns cães sem raça que vagam pelas ruas, e que nos nobilizamos muitas vezes pra salvar.
Por isso, a sensação de abrir uma caixa de transporte e soltá-lo em uma mata, é no mínimo contraditória.
O garoto é de porte pequeno, daqueles com os quais dividimos o ninho. Dá vontade de colocar no colo e proteger, mas este não seria um bom destino pra ele.
Seu momento evolutivo é outro, e muito distante dos cães. Distante porque a espécie ainda tem hábitos solitários, o que na escala evolutiva, no ponto de vista espiritual, é um início de caminhada.
Decidimos chama-lo de Pedro, ou Pedrinho, um nome forte e valente. O nome foi escolhido após a soltura, apenas pra manter as bases do Projeto, que acredita ser possível atribuir a animais sentimentos humanos, levando as pessoas a se colocarem no lugar deles. É o caminho mais curto pra entendermos que precisamos amar e respeitar os animais.
Pedrinho foi solto no Santuário Vale das Criaturas (Projeto O Lobo Alfa), em uma área de mata, ao lado de um curso de água, próximo de cachoeiras, onde ele terá uma grande variedade de presas e frutas, com boas chances de encontrar uma companheira e cumprir a missão para a qual veio ao mundo.
O vídeo, em câmara lenta, mostra que ele já se sentiu em casa assim que pisou o chão da floresta.
Está agora por sua conta e risco, e nunca mais teremos notícias dele. A espécie tem hábitos noturnos e, no santuário, temos regras rígidas de segurança, sendo proibidas caminhadas à noite ou mesmo nas horas crepusculares.
Encontros ocasionais podem acontecer, mas são bem raros. Além disso, como a região é habitat natural da espécie, nunca saberemos identificar nosso mais nobre protegido.
O que melhor podemos fazer por ele é manter preservado o habitat. E santuários são pra isso mesmo.
Seja feliz, amigo. E fique longe dos gatos grandes e de seus primos domesticados.
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