Defendemos tanto a ideia de que o mundo está mudando, de que as pessoas estão mais sensíveis, mais solidárias e não conseguem ficar indiferentes ao sofrimento de um animal.

Mas, quando nos deparamos com uma história como a do Pitoco, ficamos imaginando o que ainda falta acontecer. Quando será que a vida vai providenciar a faxina necessária para limpar este planeta?

Este gatinho, ainda filhote, teve o rabo destruído por pura crueldade praticada por crianças, exatamente aquelas que, acreditamos, sejam de uma geração que veio pra fazer tudo diferente.

Histórias assim precisam ser mostradas, discutidas nas escolas, mostrando a esses “monstros” as consequências das atrocidades que cometem por pura maldade, em busca de “diversão”.

O estado em que estava a cauda do Pitoco, quando encontrado, indicava que ele foi vítima de um ato inominável. Foi amarrada em sua cauda uma grande quantidade de explosivos (bombinhas). Ele somente não perdeu o reto e ânus por milagre (ao contrário do que muitos pregam, os animais também são merecedores de graças, talvez mais que humanos).

O mais incrível foi que, mesmo com a cauda destruída e a pior referência possível de humanos, ele se deixou resgatar, aceitando o colo e carinho de sua protetora, mostrando-se uma criatura superior, capaz de perdoar e esquecer. Mostrava-se muito mais superior e digno de viver neste planeta que os filhotes humanos que o machucaram.

Mas o pior já passou. Depois de uma complexa cirurgia e quinze dias de internação, o Pitoco recebeu alta médica, estando em ótima forma. Ele agora tem a desenvoltura e o andar de um lince (felino selvagem sem cauda). Se tivesse vida livre, talvez precisasse da cauda pra sobreviver.

Mas, no caso do Pitoco, o máximo que ele caçará será alguns insetos. Das atrocidades que viveu, somente levará a silhueta de um gato cotó, mas sem nenhum reflexo em seu comportamento. Ele era muito, muito dócil e precisava ser salvo. Precisava de adotantes que o merecessem.

Demorou mas ele teve o que merecia. Foi adotado junto com outros dois amigos, o Leãozinho e o Dentinho. Ganharam um território, literalmente. É que sua nova dona é a Lu, veterinária que tem uma clínica chamada Território dos Bichos, no Bairro Prado.

A primeira foto abaixo é do dia em que chegaram na nova casa e a segunda, enviada recentemente, com o Pitoco já adulto. Aliás, ele mudou de nome e hoje chama-se Tinoco. Na foto, junto com o amigo Tunico.

 

Um resgate de Daniela Carvalho: daniela_carvalho2011@yahoo.com.br

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