Filhotes são alegres e brincalhões. Mas esta mocinha não tem motivos pra alegria.
Sua imagem será usada como uma bandeira, pra ensinar as pessoas que “VIDAS NÃO SÃO PRESENTES”.
Pena que alguns animais precisem sofrer pra que as pessoas se conscientizem. Não precisava ser assim, mas enquanto nossa espécie não atingir um estágio evolutivo mínimo, capaz de amar e respeitar os animais, histórias assim continuarão sendo contadas.
Esta mocinha foi dada de presente, ainda filhote, a duas crianças. O presente foi dado por uma madrinha muito bem intencionada. Achava que um amiguinho de quatro patas poderia alegrar a vida de seus afilhados.
De fato, crianças que crescem em companhia de animais, tornam-se mais felizes, mais responsáveis e mais sensíveis. Mas não basta isto. Pra receber um amiguinho assim em casa, é necessário o comprometimento de toda a família.
E neste caso, a mãe das crianças não gostava de cachorro e não queria ter trabalho com a Pretinha.
Desde que chegou à nova casa, foi mantida permanentemente amarrada. Cresceu e trocou os dentes sem saber o que é correr. Mas a crueldade não acabou aí.
Há alguns dias, esta família decidiu se mudar, e claro, na mala não tinha lugar para a pequena Pretinha, indesejada desde o início.
A família se mudou e ela foi deixada amarada na grade da janela, junto com os jornais e revistas usados, para que os proprietários do imóvel cuidassem de colocar no lixo, quando da limpeza do imóvel.
Mas a capacidade de esquecimento destes seres é mesmo surpreendente. Apesar da tristeza de ter perdido seus amiguinhos humanos e continuar amarrada na grade da janela, a Pretinha continuava demonstrando afeição por humanos.
Abanava o rabinho pra qualquer um que se aproximasse, conhecidos ou estranhos, como se tivesse sempre tentando conquistar alguém.
Mais que um adotante, ela precisava ser resgatada. Continuava vivendo confinada ao tamanho de uma corrente curta. Dormia em um pedaço de pano fino.
Infelizmente, todos os abrigos e casas de protetores estavam lotados, precisando abrigar animais que se encontram em situação de risco permanente.
No caso da Pretinha, apesar de desumana a sua condição, não lhe faltava comida e água. Ela sofria, mas não corria riscos. Estava melhor que muitos de sua espécie.
Foi só uma questão de tempo e persistência. Ela foi adotada e ganhou uma ótima família. Vida nova. E que a sua história sirva de exemplo, para que outros não venham a passar pelo mesmo histórico de crueldade.
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