O mundo seria melhor, quanto maior a quantidade de cães sobre ele. Esta é a cartilha daqueles que aprenderam a viver entre lobos e não renunciam mais a este privilégio.

E, pensando assim, o que mereceria uma loba que ajudasse a povoar o mundo assim?

A resposta não poderia ser outra. Mereceria o céu, donos carinhosos, vida de cão (de cão de quem os estima, é claro).

Mas, ao invés disso, foi agredida com tamanha ferocidade que fraturou algumas costelas, chegando mesmo a perfurar tudo por dentro. Foram 4 meses de intenso sofrimento, até a completa recuperação.

A Pretinha chegou a passar noites inteiras gemendo e chorando. Não havia analgésico que lhe aliviasse a dor.

A história desta cachorrinha é das mais tristes. Ela sempre foi uma cachorrinha de obra. Pulava de obra em obra, respirou muito pó de cimento e comeu muitas sobras de marmita. Por muitas vezes, pão velho lhe saciou a fome. Outras, nem isso.

Teve muitos filhos, uma ninhada atrás da outra. Algumas, perdidas por inteiro, outras vingando a metade e outras, ela nem se lembra mais como foi.

Os filhotes acima são de sua última ninhada. Estes vingaram, pelo menos os que ainda estavam vivos no dia do resgate.

O passado não importa mais. A Pretinha, ou Neguinha (Ela atende aos dois chamados), já se despediu dos filhotes (já adotados) e hoje está vacinada, vermifugada, castrada e com exame negativo para leishmaniose.

Apesar de toda esta história, a menina não tem mais que 3 anos. Claro que é arredia, ou melhor, medrosa. Desconfia até da própria sombra, muito embora a própria sombra não tenha forma humana.

Com outros cães, ela se mostra muito sociável. Como é de porte pequeno, poderia ser criada até mesmo em apartamento, desde que pudesse sair para passear com freqüência. Ela demonstra sentir mesmo falta das ruas, da liberdade, embora não tenha mais resistência pra vida livre.

Depois de um período vivendo na casa de sua protetora, ela tem apresentado significativa melhora. Não é de ficar distribuindo beijos, nem é muito de colo, por enquanto. Mas já se sente segura e mostra que é capaz de sentir afeto.

Acreditamos que o tempo ainda pode transformá-la em uma cadelinha de colo. Só precisa de alguém que se disponha a ensiná-la o que é ser uma lobinha de estimação.

Depois de 2 anos, ela já estava totalmente recuperada, era dócil e muito sociável com outros cães.

Acabou adotada por sua protetora. Adaptou-se totalmente à matilha, pede colo e tem a vida que merecia e que um dia os anjos planejaram pra ela.

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