Cinco finais felizes em uma só história

 

A pequena Princess é uma cadelinha Poodle, pequena. Tinha uma dona e era, aparentemente, bem cuidada.

Mas sua dona enjoou de cachorro e decidiu que iria doar a Princess. Mais preocupada em se livrar do “problema” do que arranjar um bom lar pra ela, a entregou à primeira pessoa que manifestou vontade de possuir uma Poodle legítima.

Mas esta adotante não imaginou que um cãozinho de raça precisasse de cuidados rotineiros para continuar bonitinha. Sem cuidados, o pêlo cresceu, embolou e se sujou. Visualmente feia, foi abandonada, emprenhou e pariu alguns filhotes na rua, dos quais não se teve mais notícias.

Continuou na rua e emprenhou pela segunda vez. Foi recolhida por uma pessoa, que esperava ganhar algum dinheiro com a venda dos filhotes. Afinal, se puxassem a mãe, poderiam ser vendidos como Poodles.

Mas os pequenos puxaram o Pai. Nasceram quatro filhotes vira-latas, dois pretinhos e dois rajadinhos. Sem valor comercial, não havia justificativa para conservar em casa aquele “problema”. Foi ela jogada na rua, com os filhotes recém nascidos.

Para proteger seus filhos, cavou um buraco debaixo de alguns arbustos e os abrigou naquele ninho de terra, infestado de pulgas e carrapatos. Foi o melhor que pôde fazer, mesmo porque, há muito seus instintos de sobrevivência foram extirpados.

Foi resgatada e levada a uma clínica veterinária, onde ganhou ração de boa qualidade, água fresca e uma caminha quente, onde se aninhou com os pequenos, conservando o olhar ainda triste e inseguro.

No dia seguinte, além da ração de ótima qualidade, recebeu também muitas vitaminas, tratamento contra parasitas, um bom banho e uma tosa que a livrou do peso daquele pêlo embolado.

Finalmente pôde relaxar, sabendo que seus filhos estariam amparados. Em sua nova vida, o fato de serem vira-latas não mais importava. Eles seriam valorizados, adotados e amados por pessoas de bem.

E ela própria também ganharia uma segunda chance.

Os filhotes cresceram e já estavam fortes e saudáveis, quando disponibilizados para adoção.

Balu parecia um ursinho. Muito peludo, rajadinho, quase preto, com muitas manchinhas brancas, no peito e nas perninhas. Tinha os olhos azulados. Nem parecia vira-lata.

Era o maior e mais forte da turma.

O Mogli mais parecia um grilo. Era pequeno e magrelinho, de pêlo curto, pretinho, com manchinhas brancas no peito, na testa, no focinho, no queixo e nos dedinhos.

As duas meninas eram a Mel e a Xanti. A Mel era peludinha, muito parecida com o Balu, mas sem as perninhas brancas.

A Xanti era a menorzinha da ninhada. Pretinha, com uma manchinha branca no peito, em forma de cruz, outra no queixo, como se tivesse se sujado em um prato de leite.

Todos foram adotados a ganharam uma segunda e mavilhosa oportunidade de vida.

O primeiro a partir foi o Mogli. Ele foi adotado pela Rosângela, que já possuía em casa um cão labrador chamado Hulck. Muito sociável, Mogli logo se afeiçoou ao novo amigo. Seu novo companheiro era tão grande que o pequeno era menor que a cabeça do Hulck.

Aliás. O pequeno Mogli mudou de nome e passou a ser chamado de Crispim, mesmo nome de quem o retirou das ruas, e responsável pela redação desta matéria.

Obrigado Rosângela. Não foi a primeira vez que meu nome é dado a um animal por mim resgatado. O primeiro a receber meu nome foi um mico estrela, há uns 15 anos. Mas o caso do Mogli (agora Xará), me deixou especialmente comovido. Esse magrelinho tem uma história que começou muito antes de seu resgate. Antes mesmo dele nascer como filhote da Princess.

Mas esta história será contada em outra oportunidade.

Depois do Mogli, foi a vez do Balu. Foi adotado pela Isabela, e ganhou, além de uma ótima dona, uma amiga de quatro patas, chamada Nina, uma mestiça de Basset, bem pequena.

Depois, foi a vez da Xanti. Ela também ganhou uma companhia canina, uma Poodle muito parecida com sua mãe, chamada Belinha. Viveria dentro de casa, com direito a dividir a cama com a Belinha e a Andréia.

Também ganhou novo nome e passou a se chamar Teté.

Mas a história da Teté ainda sofreria uma grande mudança. Cinco meses depois de sua adoção, ela precisou ser novamente doada. Como se tivesse esperado por este destino, ela chegou à casa da Mariana, que a recebeu, com toda a sua família, de braços abertos. No dia seguinte, além daquela nova família, ela ganharia também uma companhia canina. A luma, outra cadelinha resgatada, chegava pra completar a matilha. As duas dividiam a cama, a ração, além de aproveitarem muitos momentos de vida livre, em passeios no campo.

Mais alguns dias, e foi a vez da Mel, que também ganhou uma ótima família, e uma companhia canina. Outra Poodle pequena, como sua mãe, chamada Mina. Mel teve muita sorte. Seria feliz e equilibrada. Teria uma família, com a qual poderia contar em todas as horas.

Por fim, foi a vez da Princess, que ganhou uma matilha completa. Outros três cãezinhos passariam a dividir com ela a cama, a ração e o carinho da Sheila. Tivemos notícias de que a Princess está dormindo dentro de casa, em uma almofada especialmente preparada pra ela.

Todas as manhãs, ela acorda e se deita debaixo da cama da Sheila, esperando pacientemente que sua família acorde.

No início, torcíamos que a Princess fosse adotada junto com uma de suas filhas. Mas a vida é sempre mais sábia que nossa racionalidade, e escreveu uma história diferente.

A Princess tirou a sorte grande. Até hoje recebemos fotos e notícias dela, que está muito bem com sua nova família. Nas fotos abaixo, momentos de descanso, que aliás são muitos, e abaixo, a nova turma.

Da curta passagem desta família por nossa casa, ficaram muitas lembranças, registradas em fotos.

Até mesmo as bagunças foram registradas. Isto foi o que sobrou daquela cama vermelha, que serviu à Princess logo após o resgate.

E assim terminou a história.

Ou melhor: Assim começaram outras cinco histórias.

Princess e os filhotes receberam os primeiros cuidados na Veterinária Alípio de Melo, onde permaneceram hospedados/ internados por duas semanas.

Nosso agradecimento à Dra Cíntia e sua equipe.

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