Uma feira de adoções acontecia no saguão de uma clínica veterinária, quando chegam estes dois visitantes.
_ Ei! Fomos abandonados. Podemos participar?
Estavam sujos, não tinham vacinas, não estavam castrados, mas mesmo assim, os organizadores abriram uma exceção e os colocaram dentro de um dos cercados, que já estava vazio.
Slach, o grandão, não se desgrudava da pequena Vavá e a consolava todo o tempo.
Os vídeos abaixo, feitos no momento acima citado, são pra sepultar de vez qualquer pretensão de separá-los.
Poucas vezes nos deparamos com cães tão unidos e companheiros. Mais que amizade, eles dependem um do outro, pois depois do abandono, só sobrou eles.
Claro que não foram doados naquela feira. Afinal, alguns entraves estavam presentes, inclusive e principalmente, a necessidade de adoção conjunta, que foi diagnosticada de primeira pelas pessoas que decidiram resgatá-los.
Slach é um grandão de 20 quilos, enquanto Vavá é uma cisquinha de apenas 5. Ela pesa menos que um saco de açúcar, e ele é um fardo inteiro. A referência ao açúcar, aliás, é bem oportuna.
A Vavá sente-se mais confiante quando está perto do Slach, e ele, por sua vez, não se faz de rogado e deixa claro que a protegerá contra todos os males do mundo, mesmo que não tenha condições de proteger nem a si mesmo contra a maldade humana.
A feira foi uma frustração pra eles, mas não maior que aquela imposta pelo abandono. Se não estão destruídos e depressivos, é porque lhes restou um ao outro.
Eles precisam de uma família humana, mas tentaremos manter unida a família que eles decidiram formar.
Não terão filhotes, porque serão castrados nos próximos dias, oportunidade em que passarão também por todos os exames de rotina e um extenso calendário de vacinação.
Foram levados para um lar temporário, onde permaneceram por muitos meses à espera de adoção, confinados a um canil.
Não é a suíte que eles mereciam, mas foi o que deu pra conseguir.
Apesar disso, eles parecem bem. Por enquanto, pelo menos até a ficha cair, eles conseguirão esperar.
Mas é certo que é só uma questão de tempo pra eles entenderem o que aconteceu. A tristeza está a caminho, e um adotante disposto a mudar a vida deles, também.
Que chegue primeiro o adotante.
ATUALIZANDO: Sabemos que não devemos atrelar destinos, menos ainda de criaturas tão diferentes. Slach é bem grandão e a Vavá é uma cisquinha. Os adotantes pra eles têm perfis diferentes e, por isso, separá-los talvez fosse a melhor alternativa.
O tempo se encarregaria de mostrar o caminho a seguir. Por algumas vezes, foi tentada a separação, mesmo que fosse apenas de quarto. Não funcionou.
A última empreitada foi levar o Slach pra um cãobeleireiro daqueles experts em “caminhos de rato”. Talvez assim a Vavá se desencantasse. Também não deu certo. O Slach é bonitão de qualquer jeito.
E a Vavá ficou ainda mais encantada pelo bonitão. Quando ele chegou do “barbeiro”, ela pulava e corria de alegria, como nunca tínhamos visto antes.
E, diante de tudo isso, a conclusão não poderia ser outra: Eles são mesmo inseparáveis. Um dia, a morte chegará para os dois. Talvez, não chegue ao mesmo tempo e um deles precise enfrentar a separação.
Não sabemos como vai ser, mas dessa separação, nós não temos o poder de livrá-los.
Mas, enquanto a vida deles estiver em nossas mãos, vamos insistir em encontrar alguém que os mantenha juntos, até que a morte os separe.
E seguem mais fotos de Slach e Vavá, sempre juntos.
ATUALIZANDO: Vavá foi adotada. O tempo os tornou menos dependentes um do outro e a separação acabou acontecendo.
Para o Slach, a adoção também chegou, algum tempo depois. E seja o que a Vida tiver reservado pra eles.
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