A prefeitura de uma cidade mineira, responsável pela conservação e manutenção de um parque, decidiu desmatar uma área do parque, para a construção de “sei lá o que”.
Embora a mata remanescente do parque fosse suficiente para os animais, o barulho das motosserras afugentou uma família inteira de micos estrela.
Com isto, deixou um bando inteiro desalojado. Desorientados, passaram a viver nos quintais das casas de um bairro residencial, próximo ao Parque.
Uma semana foi o tempo necessário para que a família fosse destruída pela crueldade de pessoas que parecem ter vindo ao mundo pra provocar dor e sofrimento.
Veneno e pedras foram as armas usadas. Dos seis macaquinhos, três morreram envenenados, e dois foram vítimas fatais de pedradas, jogadas por crianças, que desde cedo já demonstram o que se tornarão, quando adultos. Seguem os ensinamentos e exemplos dos pais, possivelmente os mesmos que usaram o raticida para envenenar e matar a metade do banco. Restou apenas a Tica, nome que recebeu depois do resgate.
Mas ela não estava protegida. Estava vivendo sozinha em um campo minado, e não tardaria a experimentar as mesmas agressões que haviam destruído sua família.
Numa manhã de terça feira, apareceu em uma das casas que lhe ofereciam alimento, com a boca sangrando, faltando vários dentes, e gritando muito de dor. Não conseguia comer, estava muito assustada e tremendo de medo.
Acionado o resgate, foi facilmente capturada, em razão de sua docilidade, e levada para uma clínica veterinária especializada em animais silvestres.
Como única sobrevivente de um bando, não poderia ser solta onde houvesse outros bandos, ou seria morta como invasora do território.
Estaria condenada a uma vida solitária e em cativeiro.
A vida cuidaria de amenizar as coisas.
Quando recebeu alta, quarenta dias depois de seu resgate, refletia o desespero de quem teve a vida destruída, por pura crueldade.
Foi entregue a uma entidade pública que cuida da proteção da fauna e flora. Foi encaminhada a um centro de triagem, onde teria avaliada a sua capacidade de sobreviver na natureza.
Infelizmente, as sequelas eram grandes. De qualquer forma, ali ela teria a oportunidade de ser introduzida em outra família, também formada por outros animais desgarrados e vítimas do tráfico. Se reunissem as condições ideais, formariam uma nova família e ganhariam a liberdade. Caso contrário, seriam transferidos para um santuário.
Não é o final que gostaríamos de contar, mas foi o melhor que se pôde fazer.
O episódio e a história da Tica causou revolta, indignação e vergonha de sermos humanos.
Nenhum outro animal é capaz de matar apenas por prazer. Não sabemos o que deu errado no processo de evolução da espécie humana. Em que momento nos perdemos. Como podemos ter desenvolvido tamanha crueldade e insensatez? Matar e ferir por prazer. Aprisionar e escravizar por vaidade. Não há sentido. As características surgidas num processo evolutivo têm por objetivo a adaptação e a sobrevivência da espécie. Mas os humanos desenvolveram características divorciadas de um processo evolucionário natural. Uma pena.
A Tica partiu pra sua nova vida. Não deixou saudade. Animais silvestres não criam vínculos afetivos com humanos. Mas levou uma enorme torcida para que conseguisse encontrar a paz, longe dos humanos.
Durante os 40 dias de tratamento, a Tica ficou hospedada/ internada na Clínica Cães e Amigos.
Agradecemos ao Dr. Marcos e sua equipe.
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