Era uma vez uma linda princesa. Pelo menos deve ter sido um dia.
Foi desejada, não por afeto, mas para alimentar a vaidade dos donos, de exibirem um cachorro de raça, no caso, um Pinscher “zerinho” de apenas um quilo.
Ela passou pela vida sem conhecer veterinários, sem vacinas, sem nenhum tipo de controle ou cuidado.
Um dia, começou a mancar, acusando que sua patelinha já estava precisando de cuidados, o que é muito comum nos pequeninos de sua raça.
Seus donos não conseguiam cuidar sequer de si mesmos e veterinário era artigo de luxo, inatingível para os padrões da família.
Depois, veio a Leishmaniose, que também se instalou e começou a cobrar o seu preço.
Por fim, com claros sinais de doença e uma grave deformação na perninha traseira, seus donos decidiram que o prazo de validade daquela coisinha que, àquela altura, já estava esquecida num canto, venceu. Seu destino? A rua. _Deixa lá que alguém pega.
Por uma semana ela viveu em uma calçada. Não morreu de fome porque atraiu a compaixão de alguns, que não se importaram de alimentá-la, já que ela comia tão pouco.
De tão pequenina, era capaz de passar por qualquer grade, e ela até que tentou, por conta própria, encontrar uma nova família, ou pelo menos um cantinho onde se sentisse mais segura.
Contudo, ninguém queria um cachorro doente. Então, por uma semana inteira ela tentou e foi enxotada, às vezes com pedras, a cada hora que tentava pedir socorro em um portão.
Assim que soubemos de sua história, fomos conhecer a criança e a pegamos, contra protestos e dentinhos, que mal faziam cócegas. A caixinha de papelão que lhe dava proteção ganhou uma almofada e, dali, fomos direto para uma clínica veterinária.
A menina tinha uma grave deformação na perna, todos os sintomas da Leishmaniose e quase não tinha carne. As pontas dos ossinhos já provocavam feridas na pele, já desfalcada de pelo.
A notícia que recebemos no momento do resgate era que aquela perninha estaria quebrada, em razão das pedradas recebidas naquela semana. Foi difícil acreditar que alguém pudesse fazer isso, mas já vimos o suficiente pra saber que é possível.
Notamos que os sintomas da Leishmaniose estavam todos ali, mas talvez a prioridade fosse mesmo uma cirurgia ortopédica urgente, pra corrigir uma possível fratura.
Entretanto, para a nossa surpresa, as radiografias mostraram que naqueles palitinhos não havia fraturas, mas uma luxação de patela em grau 4, o que significa que ela conviveu com muita dor, por muito tempo, até que sua perninha chegasse a atrofiar.
Infelizmente, o prognóstico inicial não foi dos melhores. A lesão talvez não seja mais reversível, nem mesmo por cirurgia. Àquela altura, o defeito físico deixou de ser prioridade, porque os exames acusaram Leishmaniose em grau bem avançado, anemia profunda, desidratação e desnutrição.
Naquele dia, demos a ela o nome de Tita e, enquanto esperávamos o atendimento no consultório, fizemos alguns combinados:
_Você vai se chamar Tita. Seu tratamento será longo, mas vai dar tudo certo. Você vai ganhar uma caminha bem gostosa, muita ração, petiscos, dormirá dentro de casa, com direito a subir nas camas (sob supervisão, pra não cair). Também queremos ver a senhora latindo bastante na varanda e participando das brincadeiras da turminha que vai te receber.
Mal terminamos os combinados e a tia Fernanda chegou com algumas agulhas. Tita precisaria de medicação injetável e teria que ficar internada, para tomar soro e fazer os demais exames.
Ela ficou internada por 4 dias e teve alta médica, com uma lista de cuidados e de remédios. Foram 30 dias de tratamento de Babésia, depois mais exames e a quimioterapia para conter a Leishmaniose.
Só depois ela passará por uma análise mais aprofundada de um ortopedista, para avaliar a possibilidade de uma cirurgia reparadora.
E foi assim, com o olhar perdido e sem nenhuma referência, que ela deixou a clínica.
Aquele olhar assustado nos fitava, aceitando o destino, ainda incerto, que decidimos pra ela. Acomodou-se na toquinha e ali ficou. Comeu um pouco, bebeu água e dormiu. Tudo indicava que permanecer deitada foi sua rotina nos últimos tempos.
Estava fraca demais para arriscar uma nova vida. Parecia não estar interessada na segunda chance que lhe oferecíamos.
Às vezes, tentávamos interação. Ela nos olhava, aceitava os afagos, agora sem usar os dentinhos. Mesmo assim, ela se limitava a permanecer imóvel.
O rabinho, que esperávamos nos desse os primeiros sinais de confiança, demorou um pouco a se movimentar. Mas a Tita é uma Pinscher, e os primeiros sinais de amizade estavam do outro lado da cachorrinha, numa linguinha bem fria e molhada, que ela usava pra lamber os dedos que a acariciavam.
Assim que se sentiu mais segura, ela começou a explorar nossa casa.
Até um portãozinho aberto era quase intransponível pra ela. Além de muito pequena, não tinha força na única perninha posterior que ainda mantinha alguma funcionalidade.
Por alguns dias, nós a pulávamos no portãozinho, sempre que ela mostrava o desejo de ir para a varanda e usar a grama pra se aliviar. Ela sabia usar o jornal, mas preferia fazer seu xixi no gramado.
Ela tinha calafrios e achávamos que era por causa das falhas no pelo. Então, uma roupinha bem quentinha foi a solução imediata.
Foram muitos dias sem ouvir sua voz, mas aos poucos, ela começou a se interessar pelo que acontecia na varanda.
Sempre que um dos nossos lobinhos começava a latir, ela se interessava em ver o que estava acontecendo, e isso, naquele momento, era um grande avanço.
Tita é uma cachorrinha muito pequena e frágil. Até para acariciar nós tínhamos medo de machucá-la. Às vezes, até as pontas dos dedos pareciam grandes e pesadas demais pra ela.
As pontas finas dos ossinhos descarnados feriam os pontos onde a pele parecia mais fina, talvez pela falta de pelo, ou talvez por estar sempre esticada, em razão da posição de sua perninha torta.
As feridinhas pareciam não ter fim. Elas começavam a cicatrizar mas logo cresciam novamente, o que poderia ser também um dos sintomas da Leishmaniose.
Os olhos remelavam mais que o normal, suas orelhinhas, embora não apresentassem ferimentos, traziam uma grossa crosta, o que também era sintoma da doença que lhe atingia.
Àquela altura, ela já começava a se acostumar em nossa família e não se sentia mais tão sem referências.
A amizade já estava estabelecida e a confiança também, mas, mesmo assim, às vezes a flagrávamos no portão, buscando do lado de fora alguma lembrança do passado, algo de que ela, talvez, ainda sentisse saudade.
Se tivéssemos esse poder, Tita, arrancaríamos de você as dores, as doenças, e também as lembranças, pois não nos conformamos de pensar que aqueles que te jogaram na rua ainda mereçam seu amor.
Temos que nos lembrar que mágoa é um sentimento essencialmente humano. Lobos não sentem coisas ruins.
Os dias foram passando e Tita apresentava pequena, mas perceptível, melhora. Era uma moça de uma roupa só, porque não conseguimos encontrar nada que lhe servisse. O tamanho pra ela era o “Zerinho PP”, e a única roupinha desse tamanho que encontramos estava no estoque da Animal Center, onde ela iniciou o tratamento.
Até tentamos outros modelos, mas ficaram grandes e acabavam prendendo sua perninha.
_Não se preocupe, Tita. Ninguém vai reparar que você só tem uma roupa.
Os primeiros latidinhos vieram depois de uma semana. Não era exatamente o que esperávamos, mas já estava bom. Algumas vezes, mesmo interessada em latir para o vento que passava na frente do nosso portão, a preguiça de se levantar da caminha e ir até a varanda era maior.
Com o passar dos dias, ela abriu os pulmões e passou a latir com vontade. Só não superava a Estopa, mas nem queríamos tanto.
Depois de algum tempo, a amizade e a confiança que esperávamos ganhar foi finalmente estabelecida. Tita tornou-se um grude, um chicletinho, capaz de andar o dia inteiro para ficar perto dos seus novos pais.
Isso, mocinha. Somos seus pais sim. Enquanto você estiver por aqui, você terá uma família, que te dará todo o amor que sempre mereceu, mas que ainda não conheceu.
A dor da despedida já é grande, mesmo sabendo que sua estada por aqui ainda vai longe. Um dia, quando você estiver pronta e recuperada, você precisará seguir um novo caminho. E vai doer muito, mocinha, mas esse é o carma dos protetores. E ai daquele que se rebela contra seus carmas.
Até lá, aproveitaremos cada minuto de uma convivência única. Que pena que aqueles que te abandonaram não te reconheceram como anjo! Não sabem o que perderam, e nem o tamanho da tragédia que atraíram.
Que eles também encontrem um novo caminho, que um dia se tornem melhores, que superem as dificuldades que lhes fizeram colocar as suas necessidades fora da lista de prioridades.
Apesar de tudo, preferimos acreditar que você tem um destino muito especial, e nos sentimos honrados de sermos os escolhidos para te conduzir nessa jornada.
Tínhamos combinado que você poderia subir nas camas sob supervisão, e você logo mostrou que só precisava de uma escadinha. Mesmo com apenas 3 perninhas boas, você mostrava que estava pronta pra viver dentro de casa.
Essa toquinha já acomodou muitos outros lobinhos que passaram por aqui. Ela é grande pra você, mas vai servir. Duda não vai se importar de lhe emprestar.
Os dias se passaram e a Tita começava a se soltar. Ela agora tinha uma família que a estimava e que faria tudo por ela, ainda que fosse uma Família temporária. Pra ela, isso não faria diferença, pois não sabia o significado de temporário.
Ficava mais adaptada a cada dia, aceitava a rotina da casa como se agora fosse também sua. E era, pois ela precisaria de motivos pra querer viver. Precisaria confiar que uma vida diferente estaria começando.
O início do tratamento da Leishmaniose trouxe de volta alguns pelinhos que haviam caído, principalmente no focinho.
E para a nossa surpresa, os pelinhos que vieram depois sugeriram que tínhamos uma mocinha já velhinha. Estimamos sua idade em pelo menos uns 10 a 12 anos, mal vividos. Estávamos enganados, mas isso nós somente descobriríamos mais tarde.
Apesar da idade avançada (Era o que acreditávamos), ela já ensaiava algumas discretas brincadeirinhas. Os olhinhos continuavam esbugalhados, mas agora com um pouco mais de brilho.
As dores nas articulações, também sintomas da Leishmaniose, começaram a ceder à medida que a quimioterapia avançava, e isso deu a ela maior mobilidade e até agilidade.
As primeiras corridinhas vieram na varanda, para tentar acompanhar a turminha daqui. Os latidos não eram exatamente ameaçadores, mas já serviam.
A disputa pelo colo era intensa. Duda me questionava se aquela pirralhinha havia chegado pra lhe tirar o colo, mas tentávamos contornar e intensificar os afagos.
Durante o tratamento, passamos também por alguns sustos. Uma correria descuidada na varanda lhe machucou um dos palitinhos anteriores e, como ela já não contava com as duas traseiras, o resultado foi uma coisinha caída, deitada e sem condições de se levantar.
Corremos com a Tita para a Clínica, achando que a estávamos perdendo, pois quando a colocávamos de pé, ela caía e não conseguia se levantar.
Por sorte, dois dias de corticoide foram suficientes para coloca-la de pé novamente, e dessa vez, com um pouco mais de disposição.
O sol da manhã e o quentinho da grama seca eram uma atração a mais. Não sabemos nada sobre a vida que ela teve, mas a Tita estava disposta a aprender tudo o que nos dispuséssemos a ensinar.
Das nossas expedições, ela não poderá participar, pois com apenas um quilo e meio, ela é uma presa em potencial para gaviões, quatis e até macacos.
As falhas no pelo começavam a desaparecer e a grossa camada de pele na ponta das orelhas também começava a afinar.
Aprendeu a reconhecer o próprio nome e já atende por Tita. Mas ela ganhou também um apelido e vem sendo chamada de Tripinha, por razões óbvias.
Suas canelinhas são da grossura do dedo mínimo de um homem adulto. O focinho, que no início não tinha pelos, acabou se enchendo de pelinhos brancos, o que reforçou ainda mais a estimativa de muitos anos vividos.
Tudo nela era de uma cadelinha velhinha. Tita era mesmo, na nossa avaliação, uma vovozinha.
Os olhinhos ainda estavam irritados, mas ela se coçava com muito charme. Tita é uma moça bem pretinha, com detalhes brancos: as luvinhas e também boa parte do peito e barriga.
Mesmo com apenas um quilo e meio, ela parecia uma mesticinha.
Depois de alguns meses aqui em nossa casa, acabou se integrando em definitivo à nossa matilha. Claro que precisamos tomar todo o cuidado possível, pois qualquer brincadeira estabanada poderá machuca-la com gravidade.
As correrias e latidos na porta da rua precisam sempre estar vigiados. E se a Pintada estiver no meio da confusão, então a permissão da Tita era suspensa.
Isso porque, com quase 30 quilos, uma pisada acidental da Pintada poderia ser fatal para a pequeTita.
No colo, ela se acomoda bem. Como qualquer Pinscher, ela é bem encrenqueira, mas quando se afeiçoa aos donos, não há lobo mais carinhoso.
Ela não parece ter sequer vontade própria. Anda atrás das pessoas em tempo integral, não abrindo mão do direito de estar junto, nem mesmo na hora de usarmos o banheiro.
Se levantamos à noite, precisamos ficar atentos pra não pisarmos nela, pois ela se levanta rente a qualquer um que se movimente na casa.
O colo é sempre dela. Todos os outros lobos do território já sabem que precisam se conformar.
Ainda não inventaram coisinha mais folgada e carente. A Tita veio ao mundo pra crescer, ou melhor, envelhecer, no colo. E não sabemos se ela teve colo um dia, ou se a descoberta fácil de agora é algo que ela traz no DNA.
Seja como for, não importa mais. Tita ainda tem muita vida pela frente. Tem se mostrado espertinha e disposta a correrias, brincadeiras e tudo o que tem direito.
Colo não vai faltar por aqui, e nem em sua futura casa, já que no contrato de adoção, haverá uma cláusula que lhe garanta colo todos os dias, o dia todo.
Amigos caninos também são importantes. Não há matilha mais equilibrada que essa turma daqui, mas mesmo assim, uma parte da socialização é mérito dela.
Já está brincando com a Hanna. A Duda é mais encrenqueira e menos receptiva.
Às vezes, se atreve a tirar satisfação com a Pintada, que a ignora solenemente. Nossa Pinta é mesmo a mais especial dentre todos os lobos.
Tita segue em recuperação, um pouco melhor a cada dia. A parte ortopédica virá mais adiante, mas já não temos pressa.
O tratamento da Leishmaniose, incluindo todo o período de fortalecimento e vitaminas, durou pelo menos uns 3 meses.
Foram dias intensos, mas com bons resultados.
Assim que os exames mostraram que o tratamento da Leishmaniose tinha corrido bem, decidimos então partir para a segunda parte.
Precisávamos também testar sua socialização com outros cães. Na verdade, ela se deu muito bem por aqui, mas o fato é que ela chegou bem debilitada e, quando se recuperou, já havia se acostumado.
Já notamos que a criança tem alguns traços de lobo alfa. É mandona e gosta de dar as ordens, embora seja tão pequena que nossa equilibrada matilha a ignora solenemente.
Um dia, chegou por aqui um cão preto como ela, macho, vira-lata de uns 9 quilos, e que também não usava uma das perninhas traseiras.
Bono foi resgatado na vala central de uma movimentada Rodovia, com a bacia partida em vários pedaços. Precisou de uma complicada cirurgia, pra voltar a andar.
Ele se encantou pela Tita, talvez pressentindo que ela era a única fêmea daquele grupo ainda não castrada.
Ela também se mostrou bem assanhadinha com ele, mas o fato é que em breve os dois passarão pela castração e esse namoro vai ficar pra uma outra vida.
Depois da conclusão do tratamento da Leishmaniose, chegou a hora de uma avaliação bem detalhada de sua condição ortopédica.
Uma primeira opinião médica indicava que o quadro seria irreversível. Já nos conformávamos com essa situação, principalmente porque aquela perninha não tirava dela a condição de correr e até de brincar.
Contudo, aquele episódio em que ela parou de andar depois de machucar uma perninha dianteira, era um sinal de que, se houve uma chance, por menor que fosse, dela voltar a usar as 4 perninhas, teríamos que tentar.
E o encontro dela foi então marcado com o Dr. Leonardo Maciel, do Hospital Veterinário Animal Center.
Ele avaliou, explicou a gravidade do caso, mas disse que ela poderia sim voltar a andar com as 4 pernas.
Valia então a tentativa e nos agarramos a ela.
Tita foi operada e chegou por aqui bem triste e desanimada, com dores e ainda sonolenta em razão da anestesia.
No dia seguinte, ela já se levantou como se nada tivesse acontecido. Aquela perna operada não era mesmo usada, de forma que ela conservava a mesma agilidade de antes.
Voltou a brincar e a pedir colo, como antes.
A perninha operada agora estava posicionada corretamente. E em apenas 2 ou 3 dias, ela já começava a escorá-la no chão discretamente, principalmente na hora de caminhar pela grama.
O dengo pra pedir carinho aumentou muito depois da cirurgia. Ela chega a dormir em pé, se houver dedos afagando seu pelinho, já crescido.
Seus futuros donos precisarão ter disponibilidade em tempo integral pra ela. Colo não pode faltar, pela manhã, em boa parte da tarde e à noite.
Em camas e sofás ela só pode subir se tiver escadinha. Não dá pra arriscar, pois ela não tem medo de se lançar e pular de qualquer altura.
O risco de fraturar os palitinhos é enorme e, por isso, ela precisará das escadinhas, pelo menos duas, uma para o sofá e outra para a cama dos donos.
Quando falamos que ela é um chicletinho, não há exagero. Ninguém imagina como é, mas ela realmente reivindica atenção e colo durante as 24 horas do dia, sem parar.
Como já tivemos em uma ocasião a devolução de um cãozinho adotado porque ele era “carente demais e ficava só pedindo carinho”, acreditamos que essa é uma característica que precisa ser enfatizada. Grude é grude mesmo, com força.
A Tita também já engordou um pouco. No dia do resgate, ela pesava em torno de 1.400 gramas e hoje atingiu a impressionante marca de 1.750 gramas.
Os ossinhos continuam salientes, mas as costelinhas já foram cobertas. Continua magrelinha, mas essa é a constituição natural dos Pinschers.
Ela faz somente uma refeição por dia, que começa às 05:00 da manhã e termina por volta de umas 21:00 horas. Come o dia inteiro, beliscando feito passarinho.
Se os grãos de ração forem muito grandes, eles precisam ser partidos em pedacinhos bem pequenos.
Já tentamos de tudo pra ela engordar. Ela adora qualquer coisa, de ração a petiscos, passando por pão, cenoura, amendoim e qualquer farelo que caia ao chão. Um pacotinho de sachê ela come de uma vez só, sem parar pra beber água.
Pra tomar remédio, é a coisa mais fácil do mundo. Basta colocar os remédios em um pedacinho de patê, de presunto e até de pão.
Adora pão com Novalgina. Só não pode exagerar, porque pra ela tudo é dose homeopática, com no máximo uma ou duas gotas de cada medicamento. Até o tamanho da gota precisa ser padrão.
Alguns dias depois, Tita tirou a talinha. Sem o curativo que mantinha sua perninha esticada, a perninha voltou a ficar pendurada, mas agora com mobilidade que lhe permite estica-la e atingir o chão quando necessário.
Talvez, ela não volte a andar com total mobilidade e fique mesmo com o defeitinho na perna, mas agora ela já tem agilidade e já consegue pisar com os 4 pezinhos. Já notamos que, em alguns momentos, ela caminha com as 4 perninhas e isso já é um grande avanço.
A castração ocorreu alguns dias depois da retirada dos pontos da perninha e o reforço na vacinação virá nos próximos dias. Enfim, nossa princesa está pronta para seguir um novo caminho, mas as exigências são muitas. Ela não será doada pra ficar sozinha. Precisa de companhia e de colo, muito colo, em tempo integral.
A castração revelou também outro segredo, que pra nós foi uma grande surpresa. Segundo o médico que a operou, nossa menina é uma adolescente com menos de um ano e meio. Isso mesmo: De velhinha, como acreditávamos, ela não tem nada.
Seu útero é de uma mocinha que teve no máximo 2 cios, ainda tem dentinhos de leite e o problema na perninha parece ter sido de nascença. Ao questionarmos os pelinhos brancos no focinho, a resposta foi que aqueles detalhes brancos eram genéticos e nada tinham a ver com a idade.
O resgate de um lobinho velhinho é sempre uma tristeza a mais, pois fica a sensação de que ele perdeu a vida inteira e tem pouco tempo pela frente. Mas para a nossa alegria, este não é o caso da nossa cisquinha. Ela tem a vida inteira pela frente. Isso coincidia com a energia que ela demonstrava ter na hora de correr e latir na varanda.
Ainda assim, precisa de donos mais que especiais, pois ela vai necessitar de cuidados, por toda a vida.
No vídeo abaixo, alguns momentos da Tita, já nessa fase final de preparação.
Tita foi adotada. Ganhou uma mãe muito carinhosa e um irmãozinho chamado Chico, ainda menor do que ela. Eles dormirão na cama da mãe, com direito a tudo de melhor.
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