Essa é uma história de Barnabé Paraguay, Gertrudes e Jurema.

Não é possível imaginar como esse garoto chegou tão longe. Bonito ele até que era, mas tinha alguma mistura de garnizé e era um galinho bem estrupiado, com pouca ou quase nenhuma carne.

A idade não ajudava. O tamanho de apenas uma única espora indicava ser ele um galinho bem velho, e com grandes batalhas na vida.

Estava vivendo em um lote onde funcionava um depósito de qualquer coisa.

O terreno foi vendido, o que havia de valor ali foi removido, inclusive outras aves mais gordas e apetitosas.

O Barnabé foi deixado sozinho no terreno, pra ser buscado depois. Talvez tenha dado trabalho e não tenha se permitido capturar. Sorte dele!

Dias depois, os antigos ocupantes do terreno proferiram a sentença dele: Vamos busca-lo hoje mesmo. Daremos um jeito.

O “jeito” prometido nos deixou um tanto desconfortáveis e procuramos sondar que jeito seria esse, muito embora não tivéssemos o direito de interferir.

E descobrimos então que ele seria assassinado a sangue frio naquele mesmo dia.

Com muito jeitinho, pedimos que ele nos fosse entregue, prometendo cuidar dele.

E talvez porque aquele tiquinho de carne não valesse o trabalho do abate, ele nos foi cedido.

E que destino dar a um galinho bem do sem vergonha, velho e pequeno?

Barnabé até que foi um nome bonito pra ele, mas o sobrenome Paraguay foi bem pensado, porque seu destino era certo.

Esse era o sobrenome da família que o recebeu.

Depois do resgate, passou uma temporada na roça, com direito a pasto de braquiária e alguns perigos nas noites escuras.

Ali ele não era o único macho, e era valente demais pra afinar pra rapazotes folgados.

A questão é que ele era pequeno demais e batia quase na canela dos adolescentes locais, e logo se viu que aquela convivência não seria tão pacífica.

Foi então que surgiu pra ele a possibilidade de ganhar um novo território, e dessa vez, sem outros machos pra disputar com ele.

Em sua nova casa, entretanto, ele não ficaria sozinho.

Duas garotas, que ganharam nomes e passaram a ser chamadas de Jurema e Gertrudes, foram escolhidas para fazerem companhia ao nosso galinho encrenqueiro.

Não sabemos quanto tempo de vida ele ainda tem. Vida longa ele já teve. Pra ele talvez não faça diferença, pois o Barnabé não tinha consciência dos perigos que corria, mas o fato é que agora ele não corre mais riscos.

O tempo que lhe restar será de qualidade, de vida livre e com segurança. Nunca será visto como uma potencial refeição, nem mesmo para predadores naturais, já que sua casa agora está bem distante das florestas e matas.

E o vídeo ao final mostra a chegada de Barnabé, Jurema e Gertrudes na nova casa.

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