Nascemos assim, sem ossos e com muitas pernas. Corpo esguio e apreciado por muitos predadores. Apetite voraz. Nossa mãe escolheu pra nós um arbusto vistoso, cheio de folhas e flores, que tanto nos alimentaria, quanto nos protegeria de predadores. Nascemos predestinadas a sobreviver, e evoluir…
Sem consciência da necessidade de preservar e proteger nossa casa, devoramos até a última folha, levando quase à morte, aquela que nos abrigou.
Esgotados os recursos de nossa planta hospedeira, nos recolhemos para um período de profunda reflexão.
Ali tivemos a consciência de nossos erros, de nossa impiedosa postura destrutiva. Presente se fazia o desejo de voltar no tempo, de reparar nossos erros.
De nosso recolhimento, retornamos melhores, cientes de nossas responsabilidades. Metamorfose? Talvez. Mas preferimos chamar de Evolução.
A vida nos daria uma segunda chance.
Aquela hospedeira que nos alimentou necessitava de agentes polinizadores pra perpetuar-se. E prontamente, abraçando a oportunidade única que a vida nos oferecia, passamos a agir como agentes de polinização.
Hoje, agradecida e recuperada, nossa hospedeira oferece suas folhas e suas sombras para o abrigo de nossos filhos.
Que eles cresçam e evoluam, e que recebam da vida a dádiva de uma segunda chance.
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