“Enquanto os homens exercem seus podres poderes,

morrer e matar de fome, de raiva e de sede, são tantas vezes gestos naturais.”

De janeiro a agosto de 2013, realizamos um trabalho de intensa divulgação e doação dos animais que estavam esquecidos na SMPA. A ONG estava sob fogo cruzado, com denúncias de todas as espécies. Aproximadamente 220 cães viviam ali.

Enquanto os homens resolviam suas diferenças, a conta caia sobre as carcaças dos animais. Foi este o cenário que encontramos e foi focando nos animais que agimos, procurando nos manter afastados da guerra que se travava nos bastidores. Mantivemo-nos neutros.

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Naquele período de 8 meses, houve redução no número de cães, apesar dos vários que chegavam todos os dias. Nunca nos iludimos com os números, nem nos sentimos responsáveis por eles, já que sabíamos que as mortes também contribuíam.

De qualquer forma, graças às bem sucedidas adoções, que não foram poucas, pela primeira vez em muito tempo, houve redução substancial nos números. Muitos animais ganharam uma nova chance. Até hoje recebemos fotos das boas adoções que tivemos a alegria de intermediar.

Em agosto de 2013, tivemos que nos afastar por razões que não precisam ser propagadas. Segundo contagem da diretoria da época, restavam no abrigo 120 cães.

Em Janeiro de 2014, graças à união de alguns amigos que arrecadaram dinheiro suficiente para mais um mutirão de vacinação, retornamos, apenas para acompanhar a aplicação das vacinas, o que resultou na última matéria elaborada com aqueles animais.

http://oloboalfa.com.br/smpa-eles-continuam-esquecidos/

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Naquela ocasião, vacinamos 170 cães, os quais, somados aos que não estavam em condições de receber as vacinas, nos davam conta de 190 cães, fora os gatos que nunca foram sequer contados. Era a confirmação de que, sem campanhas de adoção, os números voltaram a subir, em média, 14 por mês, já descontadas as baixas.

A guerra entre os homens seguia seu curso, até que, em 18/06/2014, uma liminar judicial destituía a diretoria e nomeava interventores, com a missão de convocar nova eleição, o que foi feito alguns meses depois, com a legítima eleição de uma nova diretoria, composta pelos mesmos interventores nomeados.

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Naquele dia, apenas 5 meses após nossa última campanha de vacinação, os relatório da intervenção davam conta da existência de 189 animais, sendo 159 cães e 30 gatos. Pela primeira vez em muitos anos, mesmo sem campanha substancial de adoções, os números caíram.

Não vamos nos atrever a fazer contas e nem em levantar hipóteses. O nosso foco sempre foi ajudar os animais. Foi assim quando lá estivemos pela primeira vez e continuará sendo assim nessa nova etapa, em que fomos convidados pela nova diretoria para ajudar na divulgação dos animais.

Estivemos na SMPA no domingo, dia 11/01/2015, como voluntários, para a realização de algumas fotos, e ajudar na divulgação dos animais.

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Como de todas as outras vezes, focaremos nos animais. Não apontaremos o dedo para os erros humanos. Nossa capacidade de julgamento é limitada e a vida sabe como interpretar e aplicar a lei do retorno.

Mas cabe aqui um desabafo. Depois de um ano, esperávamos rever alguns amigos, mas eles não estavam lá. Tivemos um único reencontro, pelo menos dos que eu me lembrava.

Um dia dei a ela o nome de Pitucha. Eu não esperava encontrá-la viva. Estava lá na primeira sequência em 2013, a reencontrei em janeiro de 2014 e, agora, para grata surpresa, lá estava ela.

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Hoje, quase livre da dermatite. Os banhos que vem tomando têm ajudado muito. E que dessa vez, nossa matéria possa fazer a diferença na vida dela.

Podemos mesmo classificá-la como “única sobrevivente”. Talvez Fênix fosse um nome mais adequado para aquela que ressurgiu das cinzas, mas vamos insistir em Pitucha mesmo. É uma cadelinha pequena e de fácil adoção, pelo menos é o que esperamos.

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Tínhamos muitos amigos ali, animais que não conseguimos ajudar, mas que nunca foram esquecidos. Estávamos ansiosos por revê-los. Sabíamos que não houve campanha substancial de adoção depois que nos afastamos e que, dificilmente teriam saído dali adotados.

A pergunta que não consigo travar na garganta: _Onde estão os meus amigos? O que aconteceu com eles?

Como o foco sempre foi e continuará sendo os animais, vou engolir minhas desconfianças e aceitar a morte deles como consequência de uma vida dura, sofrida, fria e triste. Afinal, muitos deles já eram velhos e alguns estavam doentes. Soma-se que as baixas ali sempre foram e continuam sendo constantes.

E pra deixar clara nossa intenção de ajudar os animais e não fazer parte da batalha entre os homens, registramos aqui nosso reconhecimento ao esforço daqueles gatos pingados que, na medida do possível, se empenhavam em nos ajudar, facilitando o trabalho que tentávamos desenvolver em prol dos animais. Nem todas as maçãs ali eram podres.

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Estamos de volta, agora com carta branca pra mostrar e contar o que acharmos necessário, com o objetivo de despertar, mostrar a realidade e mudar alguns daqueles destinos.

Os casos graves agora já podem ser mostrados, porque a reputação dos diretores e dos veterinários que lá atuam não é mais importante que a vida dos animais que eles se dispuseram a ajudar.

Pirata é nosso amigo agora. Ele é um dos que estão na nova enfermaria. Luta para viver e tudo indica que a luta será longa. Suas chances seriam melhores se saísse de lá e ganhasse motivos reais pra viver. Leia-se: uma família.

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Espero não ouvir mais frases como: “_Odeio protetores.”, e não ter que engolir a pergunta lógica (_E o que fazes aqui?), por medo de ter o acesso negado e não poder mais ajudar os meus amigos.

O calabouço, de onde retiramos a Aninha (Jan/2014), o Fred (meados de 2013) e alguns outros, hoje está desativado. Chamavam aquilo de enfermaria, embora eu não acreditasse que ali algum animal pudesse ser recuperado.

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Ainda está lá a mesa enferrujada e fria, onde, segundo narram os antigos frequentadores, tantas vidas se foram, com sequências de eutanásias que eram decididas com o dedo indicador de quem não tinha conhecimento técnico para tanto, muitas vezes sem nem mesmo tocar o animal.

Foi impossível não imaginar se alguns dos meus amigos terminaram sua história ali. Claro que muitos eram velhos e doentes. Eutanásias, em um depósito de animais indesejados, são procedimentos corriqueiros e até necessários, mas é impossível não imaginar coisas tristes.

Eutanásia é o procedimento aceito para abreviar o sofrimento de um animal em fase terminal, e só isso. E que assim tenha sido.

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Mas não era pra ser. Eles tinham uma chance. A culpa dessa triste realidade tem que ser despejada nas costas de uma sociedade inteira, de gente que abandona, que não consegue sentir afeto por um animal, e que os descarta quando ficam velhos, ou quando dão trabalho.

O que nos resta agora é fazer tudo o que pudermos pelos que lá estão. Eles também são nossos amigos, novos amigos.

Nossa proposta é mostrar cada um desses animais. Eles terão nomes, terão uma história e se tornarão conhecidos. Queremos que, nas redes sociais, cada adoção seja comemorada. Eles terão amigos virtuais, mesmo que não saibam disso. E esses amigos ajudarão a compartilhar suas histórias, os apresentarão aos seus próprios amigos e criarão uma corrente do bem para salvar alguns deles.

A mesma sociedade que os jogou ali precisa agora se mobilizar para tirá-los de lá. Se alguém não entendeu, a sociedade a que nos referimos, é a mesma da qual todos nós fazemos parte. Essa história de que “Eu faço a minha parte” já deu. Precisamos entender que nossos umbigos nada representam. Somos parte de um organismo único chamado humanidade. Ou crescemos todos, ou não chegaremos a lugar algum.

Melhor mesmo é virar a página, esquecer os antigos, desejar que eles voltem em melhores condições e que aqui encontrem um mundo mais acolhedor. É por essa transformação que lutamos.

Toni, Bidu, Paco, Miguel, Valente, Vovô, Tico, Bob, Frederico e tantos outros continuarão existindo em nossa lembrança. Suas fotos continuam registradas em nosso site, nas matérias anteriores. Sabemos onde estão e quem os recebeu. Estão bem e breve estarão de volta.

É possível que alguns deles cruzem novamente nossos caminhos. O que podemos fazer de melhor por eles é continuar despertando e sensibilizando as pessoas para que, quando voltarem, onde quer que venham a nascer, sejam bem recebidos e caiam em boas mãos.

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Foquemos agora no que é possível fazer. Outros e novos amigos precisam de nós, para que não repitam a história de abandono, rejeição e descaso que um dia tomou conta de um lugar que, apesar do nome, há muito não protege animais.

A tal enfermaria desativada é hoje a casa de um lobo solitário, o Rinti, um Pastor Alemão puro, mas que ficou velho e perdeu sua utilidade como cão de guarda.

Ele é agora um dos nossos novos amigos. É um cão bonzinho, incapaz de morder. Recebe bem os estranhos, aceita afagos e já aceitou meu pedido de amizade, que não foi virtual.

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Suas orelhas trazem sequelas das muitas otites não tratadas ao longo da vida. O Rinti nunca foi estimado, não sabe o que é ter uma família.

Possivelmente, passou a vida em um canil, sendo solto à noite para vigiar o patrimônio dos donos. Pode ter sido cão de empresa, de oficina, depósito de gás ou coisas do gênero.

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Não terá muito tempo de vida, mas esperamos que seus últimos dias não sejam em um depósito de vidas indesejadas, como são hoje muitos dos abrigos espalhados pelo mundo.

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ATUALIZAÇÃO: Não deu. Menos de um mês foi suficiente para que o Rinti entendesse o que estava acontecendo. Ficou revoltado e descrente da espécie humana. Passou a morder as pessoas.

Deixou claro, pra quem puder e quiser entender, que levará desta vida apenas mágoa e tristeza. Não cumpriu a etapa evolutiva para a qual veio ao mundo. Talvez, tenha dado um passo atrás e volte um pouco menos humanizado do que agora.

Rinti morreu na terça-feira, 17 de fevereiro de 2015. Pra nossa conveniência, diremos que ele já era velhinho e que chegou a sua hora. Entretanto, aqueles que conseguem ver um pouco além entenderão que não foi nada disso.

Vá em paz, amigo, e nos perdoe, se for capaz.

Também fomos surpreendidos positivamente com algumas cenas que merecem ser contadas.

Apesar de tudo, encontramos animais alegres, ensaiando brincadeiras e encontrando voluntários com disposição para dar colo, pra brincar e dar atenção, apesar do pouco tempo pra tantos afazeres.

Alf é um mestiço de Collie, de pelo macio, muito agitado e brincalhão. Das grades de sua prisão, ele não tem a visão do abrigo. Melhor assim, pois não seria tão feliz.

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Veínha e Veínho chegaram a brincar com um dos voluntários, fazendo correria, latindo, pulando e agindo, em tudo, como um filhote saudávei e estimado. Contudo, os pelos brancos em seus focinhos não escondem suas idades. Dizem que eles são antigos por lá, mas eram muitos iguais e realmente não me lembrava deles.

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O sorriso aberto não espelha a realidade daquele lugar.

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Infelizmente, faltam condições para resolverem tudo, mas sobra vontade de transformar aquelas vidas.

Como já havíamos insistido em matérias anteriores, problemas como esse jamais serão resolvidos por um pequeno grupo. Sem mobilização e união de uma sociedade inteira, pouca coisa vai mudar na vida daqueles animais.

O colo dado pelos voluntários e a retribuição do carinho com lambidas é o sinal de que alguma coisa mudou por ali. Ainda assim, mesmo tendo uma ração de melhor qualidade, vacinas em dia e um pouco mais de atenção, a SMPA continua sendo um depósito de vidas indesejadas, um lugar onde ainda se morre de tristeza.

Esta é uma menina carinhosa e comportada. Poderia viver muito bem em um apartamento. Não é mais jovem e seria ótima como companhia para pessoas idosas.

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O nome dela, por razões óbvias, é Linguinha.

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As cicatrizes revelam um passado de brigas, de agressões, de luta pela vida, contrapondo-se à alegria de ter conseguido uns instantes de colo.

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Infelizmente, por razões óbvias, os casos de chamego explícito são isolados. Um ou outro mais enfático nas reivindicações consegue o que quer.

E assim, de colo em colo, nos poucos instantes em que é possível dar um pouco de atenção, eles vão entendendo que lobos e homens evoluíram pra viverem juntos, em família.

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As marcas nas faces parecem antigas e profundas, mas nada que não possa ser apagado. Não há espaço pra ressentimentos ou traumas na personalidade dos lobos. Eles são essencialmente bons.

O nome dela é Princesa. Por sorte, cães não usam espelhos e ela poderá esquecer bem rápido que um dia foi ferida.

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Filhotes ainda são muitos, pois eles chegam todos os dias. Muitos morrem antes de trocarem os dentes.

A tentativa de mudá-los de ambiente os levou a lugares improváveis, escondidos, amontoados.

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Não pode haver cena mais triste que filhotes se espremendo para se aproximarem das grades e receberem o toque de dedos humanos. Eles estão prontos para uma nova vida, mas ninguém os quer.

Alguém precisa explicar pra eles que ali é o lugar dos “lobos que ninguém quer”.

_Não pensem que, porque são filhotes e choram alto, vão conseguir um pouco de carinho. Como vocês, existem milhares espalhados pelo mundo. Aqui, as pessoas se desdobram para que vocês tenham o que comer, mas é só.

Carinho, afeto e caminha macia, vocês terão um dia, quando a nossa espécie entender sobre a grande teia que abrange todas as formas de vida neste planeta. Até lá, fiquem aí e engulam o choro.

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Na nova enfermaria, uma verdadeira roleta russa. Filhotes e adultos dividindo o mesmo espaço, os mesmos virus e bactérias, as mesmas infecções, as mesmas remotas chances.

A SMPA poderia abrigar bem uns 40 ou 50 cães. Mas com quase 4 vezes esse número, nenhum deles tem qualidade de vida. Boa vontade e esforço não salvam vidas. É preciso recurso material, voluntários comprometidos, erradicação de doenças, descontaminação de ambiente, reformas e mais uma infinidade de outras coisas.

Insistimos que, sem mobilização e união de uma sociedade inteira, nada vai mudar. Vamos conseguir doar meia dúzia de animais, mas a maioria terminará seus dias ali. Isso não é justo e o custo dessa situação, para a evolução e transformação que queremos ver no mundo, é muito maior do que somos capazes de avaliar.

Cada lobinho que nasce vem com a carga genética de 100.000 anos de evolução rumo à humanização. Se chegarão ao final da vida como lobos selvagens ou quase falando, vai depender de como serão recebidos e acolhidos. Essa responsabilidade é de cada um de nós.

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ATUALIZAÇÃO: A filhotinha acima chamava-se Doll e o Cão preto adulto da foto à direita era o Lucky. Só soubemos o nome deles quando já não estavam mais aqui. A Doll não resistiu à doença. Chegou a apresentar melhora, mas sem adoção, teve que continuar na enfermaria e teve uma recaída. Foi demais pra ela.

Lucky tinha insuficiência renal e também partiu, em agonia.

Nick é uma poodle fêmea, paraplégica. De seu chiqueirinho, ela late e tenta se levantar pra chamar a atenção de quem se aproxima.

Fica muito evidente a sua necessidade de afago e contato humano.

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Quando colocada no colo, comporta-se como uma mocinha educada.

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Ao ser colocada no chão, ela ensaia alguns movimentos, o que nos leva a acreditar que a paralisia dela pode ser revertida.

E não faltarão esforços para que ela volte a andar. Agora podemos dizer que ali tem pessoas comprometidas, dispostas a se doarem, como nunca tínhamos visto em nenhum outro lugar.

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ATUALIZAÇÃO: Nick venceu a doença. Depois de muita dedicação, acupuntura, fisioterapia e muito carinho, ela recuperou os movimentos e hoje corre e pula por todo lado, sem nenhuma sequela, sequer. Ela ainda espera por adoção, hoje vivendo provisoriamente na casa de um dos diretores da ONG.

Naiobe é uma mesticinha de Cocker de apenas 5 quilos. É minúscula e magrelinha. Ela é paraplégica, cega e bem velhinha.

A boa notícia é que ela também tem chances de voltar a andar. Tudo será tentado, mas sabemos que ela teria melhores chances se tivesse motivos pra continuar aqui. Se for pra continuar esquecida em um depósito de vidas, que os anjos da guarda a levem embora.

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ATUALIZANDO: Naiobe desistiu de esperar. Nós a fotografamos em um domindo e soltamos a matéria alguns dias depois. Ela partiu no mesmo dia em que a matéria foi publicada.

Não era pra ser assim. Parecia que estávamos adivinhando que ela não teria futuro. Seus anjos da guarda também entenderam o recado e decidiram levá-la embora. E que assim seja, pequeninha. Que você volte sã e que seja bem recebida. O Céu dos cachorros deve estar em festa, mas aqui fica a frustração, a sensação de fracasso e o lamento por não termos sido capazes de ajudá-la.

Nero também é tetraplégico, e num estado bem pior. Suas pernas não se movem e ele só consegue firmar o pescoço se estiver deitado sobre seu lado direito.

Se trocar de posição, não consegue sequer levantar a cabeça. O caso dele é mesmo muito grave. Cadeirinha de rodas, pra ele, só se fosse puxada pelos donos.

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Quem sabe esta será a solução para ele voltar a passear em uma pracinha? Claro que dará muito trabalho, mas acreditamos que existem pessoas por aí dispostas a isso. E vamos tentar encontrá-las.

Os três dividem o mesmo espaço, cada um em sua caminha.

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Pirata é o retrato do abandono. Se estas fotos não forem suficientes para transformar a vida dele, que elas sirvam pra mostrar às pessoas o que acontece quando abrem os portões e colocam um cão pra fora de casa.

Comida não brota nas calçadas. Água, só quando chove. Vacinas não são aplicadas em cães vadios.

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ATUALIZAÇÃO: Pirata segue em tratamento e vem apresentando melhoras. Que ele seja um dos finais felizes dessa história.

Cadu e Juquinha também estão em tratamento. Eles são amigos e só têm um ao outro. Cadu já é velhinho e Juquinha ainda pode viver alguns bons anos. São dois bichinhos do mato.

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Petra é a coisa mais oferecida que encontramos ali. Seu pelo brilhante indica vitalidade e boa saúde. Isso nos dá conta de que os cães da SMPA só precisam de cuidados pra se tornarem bichinhos carinhosos e companheiros.

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Vida é uma fêmea jovem, branca com algumas poucas manchas amarelas. Parece ter sido pintada a mão, mas a tristeza de viver ali lhe retira o brilho.

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Logo no início de nossa visita, um convite para passar pelo terraço, um lugar onde costumavam ficar os cães que não eram adotáveis, doentes ou velhos.

Não foi com alegria que subi aquelas escadas. Foi de lá que retirei uma menina conhecida como Duda Zuim, uma cadelinha que já não tinha vida, consumida por todo tipo de doença.

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Enquanto escrevo esta matéria, posso me virar e ter a visão da menina esparramada na cama logo atrás de mim. Dorme pesado, esperando o dia clarear pra começar a rotina de correria e brincadeiras. E como eu queria a mesma sorte pra todos eles!

E, como naquela tarde do dia 20 de maio de 2013, lá estavam outras Dudas, esperando pela mesma sorte que teve nossa mascote.

E ali, no mesmo lugar de onde retirei a Duda, encontrei um cãozinho que vou chamar de Dudu. Quem sabe este nome traz sorte pra ele?

A visão inicial era angustiante demais. Fizemos as primeiras fotos, sem muita expectativa de usá-las.

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Mas aí, assim que me abaixei pra encontrar melhores ângulos para fotos, ele se aproximou, deitou a cabeça em minhas pernas e me olhou. Foi o pedido de ajuda mais angustiante que já recebi, desde que um dia me atrevi a resgatar animais.

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Não tive coragem de dizer a ele que não dá mais tempo, mesmo porque, já aprendi que sempre dá, mesmo que seja pra terminar no outro dia. Você vai sair daí, Dudu, mesmo que seja pra morrer no outro dia.

ATUALIZAÇÃO: É muito triste ser mensageiro de tão triste prognóstico. O Dudu chegou a receber tratamento e deu sinais de melhora. Mas a adoção não veio e, tratamento em um abrigo assim, pouco adianta. Na maioria das vezes, eles morrem é de tristeza mesmo. Vá em paz amigo. Não foi dessa vez.

Outro caso terminal é desta mocinha que chamaremos de Anja.

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Só mesmo ampliando a foto de sua face pra se ter a noção da gravidade do caso.

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A Anjinha parece que já morreu faz tempo, mas ainda insiste em continuar ali. Ela espera por alguém que não voltará para buscá-la.

Se os donos soubessem o que fizeram…

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ATUALIZAÇÃO: De todos os casos críticos ali, a Anja era mesmo o mais grave. Sua morte aconteceu poucos dias depois que tiramos suas fotos. E que assim seja, que sua história leve as pessoas a refletirem, e que entendam que é dever de todos nós transformar este planeta em um mundo mais justo e humano.

A Anjinha vai voltar. Só nos resta continuar trabalhando para despertar e sensibilizar mais pessoas para a triste realidade do abancono. Assim, ela terá melhores chances de cair em boas mãos, da próxima vez.

Téo é um mestiço de Sheep Dog, de porte médio. Não é tão grande como o original, mas igualmente dócil e carinhoso.

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Ainda no terraço, encontramos outros casos especiais. Preta, que passaremos a chamar de Jabuticaba, é uma cadela de porte médio a grande, ligeiramente acima do peso, cega dos dois olhos e com problemas a serem resolvidos.

Ela parece bem, aceita aproximação, não estranha qualquer toque humano e recebe com alegria os afagos.

Seus olhos, entretanto, muito vermelhos e com sinais de hemorragia, indicam que ela precisa de ajuda oftalmológica, o que a SMPA não pode suprir.

Não podemos rotular de cegos os animais que não enxergam, sem dar a eles uma avaliação oftalmológica para saber se algo pode ou precisa ser feito. Se não for para que voltem a enxergar, que seja para que tenham melhor qualidade de vida.

No caso da Jabuticaba, talvez a solução seja a remoção cirúrgica do globo ocular, para eliminar foco de infecção, mas ela precisa ser avaliada por alguém que possa indicar o melhor caminho.

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Em um canil separado, Pit, o mais amedrontador daquele lugar. O isolamento é uma precaução, embora ele tenha habilidade de escalar muros e, algumas vezes, foi encontrado em canil coletivo, socializando e até brincando com os outros cães.

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O que descobrimos quando entramos no canil, foi um Pit Bull com cara de “sem vergonha”, disposto a brincar.

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Aos afagos, ele responde espichando o pescoço, indicando onde o carinho é mais gostoso.

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Ao contráro do Pit, Pintada é uma mestiça de Pointer, que coloca medo em qualquer um que se aproxima.

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Ela avança na grade com ferocidade, deixando claro que rasgará qualquer um que tentar entrar em seu território.

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No entanto, pra quem não tem medo de dentes, é só abrir o portão e entrar. Algo mágico acontece e ela se transforma.

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Pode ser uma ótima amiga e saberá defender seu território como poucos.

Orelha ganhou este nome por algum motivo que não me lembro mais. Ela é pequenina e parece ser mestiça de Fox Paulistinha.

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Seu lugar preferido é a caixa de dormir. Mais atenta que ela, ainda não encontramos.

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ATUALIZAÇÃO: Quando fotografamos o Orelha, estávamos de longe e ele quieto dentro de uma caixa de transporte. Parecia um cãozinho saudável, mas a caixa escondia o que estava mais abaixo. Na verdade, tratava-se de mais um cãozinho paraplégico.

Nos últimos dias, chegou à SMPA um grupo de voluntários muito dedicados. Uma delas decidiu mudar a vida do Zé (Este é o verdadeiro nome dele). Ela o levou para a casa e está proporcionando ao menino todos os tratamentos possíveis. O resultado de tamanha dedicação não poderia ser outro. Ainda vamos mostrar aqui vídeos desse garoto caminhando.

Narizinho é outro caso que precisa de cuidados especiais. Uma ferida na nariz vem sendo tratada há muito tempo, sem sucesso.

Talvez, uma análise com veterinário oncologista cairia bem, mas pra isso precisaríamos contar com um vet solidário. Tratamentos especiais estão fora do alcance da SMPA.

Alguns casos exigem especialidades médicas e os veterinários clínicos que ali atuam não podem ajudar muito.

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Dividindo o canil da entrada com a Narizinho, está o Snoopy, um lobinho pequenino, de apenas 6 quilos, meio misturado com Cocker.

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E o nome lhe cai muito bem. Tufinhos assim costumam fazer sucesso.

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Olhinho Verde é uma cadelinha espetada, branca, com algumas manchas indefinidas e lindos olhos amarelos.

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Tudo a ver o nome que lhe deram.

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Ela é carente e adora um colo. Comporta-se, aliás, muito bem no colo.

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Sinval é um sujeito bem fortinho, legítimo vira-lara de boca preta. É bonzinho e está louco pra ter uma casa com jardim. Ele promete se comportar e não estragar nenhuma planta.

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Outro caso especial a necessitar de consulta oftalmológica e, possivelmente, de algum tratamento. O Charles, ou Charlinho, é cego, mas um de seus olhos está com hemorragia, chegando a vazar em alguns momentos.

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Tunico tem cara de Tunico mesmo. Ele é jovem e muito alegrinho. Ainda não se deu conta de onde está e, se a adoção não demorar, ele não chegará a ficar triste.

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Lyon é um belo cão de pelagem espessa. Embora pareça, ele não é um cãozinho de colo. Ele não é feliz ali e aprendeu, possivelmente na rua, a se manter distante das pessoas.

Ele não é agressivo e não ataca, mas não permite aproximação. É uma adoção especial, pois precisará ser socializado. Vai gastar algum tempo e muitos petiscos pra voltar a abanar o rabinho e fazer festa.

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No canil nº 4 funciona a refinaria de açúcar do abrigo. Quatro cães de porte grande dividem o território. Eles são doces.

O mais dócil é o maior deles, um menino de pelagem castanha escura, grande, robusto, que deve pesar uns 40 a 50 quilos.

Ele se aproxima sem cerimônia e aceita a amizade de qualquer estranho. Não serve para guarda, pois o ladrão é capaz de se apaixonar e levá-lo embora.

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Daremos a ele o nome bem apropriado: Bill.

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Tigrão é também um espetáculo de cachorro. Grande, forte e bobo até mandar parar. Ele parece ser bem jovem ainda. É o tipo do cachorro que vai se divertir muito correndo pra buscar bolinhas no jardim.

Ele precisa de espaço e companhia.

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Além do Bill e do Tigrão, os gêmeos, Bob e Marley.

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São dois amigos grandes. Em situações assim, precisamos nos contentar em salvar um de cada vez, embora tenhamos o direito de esperar adoções duplas, triplas ou quantas forem possíveis.

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Um dos canis da SMPA é chamado de maternidade. Ali ficam as mãe com crianças de colo, ou melhor, de tetas.

Algumas crianças acabam crescendo e ficando por ali, como é o caso do filhotão Heitor, um cãozinho prognata, muito bonzinho e brincalhão.

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Procuramos pelos pequenos, mas poucos estavam ali. A mortandade de filhotes continua alta por lá.

Encontramos muitas mães, já sem os filhos, exibindo-nos as tetas ainda flácidas de amamentação recente.

Pelo olhar, elas pareciam perguntar pelas crianças. Aquele canil está mais para canil das lamentações do que para maternidade.

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São muitas mães e apenas um filhote sobrevivente. Lucinha é o nome desta pretinha. Ela ainda tem chances, se sair dali.

Ainda mama, mas a essa altura, o leite materno pouco vai fazer por ela.

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Flagramos a moça pendurada nas tetas da mãe. Lucinha deve pesar alguns gramas. É uma minúscula lobinha que cabe na palma de uma mão humana.

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ATUALIZANDO: A filhotinha preta que aparece pendurada nas tetas de sua mãe não sobreviveu. Sua história foi triste, muito triste. Ficou registrada em nosso site, no link SAUDADE. http://oloboalfa.com.br/lucinha-acabou-a-infancia/

Em outra ala, mais uma família espera a transferência para a maternidade. Estes filhotes já estão maiorzinhos e até já poderiam ser adotados.

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O tempo faz deles meninos tristes e, da mãe, uma loba receosa pelo futuro de seus filhos. Ela está assustada, como se pressentisse que a separação está próxima.

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ATUALIZANDO: Nenhum desses filhotes vingou. A última morreu hoje, domingo, dia 01/03/2015, agonizando em uma gaiola. Essa foi a única vida que ela conheceu. Não faltou empenho ou tratamento. Faltou adoção. Esse é o maior problema enfrentado hoje pela SMPA.

Ainda na maternidade, continuamos flagrando mães depressivas, sentindo saudade das crianças.

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Esta coisinha assustada e encolhida é uma adoção especial. Esta cadelinha, que chamaremos de Letícia, foge apavorada diante de qualquer aproximação.

Se insistimos e nos aproximamos, ela se encolhe ainda mais e treme sem parar quando acariciada. Não faz menção de morder, mas sofre com um simples carinho.

Não sabemos o que ela trouxe na mala, qual o seu passado de medo, mas é certo que, enquanto estiver ali, em um abrigo, sua situação só vai piorar.

SMPA Jan15 76

Como em qualquer depósito de animais, sempre encontramos aqueles que são hostilizados, que precisam viver em tempo integral se escondendo. Infelizmente, cães também cometem Bulling.

Estrela é uma fêmea branca e preta que é o saco de pancadas do canil onde está. E não adianta remanejamento. Sua energia de loba ômega será entendida onde quer que ela esteja.

Flagramos a Estrela caminhando pelos cantos, sempre encolhida e com o rabinho entre as pernas.

SMPA Jan15 77

Depois, refugiava-se em uma caixa e ali ficava. Chegou a esboçar um sorriso, como se perguntasse: _Vou sair daqui?

E quem é capaz de responder?

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Tekinha é uma mesticinha de Basset. Lembra muito um certo Bidu, da casa de d. Tereza, que acabou ganhando na loteria. Quem sabe a Tekinha terá a mesma sorte?

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Filhinha é uma menina de porte grande, pesando uns 30 quilos. Seu pelo, longo e macio como os de uma Golden, traz a cor forte de um tigrado quase preto.

Não é velha, mas é calma e muito tranquila. Seria uma ótima amiga para pessoas idosas, ou mesmo para crianças pequenas.

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Beth é uma fêmea de pelo longo, preta como a noite, já com alguns pelos brancos no focinho. Ela teve um olho furado e é uma das candidatas a uma consulta oftalmológica.

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Só para não esquecer dos tigres, lá estão 30 filhotes, todos com fungos. Aos gateiros de plantão, eis no que podem ajudar. Eles também pedem socorro.

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A vontade é mostrar todos em uma só matéria, mas a prudência recomenda que paremos aqui. Outras matérias virão e teremos a chance de apresentar todos.

Pra não desperdiçarmos as fotos, segue ao final uma galeria delas.

A SMPA precisa de ajuda. Desde que a nova diretoria assumiu, muito já foi feito, algumas clínicas, veterinários e outras ONGs estão se mobilizando pra ajudar, mas ainda é pouco pra tantos problemas.

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COMO AJUDAR

Eles precisam de tudo: cobertores, caminhas, casinhas, material de limpeza, patês, tapetes higiênicos, fraldas descartáveis, areia de gato, comedouros e bebedouros, medicamentos, jornal, ração e muito mais.

Precisam reforçar vacinação, fazendo um trabalho pesado de imunização com vacinas específicas, materiais de descontaminação como amônia quaternária (ou HerbalVet), cloro, água sanitária, desinfetante, inseticidas naturais ou químicos.

Precisam muito de ajuda com serviços de pedreiro e material de construção…

Precisam de voluntários, de muitos voluntários, mas que sejam pessoas que se comprometam e que cumpram o compromisso assumido. Aqueles animais precisam de pessoas para limpar e lavar os canis, trocar a água, alimentar, medicar, etc. Precisaríamos de um bando de voluntários que suprisse a necessidade dos animais, com pelo menos 10 pessoas comprometidas todos os dias. Se você puder doar as manhãs de segunda-feira, já será uma preciosa ajuda, mas que seja constante.

Precisam da ajuda de veterinários especializados (Oncologistas e Oftalmologistas), que possam doar a estes animais sua experiência e conhecimento, para ajudar alguns casos sem solução que ali estão. Acreditamos que cada um desses profissionais, em apenas uma tarde ou uma manhã, conseguirá examinar aqueles casos mais urgentes e, quem sabe, dar a eles uma chance de cura.

Precisamos de adestradores, que possam ajudar com casos mais difíceis, de animais arredios e medrosos, ou mesmo com alguns casos de animais bravos e hostis.

Precisam também de padrinhos para…

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Mas precisamos, antes de tudo isso, de adotantes e de protetores dispostos a fazer apenas um resgate.

É preciso deixar claro que muitos animais ali estão prontos para adoção. Mas outros precisam de resgate, de gente que os receba, sabendo que precisarão de tratamento, de consulta, de reforço nas vacinas.

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Contato para adoção:

OBS: Essa matéria é antiga, mas ficará aqui registrada, pra ensinar sobre a vida em “depósitos de animais”. Assim devem ser chamados os abrigos.

É possível que alguns dos animais aqui mostrados ainda estejam vivos, no novo abrigo para onde firam transferidos os sobreviventes desse holocausto. A luta contra o abandono continua e ainda vai longe.

Virá o dia em que todos os homens serão protetores de animais.

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AGRADECIMENTOS

Desde que a nova diretoria assumiu, algumas pessoas já se dispuseram a ajudar.

O Hospital Veterinário Animal Center está ajudando, recebendo os casos mais graves, dando-lhes internação e tratamento 5 estrelas. Sem essa ajuda, estes animais morreriam em agonia.

A Clínica Veterinária Mascote também abraçou a causa e está realizando as cirurgias captadas no consultório da SMPA. A Mascote também recebe filhotes que precisem de mamadeira ou de cuidados especiais, fornecendo ainda a hospedagem na véspera dos eventos de adoção, onde tomam banhos, limpam os ouvidos e ficam em melhores condições de serem doados.

As veterinárias Gabriela Monteiro e Kária têm ajudado muito com ultrassons a preços subsidiados para a população atendida pela SMPA, e oferecendo, gratuitamente, os mesmos exames para os animais internos do abrigo.

Algumas castrações já estão sendo feitas gratuitamente pela UFMG, com a ajuda do Projeto Castração da Professora Christina Malm.

Estão também buscando reativar convênio, para a mesma finalidade, com a PBH, assim como também para vacinação anti-rábica e desparasitação.

Outras ONGs também já estão se mobilizando. Os eventos de adoção têm acontecido, com a ajuda da ONG Proteger, do Bast/Adotar e Taverninha.

A Associação Bichos Gerais também ajudou muito, quando, no dia da troca de diretoria, emprestou um médico veterinário para os cuidados iniciais, por um mês inteiro, além de resgatar e assumir todos os gatos que lá estavam. Aqueles animais, que sempre estiveram em segundo plano, agora estão recebendo tratamento adequado e vêm sendo recuperados.

A Ninho dos Bichos tem também ajudado assumindo algumas mães com crianças de colo, e outros casos especiais, recebendo-os em suas dependências, aliviando um pouco a superlotação e dando melhores condições a alguns animais.

Já existe uma mobilização por parte de muitos grupos e ONGs, mas nem isso está sendo suficiente. Como explicado, se não tivermos mobilização e união de TODOS, aqueles animais não terão chances.

Fotos: Para esta matéria, contamos com a ajuda da Luciana de Nardi, que nos ajudou com as fotos, perdendo uma tarde de domingo, percorrendo os canis e fotografando os animais.

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