Tataca é uma periquitinha do encontro amarelo, que escapou de algum cativeiro e chegou a uma casa, onde outros pássaros viviam ali.

Foi deixara em uma gaiola e passou a viver ali. Claro que, se permitiu se capturar assim tão fácil, é porque ela já estava mesmo acostumada ao cativeiro e não sobreviveria sozinha, se não passasse por um período de adaptação e fortalecimento.

Foi aí que sua nova tutora decidiu buscar, não só pra ela, mas para os demais amigos, um destino diferente.

Eram 3 canários da terra, 6 papa-capins e uma solitária periquitinha do encontro amarelo.

Das pequenas gaiolas, eles foram libertados em nosso viveiro, que parecia estar à espera deles.

Do lado de fora, uma grande quantidade de outros passarinhos da mesma espécie, que ali foram soltos pelo Ibama, algum tempo antes.

Tataca deixou a gaiola de transporte usando as pernas e logo se interessou pela comida deixada do lado de fora, como um estímulo a mais pra ela deixar a gaiola.

Logo depois de comer, ela nos mostrou que estava bem, apesar da falha de plumas no peito, um sinal claro de estresse.

Depois de encher o papo, levantou voo e pousou nas telas do viveiro. Das telas, novo voo, dessa vez para um poleiro mais adiante.

Foi um ótimo começo. Ela teria um futuro e logo encontraria outros de sua espécie, que aqui foram soltos antes dela.

Dentre os canários, um machinho e duas fêmeas, que logo deixaram a gaiola e mostraram que sabiam voar bem.

Refugiaram-se na amoreira e ali ficaram, observando a vida ao redor.

Porém, havia um problema. Mesmo presos, eles ali estavam invadindo território já ocupado e não demorou muito para que os canários da área se aproximassem para tirar satisfação.

Um início de rusga, mas sem maiores consequências.

Os meninos de cabecinhas pretas também deixaram a gaiola de transporte e puseram-se a voar e reconhecer o novo território.

A melhor surpresa tivemos depois que revelamos e ampliamos as fotos, ao notarmos que aqueles canários nativos que chegaram pra interagir com os novos moradores do viveiro não eram exatamente nativos.

Na ampliação das fotos, é possível notas que eles trazem anilhas vermelhas, o que significa que eles são animais libertados.

A última soltura de canários realizada pelo Ibama em nossas terras foi há mais de 2 anos e alguns daqueles animais libertados ainda vivem ali, em bando, se reproduzindo e povoando toda a região, colorindo a vida de amarelo.

As rusgas vão continuar por alguns dias, até que eles se acostumem com as presenças estranhas. O período de aclimatação servirá também para integrá-los ao banco livre.

Canários são bem territoriais, embora sejam vistos em grandes bandos, com até 50 aves, muitas vezes disputando um só comedouro.

Com os anõezinhos a adaptação seria mais fácil. Entre eles, havia uma mocinha com defeito na perninha. A preocupação com ela era maior. Precisávamos saber se ela teria boa mobilidade, se saberia voar e pousar nos galhos sem dificuldades extras.

E, para nossa surpresa, Perninha foi a primeira a deixar a gaiola e voar para a amoreira.

Deixamos a turma descansar um pouco e se acostumar ao novo território. Retornamos mais tarde pra tentar novas fotos e logo vimos os pequeninos juntos, já em banco, ciscando a piscina de areia.

Tataca também se fortalecia rapidamente. Em menos de uma semana, já voava com desenvoltura, deixando claro que queria a liberdade.

Algumas semanas depois, todos eles já estavam fortes e prontos para um novo começo.

Abrimos o viveiro e deixamos que a natureza ditasse as regras. Dali em diante, eles seriam aves livres, como nunca deveriam ter deixado de ser.

Não conseguimos flagrar a saída de nenhum deles. E também não conseguiremos reconhece-los quando estiverem no bando maior.

Entretanto, basta saber que estão livres, que tiveram uma nova chance e que poderão, finalmente, cumprir a etapa evolutiva para a qual vieram ao mundo.

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