Esta cadela deu a luz a 12 filhotinhos. Foram resgatados em uma situação de extremo sofrimento. Nenhum dos filhotes teria vingado, não tivessem sido resgatados.
Um a um eles foram adotados. Após a partida dos pequenos, a mãe chorou por 4 dias. Isto foi lá pelos idos de Julho de 2012.
Após a separação, a Princesa, nome que recebeu e que lhe cai muito bem, foi transferida para a Cão Viver, onde viveu por quase um ano à espera de uma adoção. Ela foi vacinada, vermifugada e castrada.
Em novembro de 2012, estivemos na Cão Viver para levar uma cadelinha resgatada de maus-tratos, quando, ao passar por um dos canis, atrás de lobos latindo e pulando, avistamos uma das cenas mais angustiantes que se pôde ver em um abrigo de animais. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, cães também morrem de tristeza.
As fotos parecem todas iguais, porque ela permaneceu imóvel, sem nem mesmo abrir os olhos. Não estava interessada nos visitantes, nem na algazarra de seus companheiros de confinamento. E não vai conseguiria esquecer os filhotes e o abandono, enquanto viver no abrigo. Só uma adoção poderia mudar isso.
Pior é que a concorrência por lá sempre foi grande. Muitos adotantes que por lá chegam acabam se deixando escolher e levam aquele que fez mais festa, que brincou, que lambeu. A Princesa não faria nada disso. No canto estará e no canto permanecerá enquanto o adotante lá estiver, exatamente como fez conosco.
Ela só teria uma chance se este anúncio chegasse a alguém que a reconhecesse e fosse à Cão Viver com o único propósito de salvá-la.
As fotos acima foram feitas em uma visita que fizemos à Cão Viver, em Julho de 2012. Reencontramos a Princesa em Fevereiro. Parecia outra cadelinha. Só não sei o que é pior, se vê-la morrendo de tristeza, ou conformada, aceitando um destino muito triste que a sociedade humana impõe a criaturas tão especiais.
Nas novas fotos, a Princesa já estava bem mais alegrinha, mostrava-se muito receptiva, chegando mesmo a pular nos visitantes para fazer festa. Talvez tivesse aprendido as regras do jogo. Mas seus olhos não são capazes ainda de esconder a tristeza e a expectativa que cada visita lhes provoca.
O fato é que sua história chegou aonde precisava chegar. Alguém decidiu dar a ela mais que apenas uma segunda chance. Decidiu devolvê-la a alegria de cuidar de pelo menos um filhote.
Ela foi escolhida pelo Mateus, um garoto de 12 anos que esteve na Cão Viver junto com os pais, com a intenção declarada de adotar a Princesa. Na verdade, fizeram um pouco mais. Adotaram também a Berla, uma das várias filhotinhas que sempre passam por lá. Escolheram uma pretinha e rajada, a mais parecida possível com a Princesa.
Valeu Mateus. Você é o cara.
E tem mais fotos, da Lilica brincando com seus novos companheiros de confusão.
Vai com calma viu criatura. Finge que é comportada, pelo menos nos primeiros dias.
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