A Ela foi dado o nome de Vitória, talvez como prenúncio de uma história que sua protetora esperava poder contar.
Mas o tempo mostrou que a vitória estava longe, e que Crueldade talvez fosse mais apropriado pra definir esta história.
Sua protetora se chama Elizângela, mas talvez Insistência lhe caísse melhor.
Quando começamos a trabalhar nesta matéria, pensamos que seria uma bandeira a ocupar um lugar de destaque no Link “Recado aos ex-donos”, mas uma história destas, não poderia estar em outro Link, senão “Histórias Eternas”.
Dali não sairá mais, e esperamos apenas complementar a história, com os capítulos que estão por vir, mostrando esta moça com sua nova família. Pessoas que valham a pena.
Aos ex-donos, não temos o que dizer. Nos limitaremos a contar a história, ainda torcendo por um final “digno”, já que feliz talvez seja utopia.
Quando encontrada, estava esquelética, em estado avançado de desnutrição e inanição. Debilitada e muito doente, não mais se levantava. Não tinha forças sequer pra sustentar o peso de seu corpo, embora àquela altura não fosse mais que pele sobre ossos.
Uma cadela de porte grande, com peso de cão pequeno (9 Kilos).
Nada pode ser mais triste e angustiante pra um protetor que resgatar um animal, sabendo ou pressentindo que a eutanásia será o procedimento recomendado.
Mas não socorrer estava fora de questão. “Seja feita a vossa vontade”.
Às vezes, “vossa vontade” é de apenas abreviar um sofrimento e permitir um novo começo, em outra vida.
Precisou ser carregada com extremo cuidado, pra não se ferir ainda mais. A fragilidade daquela vida saltava aos olhos.
Levada a uma clínica veterinária, teve início um dos mais longos tratamentos da história. Todos os prognósticos eram desanimadores, mas ainda assim, ela não parecia ter desistido. Pelo olhar, mostrava que queria viver e que estava disposta a tentar.
Seus olhos eram as únicas partes de seu corpo que pareciam vivas. Seja então feita a vontade dela, também.
Os primeiros exames indicaram Anemia, Desnutrição, Babesia (tristeza canina), além de Sarna que lhe haviam arrancado quase todo o pêlo.
Contra todas as expectativas, o resultado para Leishmaniose foi negativo. Em face dos sintomas, foi este exame repetido 3 vezes, em laboratórios diferentes, mas os resultados coincidiram.
Houve aí a presunção de que seus males tinham como única causa a Fome. Seu estado indicava que ela estava há pelo menos um mês, sem qualquer alimento.
Havia sido abandonada pra morrer de fome. E estava morrendo lentamente, amargando um sofrimento doloroso e cruel.
A tristeza estampada em seu rosto indicava o sofrimento que lhe foi imposto, tanto pelo abandono, como pela desnutrição e ainda, como efeito principal da doença conhecida como tristeza canina.
Ela tinha todos os motivos do mundo pra estar triste.
Uma semana no soro e um longo tratamento. Três meses, com pesados medicamentos, e muita comida. Ela resistiu.
Nos primeiros dois meses, comia muito bem. Avançava na comida como se o mundo fosse acabar e aquela fosse a sua última refeição.
Comia ração de boa qualidade, complementada com muitas vitaminas. Aos poucos, ela foi resistindo aos tratamentos e conseguindo se recuperar. Um a um os problemas foram acabando: Desnutrição, Anemia, Babésia e Sarna.
Findo o tratamento, os exames foram repetidos. Enfim, ela estava curada. Clinicamente, saudável.
Entretanto, a dificuldade motora persistia. Quando o canil se abria, ela se animava, querendo andar, correr, mas mal conseguia se colocar de pé.
Andava com muita dificuldade, caindo o tempo todo, pois ainda não conseguia se equilibrar e sustentar o peso do seu corpo.
Algo não ia bem. Os exames indicavam saúde perfeita, mas ela não ganhava peso, e a dificuldade motora persistia.
Quando sua protetora comparecia na clínica, segurando-a por trás, ajudando-a a caminhar, ela se animava toda. Andava até cansar, para, em seguida, descansar um pouco e começar tudo de novo, demonstrando uma certa animação !
Mas depois destes três meses de sucesso, Vitória começou a regredir novamente, sem nenhum motivo ou diagnóstico conclusivo.
Ela parou de comer e teve que voltar para o soro. Tudo foi tentado pra agradar ao paladar daquela cadela, que a princípio, deveria comer qualquer coisa.
Rações de ótima qualidade, vitaminas, todos os tipos de patês, mas ela não aceitava nada.
Repetiu-se todos os exames e mais alguns: diabetes, tireoide, hormônios, perfil renal e tudo que poderia indicar alguma causa para aquela moléstia inexplicável.
Apesar de todo este sofrimento, uma coisa era certa. A Vitória era a mais sortuda de sua espécie. Afinal, cruzou o caminho da pessoa certa. Não poderia ela ter encontrado melhor protetora, talvez a única que pudesse salvá-la.
Mas o fato era que proporcionar à Vitória um final feliz tornou-se um desafio para sua protetora.
Mas a situação só piorava.
Ficava presa num canil muito pequeno para o seu tamanho, sempre úmido e molhado, pois ela urinava demais. Mesmo os jornais sendo trocados com frequência, ainda não era suficiente.
Ficava sempre na mesma posição, sempre deitada do mesmo lado, sem se mexer, e com a cara mais triste do mundo, não esboçando nenhuma reação, como se estivesse alheia a tudo ao seu redor.
Talvez pela primeira vez, a própria Vitória demonstrou desesperança. Às vezes ficava horas só olhando para as paredes, imóvel, contando as horas pra se despedir da vida e ter a chance de começar de novo.
Aqui vale uma pequena pausa.
Nós do Projeto O LOBO ALFA, comumente, nos esforçamos pra elaborar boas matérias e contar boas histórias. Algumas, de resgates feitos por nós, e outros, como este caso, de resgates feitos por outros protetores.
Mas neste caso, não existem recursos poéticos ou técnicas de redação que possam substituir a narração original, feita pela protetora que a socorreu, e responsável por esta vida.
Assim, deste ponto em diante, a história, que está só começando, continua sendo contada pela Elizângela, um exemplo pra todos nós, protetores.
Muito triste acompanhar toda essa situação. Ver o estado deplorável em que estava quando a resgatei, vê-la melhorando aos poucos, se recuperando, resistindo bem aos tratamentos, se curando de todas as doenças… e agora regredindo deste jeito, definhando novamente, como se tivesse desistido de viver!
Imaginei que ela estivesse com depressão, embora a veterinária insistisse que não! Afinal ficar trancada ali, num cubículo, e por tanto tempo, deixaria qualquer um deprimido!
Chegou num ponto que a Vitória já não saia mais do canil, nem mesmo quando era deixado aberto. Se insistíssemos pra ela se levantar e sair, ela não queria, e quando saía, já não conseguia mais ficar em pé, talvez por estar tanto tempo naquela posição, naquele canil apertado. “Desaprendeu a andar”.
Suas pernas e boa parte do seu corpinho começaram a ferir, em função do xixi que fazia em si mesma, por ficar na mesma posição, sem se mover.
Fiquei desesperada! Depois de tudo que fiz para ajudá-la, agora a estava perdendo. A veterinária começou a me preparar para sacrificá-la, pois já não comia e estava ficando com frequência no soro.
Mas seus exames continuavam indicando que era uma cadela saudável.
A depressão seria mesmo a única explicação. E eu precisava tirá-la dali imediatamente antes que a perdesse.
Mesmo com varias pessoas insistindo que era a hora de desistir, eu ainda não queria tomar essa decisão. Precisava fazer uma última tentativa. Eu ainda tinha esperanças. Precisava fazer algo que ainda não tinha sido feito, antes de chegar a essa decisão!
Pedi ajuda a varias pessoas para tirá-la de lá, tentando conseguir um lar provisório, pois se continuasse ali iria morrer!
Ela já estava há 3 dias sem comer nada e a Veterinária insistiu em sacrificá-la. Não concordei. Se não desisti na época do resgate, não seria agora, principalmente porque os exames indicavam boa saúde.
Acredito, ou melhor, tenho certeza de que ela estava deprimida por ficar tanto tempo presa ali, num cubículo que não tem espaço nem para ela ficar de pé, sem poder andar, sem contato com ninguém, e ainda se enchendo de feridas por ficar sempre na mesma posição, sobre seus excrementos.
É muito triste isso. A depressão era compreensível.
Em todo esse período em que esteve na clínica, não ouvi a voz dela. Ela não latia, não gemia, não fazia nenhum ruído, nem mesmo quando sentia dor. Sempre com uma carinha tão triste que dava pena, partia o coração!
Deixar ela lá na clinica não dava mais. Um dia a mais que fosse e ela ia acabar morrendo!!
Ela já estava há 3 dias sem comer nada. Todos diziam que já não tinha mais jeito, nem salvação. Mas nada me convencia. Não me conformava com isso! Não queria e nem podia desistir!!
Não concordei!! Eu havia dito anteriormente que continuaria lutando pela Vitória porque ainda acreditava que ela poderia ser salva.
Não tive coragem de deixá-la lá pra morrer lentamente, nem tampouco, de sacrificá-la.
E já que não tinha mais nada a fazer por ela na clínica, só restava mesmo ministrar a ela a última e única coisa que faltava: Tratá-la com boas doses de amor, carinho e atenção, em um lar, com pessoas ao seu redor.
Como não consegui de imediato nenhum lugar, nenhum lar provisório, acabei tendo que trazê-la pra minha casa.
Não era o lugar ideal. Eu não tinha a mínima condição de cuidar dela como ela realmente precisava. Trabalho o dia todo, de 7:00 às 19:00 hs, e ainda estou com 8 gatos abrigados.
Mas não teve outro jeito!! Era uma emergência!! Ou era isso, ou assistir ela morrer lentamente, definhando de tristeza.
Coloquei-a numa caixa de papelão e a levei para a casa no colo, de taxi. Ela foi como se estivesse paralisada. Não mexeu, não reagiu, ficava só deitada, imóvel. Uma cadela de grande porte, mas que pesava apenas 9 kg, e uma tristeza enorme nos olhos.
Trouxe-a para casa, num fim de semana, pois assim poderia ficar com ela nos dois primeiros dias.
No primeiro dia ela ficou deitada. Não se mexia e não reagia a nenhum estimulo.
Coloquei uma manta em cima de um colchão e a acomodei. Deitei-me do lado dela e lá fiquei, conversando horas com ela.
Ela olhava pra mim, mexia os olhos e nada mais. Passou o dia sem querer comer nada, nem ração, nem patês, nada, mesmo sendo os de melhor qualidade. Ficou o tempo todo deitada, na mesma posição, sem esboçar nenhuma reação, nem de dor, nem de alegria, nada…
A ração e a água sempre do lado dela, mas ela nem tocava. Não comia, nem bebia.
Dormiu perto de mim.
No dia seguinte ela já tentou levantar, mas não conseguia. Então a ajudei e fiquei segurando na coluna dela. As pernas pareciam as de uma marionete. Não conseguiam achar a posição correta. Iam para um lado e outro, sem equilíbrio ou firmeza.
Com muito custo conseguiu firmá-las no chão e tentava andar enquanto eu ia atrás, segurando a sua coluna. Fiz isso varias vezes no dia… Ela parecia que gostava.
Mas não conseguia levantar sozinha. Debatia-se no chão, várias e várias vezes, e seu corpo nem se mexia, nem saia do lugar.
Então eu a ajudava. Como não conseguia se levantar sozinha, acabava fazendo o xixi e coco ali mesmo, e ao se debater o fazia se espalhar e sujar todo o seu corpinho.
Foi necessário levantar varias vezes durante a madrugada para ajudá-la a fazer xixi ou limpar o que ela tinha feito. E como não dava só pra limpar, lá ia eu dar banho nela (Ela fazia muito xixi, o tempo todo).
Porém, percebi que ela não estava aguentando. Sentia dor, pois sua pele muito fina e machucada ficava dolorida. Então resolvi colocar fraldas nela, e tinha que trocar de 4 em 4 horas. Que luta difícil! Já estava começando a desanimar. Pensei em levá-la de volta pra clinica.
Mas eu não me conformava em ter que sacrificá-la!
Então comecei a dar Floral (Rescue) para a depressão e resolvi preparar a comida pra ela, ao invés de dar ração ou outra coisa qualquer de cachorro.
Como ela precisava engordar urgente, comecei a fazer angu com molho e pedaços de carne bem grandes para ela, e para a minha surpresa, a danada comeu tudo!!!
Mas nem para comer conseguia ficar em pé. Comia sempre deitada, e chegava a se cansar quando acabava!
Fiquei muito feliz nesse momento. Pelo menos de fome eu sabia que ela não ia morrer.
Os gatos ficaram um bom tempo escondidos debaixo da cama e não saiam para mais nada, nem para comer. O mais velho chorava muito e até tentava agredir a Vitoria! A pobrezinha inerte, nem reagia. Somente o mais novo tentou se aproximar dela. Chegou mais perto e passou a comer junto com ela, na mesma vasilha. Uma cena que não dá pra esquecer!!
Na semana seguinte fui trabalhar. Saio às 06:00 hs e só retorno as 19:00 hs. Não venho em casa almoçar porque não dá tempo, já que não dirijo, e de Contagem ao centro de BH é uma viagem. Com uma hora de almoço não dá pra fazer isso…
Mas eu não tinha ninguém pra me ajudar, e não podia deixá-la sozinha sem comer o dia todo, com a fralda cheia, trancada dentro de casa. Então tive que começar a ir em casa na hora do almoço. E tinha que voar!!!
Chegava correndo, preparava a comida dela (4x ao dia pra ver se ela engordava), esperava ela comer pra ter certeza, trocava a fralda e ainda dava uma voltinha com ela pela casa segurando a coluna dela pra exercitar as pernas. Ficar o dia inteiro deitada só podia piorar a situação.
Dava os remédios, passava outros nas feridas das pernas e quadris…
Uffa!! Como era desgastante!! Já não estava mais aguentando!!
Que luta!! O resultado é que eu chegava com mais de uma hora de atraso no serviço na parte da tarde, e não podia nem justificar com o real motivo. Quem iria entender, acreditar ou aceitar isso como justificativa?
Mas, felizmente, entramos em greve por quase 15 dias, (acho que Deus teve pena de mim e enviou essa greve em boa hora… rsrsrs).
Durante esse período em que pude ficar em casa, como eu estava sem condições de pagar uma fisioterapia pra ela, devido aos gastos com os outros resgatados que ainda estavam internados ou em hoteizinhos, aguardando adoção, eu treinava com ela pelo menos uns 30 minutos, de 4 em 4 horas, todos os dias.
Não foi fácil. Minha vida virou de cabeça para baixo!
No final de uma semana, minha coluna já estava um “lixo” de tanto andar curvada segurando a coluna dela pra que ela conseguisse ficar em pé e andar. Tive até que tomar anti-inflamatórios e remédio para dor.
Mas quando vi que meus esforços não estavam sendo inúteis, comecei a me animar. No final de 1 semana, as surpresas já eram visíveis: Ela havia engordado 3kg, conseguia se levantar com muita dificuldade, e as vezes, até conseguia andar sozinha sem cair!!
Quanta satisfação de vê-la mais gordinha e andando!!!
Lembrem-se: Retirei a Vitoria da clinica curada de todas as doenças, mas em estado de inanição, porque já havia parado de comer há 3 dias. Estava desenganada pelos médicos, que já recomendavam a eutanásia.
Em uma semana em minha casa, ela engordou 3 kg e, no final de 20 dias, já havia atingido 17 kg!!!
E já andava. Desequilibrando e caindo muito, mas andava!! As feridas estavam quase todas cicatrizadas!
Até o olhar e a carinha dela já haviam melhorado…
Se tivesse continuado na clínica, com certeza morreria. Apesar do esforço e dedicação dos veterinários, não havia ninguém que pudesse ficar lá por conta dela, 24 hs por dia, ou até mesmo preparar a comida dela!!!
E não era fácil. Por varias vezes tive vontade de desistir.
Mas se ela cruzou meu caminho, não foi pra morrer em minhas mãos. Quando a resgatei, me tornei responsável por ela. Não podia desistir! Precisava tentar até o fim, qualquer que fosse este fim.
Mas como nem tudo são flores, o período de greve acabou e tive que retornar ao trabalho. Não poderia deixá-la sozinha em casa o dia inteiro. Vir na hora do almoço estava ficando muito difícil, porque não tinha mais desculpas pra justificar meus atrasos na parte da tarde.
Comecei a ficar desesperada porque teria que voltar com ela pra clinica ou hotelzinho, e ela com certeza voltaria a definhar.
Não podia fazer isso, mas onde conseguir alguém que se dispusesse a dedicar seu tempo a ela, cuidar, medicar e preparar a comida dela até se recuperar totalmente?
Tive medo de voltar com ela e perder tudo que já havíamos conquistado. Não suportaria vê-la definhar de novo.
Novamente pedi ajuda, mas dessa vez, felizmente, Deus atendeu as minhas preces e colocou um anjo no meu caminho. Alguém que se comoveu com a história da Vitória, e que se dispôs a abrigá-la provisoriamente e a dedicar a ela todos os cuidados de que precisava.
Essa pessoa maravilhosa, a Giuse, abrigou-a e cuidou dela com toda a dedicação! Além de me ajudar demais, propiciou à Vitória momentos de muita alegria.
E hoje, depois que foi abrigada e cuidada por ela, a Vitória já conseguiu atingir, PASMEM, quase 20 Kilos.
Bom, a Vitória agora está bem melhor, quase recuperada!…
No entanto, o tratamento dela ainda não terminou. Ela ainda anda com desequilíbrio, com muita dificuldade.
Descobrimos recentemente que esta falta de mobilidade tem como origem um AVC, que pode ter sido causado por uma forte pancada na cabeça. Atropelamento, ou o mais provável, agressões constantes e reiteradas, de seus antigos donos.
Provavelmente, por causa do AVC, e de sua dificuldade motora, foi descartada, deixada em um lugar pra morrer. Sem poder andar, não tinha como procurar comida.
Talvez por este mesmo motivo, ela também não consiga latir. Até hoje não emitiu nenhum gemido ou ruído, nenhum som! (mas ronca que é uma beleza!)
Segundo os veterinários que a acompanham, ela precisa muito de FISIOTERAPIA, pra que fique totalmente boa e recuperada. Só assim poderá andar com mais equilíbrio, e ter uma vida normal!
Esta fisioterapia ainda não foi feita por absoluta falta de recursos de sua protetora, que ainda não terminou de pagar os custos com o tratamento.
Aqui, reassumimos a narração, apenas pra fechar provisoriamente a matéria.
O final feliz ainda está por vir, mas se foi possível, à Vitória, chegar até aqui, foi graças à dedicação silenciosa e inabalável de sua protetora, que não sabe o que é “impossível”.
Como dissemos no início, não temos nada a dizer aos ex-donos. Mas não podemos deixar de dizer à Elizângela, que histórias assim nos enchem de orgulho de fazermos parte desta corrente de proteção.
Em setembro de 2011, recebemos notícias da Vitória. Ela está fazendo fisioterapia 4 vezes por semana, desde Julho/11, com algumas melhoras significativas.
No início de outubro, Vitória já estava andando, ainda com dificuldade, mas ANDANDO. Não sabemos quando seu quadro irá estabilizar, mas torcemos para que as melhoras continuem acontecendo até que ela comece a correr e pular nas pessoas.
Claro que o quadro acima é utópico, e nem precisa de tanto. Se ela voltar a andar com desenvoltura suficiente apenas para lhe garantir autonomia e independência, já será a maior de todas as VITÓRIAS.
Abaixo, algumas fotos das sessões de fisioterapia.
Ficamos no aguardo dos próximos capítulos. Não sabemos se a Vitória, um dia, terá disposição para “brincar”. Esperamos que sim, e que sejam estes momentos registrados, para que possamos mostrar aqui que “Finais Felizes” são sempre possíveis, contra quaisquer adversidades.
Ela será nossa bandeira, pra mostrar a capacidade de regeneração, de esquecimento e de perdão destas criaturas, que tanta alegria nos proporcionam. Mas também para ensinar as pessoas, sejam protetores ou não, a jamais desistir de seus animais.
Um resgate de Elizângela Geo: elips7@yahoo.com.br
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