Esta cadelinha de pequeno porte, mesmo com a barriga enorme, levou três dias pra ser resgatada.
Andava pelas ruas à procura de comida, quase arrastando a barriga, de tão inchada. Atravessava na frente dos carros sem ser vista. Não foi atropelada por milagre. Depois de três dias de perseguição, e alguns quarteirões seguindo-a a certa distância, sua protetora a viu tentando entrar em um ferro velho murado, arranhando a lateral do portão, fechado por um tapume de madeira.
Ali certamente alguém poderia informar sobre aquela coisinha miúda, que não pesava mais de 5 Kilos, mesmo com toda aquela barriga.
Segundo um rapaz que atendeu ao portão, a dona do local era sua avó, e que teria colocado a madeira para impedir que a cadelinha entrasse.
A Sissa havia seguido esta senhora por vários quarteirões, num pedido muito claro de ajuda e socorro. Infelizmente, muitas pessoas não entendem os sinais dos lobos.
Sem entender o pedido de ajuda, esta senhora simplesmente impediu que ela entrasse. Já tinha outros cães e não se interessava por mais um, muito menos uma fêmea a poucos dias de criar.
Sua protetora, então, conversou com a família e implorou que a deixassem entrar, pra ajudar no resgate. Se comprometeu a buscá-la assim que tivesse capturada.
No dia seguinte, um telefonema informava que a pequena tinha sido fechada no terreno. No final da tarde, lá estava sua protetora para buscá-la. No mesmo dia, à noite, vieram ao mundo 5 filhotinhos minúsculos, mais parecidos com ursinhos que com lobinhos.
Mesmo sem nenhuma experiência como mãe, seus instintos lhe mostravam o caminho. Cuidou dos pequenos com dedicação, até que desmamassem e fossem adotados.
Após a partida dos pequeninos ursinhos, um longo período de espera. Ela estava mesmo debilitada e o esforço pra amamentar os filhotes havia retirado dela as últimas forças.
A pequenina Sissa precisava se recuperar. Sequer vacinas ela pôde tomar. Precisou passar uma longa temporada em descanso, se restaurando, até que, finalmente, pôde ser preparada para a adoção.
Vacinas, vermífugos, castração e tudo o que ela tinha direito pra iniciar uma nova fase de vida.
O fato era que esta pequena tinha mesmo muita sorte. Desde o resgate, ela mora na mesma casa. Não ficou internada em clínica, nem em abrigo, nem confinada em canil.
Enquanto esperava por adoção, esteve aos cuidados de uma família. Além de companhia de outros cães, alguns fixos, outros de passagem como ela, contava ainda com os cuidados da Gabriela, uma protetora mirim que adora animais.
Mais alguns dias, a Sissa viria a experimentar a adoção plena. Ganhou uma nova e definitiva família. Esquecerá o passado de abandono e terá a vida que deveria ter tido desde que nasceu.
E pra coroar o sucesso de um final verdadeiramente feliz, nada melhor que mostrar a vida de uma de suas filhas.
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