As aves de rapina ou rapinantes são aves carnívoras que compartilham características semelhantes, como bicos recurvados e pontiagudos, garras fortes e visão de longo alcance.
Cinco dessas criaturas ganharam uma segunda chance em nosso território.
Para elas, ganharem a liberdade em plena luz do dia não foi exatamente uma situação confortável.
Mas era o que tínhamos pra oferecer. A primeira a deixar a caixa foi uma corja-das-torres ou suindara, também conhecida como coruja-da-igreja, coruja-branca, coruja-católica e rasga-mortalha. (Tyto alba). As asas caídas eram o sinal clássico de estresse.

Leva tempo para se recompor e recuperar o fôlego. Do tronco de uma árvore para o alto de um emaranhado de galhos e folhas.

Aquele foi o lugar escolhido para esperar o cair da noite.

Até anoitecer ela continuou ali, imóvel. Assim que a noite caiu, estivemos no local e a criança já tinha partido.

Depois dela, dois caburezinhos (Glaucidium brasilianum), jovenzinhos, ainda adolescentes e bem pequeninos. Não deviam medir mais de 10 centímetros. Certamente são irmãos e foram resgatados juntos, em algum ninho encontrado em área urbana.

Deixaram juntos a caixa e refugiaram-se numa árvore próxima. Apenas alguns minutos foram suficientes pra que eles se recuperassem e partissem para o interior da mata.

Por último, uma moça que até poderia ser a mãe das crianças, mas era de outra espécie. Parentes próximos, mas espécies diferentes. Coruja buraqueira é o nome popular (Athene cunicularia)

Estava assustada, é claro. Não queria deixar a caixa e mostrava-se hostil com os biólogos que tentavam libertá-la.

Mas logo ela entendeu que estava livre e que poderia, enfim, seguir seu destino.
A mata escura logo à frente foi o que a guiou.

Junto com as corujas, estava também um gaviãozinho carijó (Rupornis magnirostris), mas este deixou a caixa rápido demais que não foi possível fazer uma só foto dele.

Que encontrem amigos de sua própria espécie, que vivam e deixem viver.

Nos vídeos abaixo, momentos da soltura.


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