Quero começar esta matéria com um testemunho: Devo a vida do meu filho a um cão vadio, destes sem raça, porte médio, igual aos milhares que estão jogados nas ruas ou em abrigos. Destes que ninguém quer.
O Snoopy não está mais entre nós. Ou melhor, está…
Ele foi um cão rústico, que vivia em estado quase selvagem. Não tinha dono, mas permitia que eu me sentisse ou me denominasse “seu dono”. Era vacinado e tinha sempre à disposição uma porção de ração, que vez ou outra ele comia só pra não me fazer desfeita.
Tenho que me defender. A ração era de boa qualidade, mas ele preferia comer como seus antepassados.
Tinha vida livre. Comia o que conseguisse caçar. Passava semanas pelas matas. Demonstrava claramente não precisar da ração que estava sempre à sua disposição. Era o líder de uma matilha de cães “selvagens”, ou quase isto.
Só quem teve o privilégio de conviver com uma criatura destas, sabe o que é uma vida entre lobos. Mesmo com todo o instinto de caça transbordando, trazem no DNA a verdadeira paixão por humanos. Se fossem racionais, saberiam que humanos não são lá essas coisas.
Mas estas criaturas são capazes de coisas por nós, que nós humanos não seríamos capazes de fazer por nossos semelhantes. É impressionante a quantidade de histórias que existem sobre a devoção de um cão a seu dono, e suas façanhas.
Em Campinas, SP, o Poodle Beethoven enfrentou um Pit Bull para defender sua família humana. Beethoven ficou gravemente ferido, mas se recuperou rapidamente e virou o xodó da família.
As duas cadelas Anny e Dara, do Corpo de Bombeiros, se aposentaram com honras depois de oito anos de serviço. As duas participaram de inúmeros salvamentos no Brasil, incluindo o resgate da primeira vítima de desabamento a ser localizada com vida, em 2000.
O terceiro cão acima salvou seu dono de 11 anos do ataque de uma onça parda (Suçuarana). Enfrentou o felino com quase o dobro do seu próprio peso.
E a última cena, um cãozinho arrastou seu companheiro que havia sido atropelado, para tirá-lo da rodovia. Isto aconteceu na Rodovia Costanera Norte, no Chile.
Acima, na sequênia: Um adolescente chileno de 15 anos foi salvo de um incêndio em Concepcíon (500 kilômetros de Santiago) pelo seu próprio cachorro. O jovem saiu ileso e seu cão teve apenas alguns pêlos chamuscados.
O cachorro “Pawlee” surpreendeu seus donos em agosto de 2008, quando afugentou uma mamãe-urso e seus dois filhotes que haviam invadido o quintal no fundo da casa de Andrew e Fran Osiason em Wickoff, Nova Jersey.
A cadela Zoey, da raça chihuahua, salvou uma criança de um ano de idade de ser mordida por uma cascavel no estado do Colorado, Estados Unidos, em julho de 2007.
O pastor alemão Buddy salvou a vida de seu dono em setembro de 2008. O cão ligou para o serviço de emergência (911) em Pheonix, Estados Unidos. Seu dono estava passando mal em casa, então o cão pressionou uma tecla programada e telefonou para o 911.
Ainda não terminou.
A americana Debbie Parkhurst, de 45 anos, estava comendo uma maça, quando um pedaço da fruta entalou em sua traquéia. Quando começava a sufocar-se, ela foi salva por uma massagem de seu cão chamado “Toby”.
Em Teresópolis, RJ, este cachorro sem raça, chamado Leão, recusava-se a deixar o túmulo de sua dona, morta pelas chuvas. Depois de três dias imóvel, sem sair do lado do túmulo, foi resgatado.
Em setembro de 2002, dois rottweillers e um pitt-bull avançaram em uma mulher e seu bebê. Os dois teriam se machucado seriamente, não fosse a intervenção desta cadela vira-lata chamada Xuxa, que morava na Praia da Enseada, no Guarujá. Ela lutou contra os outros animais e precisou sofrer uma cirurgia para se recuperar dos ferimentos. Voltou depois para as ruas, onde morreu de desnutrição.
E no quarto quadro, uma história que virou filme. No Japão, o cachorro Hachiko todo dia acompanhava seu dono, o professor Ueno Eizaburo, até uma estação de trem. De lá o professor seguia para a Universidade de Tóquio e Hachiko voltava para casa. Às 15 horas, quando Ueno retornava, o cachorro já estava na estação esperando por ele. No ano de 1925, o professor morreu, mas o bichinho não sabia e continuou esperando o dono. Pessoas começaram a visitar o local só para ver Hachiko, que permaneceu na estação por 12 anos, até morrer. Os japoneses ergueram uma estátua no local para homenagear a fidelidade do cão.
E pra fechar, não podemos esquecer a história da Catita, que ficou conhecida no Brasil.
A vira-lata salvou seus donos, duas crianças, do ataque de um feroz Pit Bull no Rio de Janeiro, em fevereiro de 1999. Ela deixou os filhotes e correu para acudir os meninos. Acabou perdendo um pedaço da orelha, mas conseguiu afastar o outro cachorro. Ela faleceu em 2002, com 10 anos de idade.
Se relatássemos todos os casos conhecidos de atos heróicos caninos, não terminaríamos esta matéria.
Do herói a que me referi no início da matéria, Snoopy, ficaram lembranças e algumas fotos.
Ele salvou meu filho, na época com 3 anos de idade, de entrar em um ninho de cascavéis.
Pra quem já navegou por este site, já deve ter se deparado com a história do Pepê, e a forma como ele salvou seu dono de um assalto.
As histórias acima são apenas algumas. São inúmeros os casos noticiados. Vídeos incríveis estão espalhados na rede, pra quem quiser assistir.
Se nós humanos soubéssemos o quanto ganhamos com esta amizade, encheríamos nossas casas de cães.
Nosso Projeto “O LOBO ALFA” traz a missão de ensinar as pessoas sobre os lobos (os domésticos). Desejamos mostrar o que estas criaturas são capazes, e quão prazerosa pode ser uma vida entre eles. Quem sabe, proporcionar a alguns destes milhares, a oportunidade de serem adotados e cumprirem a missão para a qual vieram ao mundo.
A história do Snoopy será contada em outra oportunidade. Mas saibam apenas que é ele “O LOBO ALFA”. Por ora, nos importa mais mostrar onde estão tantos de sua espécie.
Pra quem deseja um cão com o perfil destes citados acima, basta dirigir-se a um dos abrigos existentes pelo País, e escolher o seu, ou deixar que um deles te escolha. Os cães citados acima não são melhores que todos os outros. Como dito na matéria sobre o Pepê, não há nada de extraordinário no que ocorreu. Afinal, ele é um cão, e cães são assim mesmo.
Os lobos identificam os afins pelo instinto, ou pelo faro. Esteja aberto e permita a aproximação dos animais. Tenha a certeza de que o seu cão ideal vai te reconhecer e se aproximar.
Só quem já esteve em um abrigo, ou adotou um animal abandonado, sabe o que é este “encontro”. É impossível descrever os benefícios. Eles deixam marcas profundas em nossas vidas, marcas que jamais serão apagadas.
Seja muito bem vindo ao clube, e apaixone-se por Lobos.
Comentários / Mais informações sobre o anúncio devem ser obtidas com os anunciantes, no telefone ou e-mail indicados acima.