A história incrível de uma mãe super protetora.

Meu nome é Laika. Pertencia a um carroceiro e o acompanhava por todo lado. Era feliz e equilibrada. Pra mim, ração cara nunca foi importante. Me bastava a proteção e companhia de meu dono.

Entrei no cio, e pari 6 filhotinhos, todos espertos e bem pequeninos. Esperava contar com a proteção e ajuda de meu dono pra conduzir os pequenos, mas ao invés disto, fui abandonada. Ele parou a carroça perto de uma marquise, colocou os filhotes dentro de uma caixa de papelão e me deixou junto a eles.

Quando o cavalo partiu, senti um aperto. Senti muita vontade de acompanhar minha matilha, mas não tive coragem de deixar meus filhos. Vivemos debaixo da marquise por quase duas semanas. Não morremos de fome porque encontrei pessoas que me ofereciam comida e água todos os dias, mas mesmo assim, meus filhos estavam desnutridos e fraquinhos, repletos de vermes.

Infelizmente, não estávamos protegidos de pessoas más. Dois dos meus filhos foram mortos a pedradas. Dos quatro restantes, um foi levado por uma pessoa, que me pareceu muito boa. Espero que tenha levado com boas intenções, mas me restava apenas torcer. Restaram as três meninas que aparecem nas fotos. A pessoa que nos fotografou, saiu à procura de um abrigo ou lar provisório. Quando voltou pra nos buscar, mais uma filhinha havia sido morta por um catador de papel que tentou pegar nossa caixa de papelão. Eu avancei sobre ele, que acabou matando a filhotinha marronzinha. Morreu antes mesmo de receber um nome provisório.

Enquanto estávamos nas ruas, eu fiz de tudo pra proteger meus filhos. Sempre fui uma mãe cuidadosa.

Depois do resgate, passamos a viver em uma clínica veterinária, comendo ração de ótima qualidade, e muitas vitaminas. Fomos também vermifugadas. As fotos tiradas depois de um mês de internação mostram a diferença. Já estávamos fortes, saudáveis, alegres e brincalhonas. Eu também era uma filhotona. Gostava de correr, brincar e pular, tanto quanto as pequenas.

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As duas meninas que restaram, quando chegaram na clínica, receberam o nome provisório de Tripa e Tripinha. Quando saíram de lá, já estavam sendo chamadas de Barriga e Barriguinha. A Tripa foi adotada primeiro, levada por uma ótima adotante, que a recebeu com muito carinho. A Tripinha continuou comigo. Fomos adotadas juntas. Fomos morar em uma casa com terreiro, e ganhamos uma ótima mãe humana. Os tempos difíceis se foram. Não quero mais me lembrar do passado, mas sim aproveitar o presente que a vida nos deu.

Fica o lamento pelos pequenos que foram covardemente mortos por pessoas desumanas. Apenas uma das pequenas que viraram anjinhos chegou a ser fotografada. Ficou o registro e a saudade.

Abaixo, fotos da Tripinha, abraçada com a pequena Fadinha, nome que recebeu depois de morta.

Depois do resgate, a Tripa foi adotada e passou a se chamar Xuxa. Foi viver em uma casa com outras duas companheiras caninas.

Eu fui adotada junto com a Tripinha, e recebemos o nome de Laila e Ciara.

Meu coração de mãe era grande demais e cabia muitos filhos.

Minha dona percebeu isto, e em poucos dias cuidou de me arranjar outros filhotes. Ela adotou dois gatinhos órfãos, que eu recebi como se fossem cãezinhos. Os recebi como filhos e os coloquei para dormir em minha cama, aquecendo-os em minhas tetas, ainda inchadas. A Ciara também recebeu muito bem os novos irmãozinhos, e brinca com eles o tempo inteiro.

Foi um final feliz.

A Laika e suas Tripinhas ficaram hospedadas na Veterinária Alípio de Melo, do dia do resgate até a adoção.

Nosso agradecimento à Dra Cíntia e à sua equipe.

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