Não parecia, mas a Loreta é uma Chow-chow de raça pura. Seu corpo tomado de sarna tirava dela qualquer chance de ser vista e desejada.
A sarna já havia acometido os filhotes, que já apresentavam sintomas da doença.
Naquela ocasião, era uma família em desespero, em completo abandono e com claros sinais de que não chegariam muito longe.
O resgate chegou e eles ganharam nomes. A mãe passou a ser chamada de Loreta e os filhotes são Yosho, Odin e Kesia. Havia ainda uma quarta filhotinha chamada Tammy, que foi adotada.
O tempo passou e com o resgate, vieram os cuidados de que eles tanto precisavam.
Foram tratados, receberam boa comida, vacinas, vermífugos, foram castrados e, ao final de algumas semanas, não eram mais aqueles cães moribundos.
Infelizmente, aqueles pequenos que pareciam peludinhos se revelaram legítimos Chow-chows de pelo curto.
As carinhas de vira-latas não enganam e mostram que, do DNA da mamãe, eles pouco herdaram.
Desde então, um ano se passou e eles são hoje crianças crescidas, fortes e saudáveis, todos castrados e prontos para um novo começo.
Infelizmente, eles vivem no abrigo e ainda não conheceram o afeto de uma família.
A mãe também não parece mais aquela cadela sarnenta. Aliás, ela se tornou uma Chow-chow de respeito, linda como nasceu pra ser.
Ela é dócil, mas como todo Chow-chow de respeito, tem temperamento forte. Aceita afagos até de estranhos. Como não conheceu afeto de uma família, está pronta a se apaixonar e se render.
Os pequeninos, não tão pequenos mais, também são fortes e impõem respeito. Também são um pouco arredios, em razão da falta de referências, mas são dóceis e aceitam amizade com facilidade.
Dentre os filhotes, são dois machos e uma fêmea, mas parecem gêmeos. É difícil distingui-los.
Eles se tornaram legítimos Chow-chows de pelo curto, uma nova tendência entre os lobos especiais.
A mãe, Loreta, segue cada dia mais peluda e linda.
Embora não pareça, os pequenos herdaram muito da mãe. Além da pelagem caramelo, herdaram também as orelhas de lobo, o olhar expressivo e a língua azul.
Infelizmente, estão tristes, pois a vida em um abrigo não é das mais felizes.
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