Minha história começa com muitas páginas em branco, porque meus novos amigos não a conheceram e eu a conto através deles.
Fui avistada encolhida em num cantinho, em um ponto de ônibus. Havia pessoas paradas ali e eu pensei que talvez fosse bom ficar ali. Ninguém me viu por um bom tempo.
Eu já pensava em buscar outro posto, quando alguém se aproximou e estendeu as mãos com medo. Parecia temer meus dentes.
Então, eu decidi mostrar a ela que não precisava ter medo. Em sinal de devoção e amizade, eu me deitei e virei a barriguinha pra ela.
Naquele momento, ganhei um presente que alguns chamam de “segunda chance”. Não sabia bem o que era mas esta prestes a descobrir.
Sou uma lobinha pequenina e peso aproximadamente 6 quilos. Naquele dia, ganhei um novo nome e passei a ser chamada de Nina.
Ganhei também uma caminha macia, comida gostosa e dois novos amigos, Pink e Toy. Eles são velhinhos e não têm muita disposição para brincadeiras, mas receberam-me muito bem.
Passei por avaliação médica e estou ótima. Apesar de alguns carrapatos, eu não estava muito negligenciada.
As páginas em branco de minha vida não eram muitas, pois o veterinário estimou minha idade em no máximo 2 anos.
E aprendi na rua que nada pode ser mais cativante que oferecer a barriga aos novos amigos. Então, é assim que eu faço, com qualquer um.
Descobri também que colo é bom, muito bom. O rabinho entre as pernas é porque ainda estou um pouco desconfiada, mas eu aceito de boa qualquer amigo novo.
Não preciso de mais que alguns minutos pra me render totalmente.
E sei pedir mais também. Sou persuasiva e até agora, não encontrei ninguém que resistisse ao meu jeitinho.
Faço amizade fácil e adoro carinho. Mas de tudo que estou conhecendo agora, queijo é o que eu mais gostei.
Às vezes, fico observando a rua. Não quero ser mal agradecida, mas é que ainda sinto que ficou alguma coisa pra trás. Eu tive uma família e, em algum momento, tudo parecia bem.
Não sei quando as coisas mudaram. Na verdade, nem sei se elas mudaram. Minha família não foi encontrada. Talvez estejam procurando por mim, talvez não.
O fato é que eles não foram encontrados e, sendo assim, o melhor é esquecer esse passado, seja ele qual for. Quero novos amigos, uma nova mãe, novos irmãos e o que a vida achar que eu mereço.
Até minha nova família aparecer, vou ficando por aqui. Só não quero ficar muito tempo, porque eu me afeiçoo fácil e, mais um pouquinho, adotarei essa família que me acolheu.
E aí, a despedida será triste, quando deveria ser uma festa.
Eu serei entregue vermifugada, com vacinas iniciadas e castrada (ou com castração agendada e garantida). Estou saudável e pronta pra fazer parte de uma nova família.
Sou uma lobinha pra conviver dentro de casa. Fico de boa até em apartamento. Não quero viver no frio. Relento eu já experimentei e não gostei.
Nina foi adotada pela família que a resgatou. Ela agora é irmãzinha de Toy e Pink, que a receberam muito bem.
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