Esta filhotinha foi encontrada em uma manhã, logo após as chuvas que caíram na madrugada do mesmo dia. Estava vagando em uma avenida, muito assustada, suja e com muitos ciscos e carrapichos no pelo, indicando que estava em um terreno baldio.
O pelo ainda molhado indicava que ela havia tomado a chuva de horas antes.
Ainda no carro, no caminho para a clínica, se mostrava exausta.
Foi resgatada, levada a uma clínica veterinária e examinada. Está em ótima forma. Fez tratamento contra pulgas e carrapatos, foi vermifugada e vacinada.
Parecia uma mestiça de Golden Retriever e deveria ficar de porte médio a grande. Era tudo de bom e merecia o melhor adotante que a vida pudesse lhe dar.
Gostava de uma boa bagunça, embora no dia em que saiu da clínica, estava tão cansada que preferia ficar a distância e não se envolver nas brincadeiras dos outros lobos.
Quando divulgamos as primeiras fotos, logo surgiram alguns pretendentes. Precisávamos escolher o melhor. Ela precisava de espaço, companhia humana e canina, convivência estreita dentro de casa, boa cama, ração de qualidade e mais um tanto de coisas.
Em meio aos pretendentes, conseguimos garimpar a Dandara, que tinha a disposição e a condição de dar a ela tudo o que precisava.
As primeiras notícias foi de que a Pitucha se desentendeu com o Wall-e, o outro lobinho da casa.
Mas, aquela regra básica de que “quando um não quer, dois não brigam”, vale também para os lobos. Filhotes são sociáveis naturalmente. Essa é uma capacidade típica dos lobos, herdada por seus descendentes domésticos. Os desfecho desses desentendimentos já podem ser vistos nas primeiras fotos.
Entre lobos, a elevada capacidade de socialização dos filhotes é necessária para criar fortes laços afetivos dentro da alcatéia.
Por isso, não tínhamos dúvidas de que receberíamos da Dandara fotos dignas de contar um final feliz mais que merecido para a Pitucha. As fotos e notícias vieram pouco tempo depois. Além da completa socialização com o Wall-e, com ressalva apenas para o compartilhamento dos brinquedos (nada sério), ela ainda podia aproveitar os momentos em família, com passeios pelas praças e o direito de correr livre, sem coleira.
Obrigado, Dandara, por essa acolhida. Não foi por acaso que a Pitucha cruzou o caminho de sua família. E que venha agora mais um filhote (humano), pra aproveirar esses momentos. E quando ele chegar, nos envie as fotos da Pitucha e do Wall-e, com o irmãozinho de duas pernas.
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