morrer e matar de fome, de raiva e de sede, são tantas vezes gestos naturais.”
A introdução desta matéria, com todas as informações e esclarecimentos necessários sobre a triste realidade dos animais abrigados na Sociedade Mineira Protetora dos Animais, está no link abaixo. O registro ficará em separado para não tornar esta matéria cansativa.
A verdade é que, enquanto os homens discutem e decidem o destino desses animais, a grande maioria deles não terá futuro algum e não usufruirá dos benefícios das decisões que vierem a ser tomadas. Os animais não têm tempo e nem saúde pra esperar o que quer que seja. Estão morrendo e não podemos dizer que tem sido “lentamente”. Eles morrem aos montes e muito rapidamente.
A Sociedade Mineira Protetora dos Animais tem recebido muito mais animais do que consegue cuidar (realidade imposta pelo abandono em massa) e, por isso, se transformou em um depósito, sem condições mínimas, onde animais chegam apenas pra morrer. As adoções são raras, a superlotação impede uma atenção adequada e individualizada, o que transforma o abrigo em um depósito, impondo aos animais o abandono por trás dos muros. Morrem de velhice, de doenças ou de tristeza.
Não têm vida, não têm nada. Estão escondidos atrás de muros altos, para que a sociedade humana não veja coisas feias. As pessoas não querem se sentir culpadas e o que os olhos não vêem, o coração não sente. O cenário é de terror. Angústia é a palavra que melhor define o que sente, quem se aventura a conhecer aquela realidade.
Algo precisa ser feito, a despeito de qualquer discussão ou disputa política. Os animais não têm culpa e precisam ser salvos.
Foi com o foco único nos animais, que procuramos a Sociedade Mineira Protetora dos Animais, oferecendo ajuda na divulgação dessa triste realidade, com o objetivo único de melhorar as chances de adoção para cada um deles.
Fomos bem recebidos e a campanha ganhou força. Outros protetores e grupos decidiram se unir, fazendo um trabalho conjunto de divulgação, tendo como único foco salvar o máximo possível de vidas.
Esta matéria estará publicada nos sites do Projeto O Lobo Alfa (www.oloboalfa.com.br), do grupo SOS Bichos (www.sosbichos.com.br), Superação Animal (www.superacaoanimal.com.br), Brigada Planetária (www.brigadaplanetaria.com.br) e de quantos mais quiserem se unir a nós (Fica o convite). Esperamos completar o espaço abaixo com as logos de todos os grupos e ONGs de nossa região.
Cão Viver e Bichos Gerais também aderiram à campanha. Não se trata aqui de tomar partido, conforme exaustivamente esclarecido. Mas os problemas vividos pela SMPA precisam de união, para que os animais sejam salvos. Que fique claro que o objetivo desta união e a proteção dos animais. Este é o maior compromisso de qualquer protetor.
Sigamos com o que interessa. Iniciamos apresentrando alguns dos maiores interessados em tudo isso.
Lá tem filhotes, aos montes. De início, não sabíamos se adiantaria anunciá-los. Mas sabíamos também que, se fossem retirados de lá, talvez tivessem uma chance.
Algúem especial se sensibilizou. Sumaj é uma protetora muito atuante na cidade de Matozinhos, próxima a Belo Horizonte. Ela é uma das fundadoras da AMAA, a Associação Matozinhense de Amparo a Animais, uma das primeiras ONGs a aderir à nossa campanha. Mesmo distante e já tendo vidas a salvar em sua cidade, esteve na SMPA e retirou de lá 10 filhotes, de 13 que ainda estavam vivos. Os três que ficaram já estavam se despedindo da vida. Não adiantaria levá-los, pois poderiam ainda contaminar os outros 10.
Dentre aqueles que foram salvos, um deles, hoje chamado de Pierre, já estava frio, em hipotermia. Não viveria nem mais um dia.
Cinco dias após o resgate, eles ainda estão lutando pela vida, mas já recebemos as primeiras fotos. O Pierre é o filhote branquinho. Ele parece chorar, mas o que se vê nesses olhinhos miúdos, é vontade de viver. Ainda é cedo pra comemorarmos. Não sabemos se eles vão vingar.
Abaixo, segue o link do anúncio de adoção dos pequenos, com fotos de cada um. Eles já têm nomes. É certo que o Pierre terá fila de pretendentes, mas esperamos que cada um desses neguinhos tenha também a mesma sorte.
Nada é mais inútil pra uma mãe que amamentar seus filhos, pelo menos neste caso. Esta foi uma das fêmeas com filhotes recém nascidos que foi deixada na porta. Lembrei-me da Perry, do campo de concentração. Os olhos são idênticos. Ela sabe que os pequenos não vão crescer.
E ela parecia saber. De fato, uma semana após soltarmos a matéria, esta princesa de olhos amarelos já estava sozinha, esperando, sem remédios, que seu leite secasse. Nenhum dos filhotes sobreviveu.
A sequência abaixo reflete um pouco do que sentimos. Este é um de três irmãos, que ainda estavam na maternidade, com a mãe. Não sabemos se algum deles estava entre os dez que foram salvos pela Sumaj.
Esta cadelinha também estava na maternidade, sem os filhos. As tetas ainda flácidas indicavam que ela amamentou havia pouco tempo. Seus filhos não vingaram.
As fotos foram tiradas aleatoriamente, focando os animais mais quietos, em melhores ângulos. Estas não fazem jus. Ao contrário do que aparenta, esta moça é agitada e brincalhona. Tem os olhos opacos, infeccionados. O pelo não estava em condições para que ela pudesse ser a garota propaganda de Shanpoo Pet. Mas com um bom trato e uma boa faxina, ficaria perfeita.
Ela não era a única mãe sem filhotes na maternidade. Haviam várias. Não sabemos se todas perderam os filhotes, ou se estavam ali apenas por necessidade de remanejamento.
Encontramos lobos altivos, orgulhosos de sua linhagem.
Alguns diferentes, únicos, inconfundíveis…
Outros que se levantavam e se apresentavam, mesmo não sabendo em que direção olhar.
Alguns apenas levantavam a cabeça curiosos, voltando a deitar em seguida, como se entendessem que “não era nada importante”.
Outros nos fitavam por mais tempo. Não que estranhassem as visitas, que são rotineiras. Muita gente vai até lá para adotar, mas diante de 250 animais, não encontra nenhum “do seu agrado”. Eles levantam a cabeça, curiosos, mas sem muitas pretensões.
Outros nos olham movendo apenas os olhos, como esta mesticinha de Pinscher abaixo. Ela parecia não querer se arriscar entre os grandalhões. Do outro lado do canil, um urso das neves também movia apenas os olhos. Talvez seja só preguiça, e será muito bom se for mesmo só preguiça.
Mas os piores são aqueles que não movem nem mesmo os olhos, como este Poodle abaixo. Não sabemos se está doente, se está morrendo, ou se apenas perdeu as esperanças. Além dele, outros, visivelmente debilitados.
Se estas fotos tivessem sido tiradas em algumas esquinas da cidade e divulgadas na internet, eles seriam resgatados.
Mas como estão dentro de uma ONG, nada precisa ser feito. Seus destinos estão selados e está tudo certo. Afinal, não dá pra salvar todos. Estas fotos talvez tenham sido mesmo inúteis. O mais provável é que não estejam mais lá. Com tantas mortes, eles deveriam ser os próximos a partir.
Ninguém sabe se estão doentes, ou mesmo se estão se alimentando. Afinal, com 20 a 30 animais em cada canil e uma ou duas vasilhas de ração, não há gente suficiente pra vigiar se todos comem. Estes dois últimos aparentam estar há 15 dias sem comer, a despeito de terem vasilhas abastecidas todos os dias.
Não seria possível fotografar todos os animais. Por isso, as fotos são apenas amostras. Ao entrar em um canil, a câmera era direcionada para os animais que estivessem mais calmos, mais tranquilos, até mesmo pensando na qualidade das imagens. Mas esta Pretinha abaixo, ainda jovem, veio a mim e bateu a patinha em meu braço, esboçando uma brincadeira ainda tímida, como se me pedisse pra fotografá-la.
Não sei seu nome (na verdade ela não tem) e nem se ela poderá ser reconhecida lá dentro, por alguém que se sensibilize com a foto e decida adotá-la. Mas se não for pra ela, que seja por qualquer um. Lá eles não têm nomes, não têm identidade. Não são indivíduos, mas apenas números.
Esta arrepiada abaixo está na SMPA há 6 anos, segundo informações dos voluntários. A grandona peluda é “doadora de sangue”. Não sabemos se está para adoção ou se é mantida lá apenas pra este fim. A terceira é apenas uma das mutiladas do abrigo. Ela não tem uma das patas traseiras. Não é a única. Como qualquer abrigo, a SMPA também tem animais cegos, velhos e mutilados.
Não é sem motivos que os muros são altos. A sociedade humans não gosta de ver essas coisas. Melhor deixá-los lá.
Em um dos canis, lá nos fundos, deitado dentro de uma caixa plástica, havia um lobinho de pelo duro, meio parentado com Basset. Uma voluntária que nos acompanhava pediu: __Tira uma foto dele?
Estava claro que havia ali algum grau de preferência e empatia. Ela queria dar àquele lobinho uma chance. Quando perguntei se ele tinha um nome, a resposta foi negativa. Escolheu pra ele, ali mesmo, na hora das fotos, um nome que não me lembro mais, algo parecido com Bartolomeu ou coisa assim.
Ela o pegou no colo pra que pudéssemos focar melhor os olhos, como se soubesse que, assim, ele teria mais chances de ser escolhido.
A verdade, é que não dava pra eleger apenas alguns. Precisávamos soltar uma matéria com força pra sensibilizar e salvar o máximo possível de vidas. Não tínhamos a ilusão de salvar a todos, mas agora, já nos damos o direito de sonhar. Acreditávamos que, entre a data das fotos (05/01/2013) e a data da divulgação desta matéria, algum destes “escolhidos” talvez não estivessem mais lá.
As mortes eram esperadas e é certo que ocorreram. Mas sabemos também que alguns desses cãezinhos já deixaram o abrigo, nos braços de protetores que se dispuseram, anonimamente, a fazer o pouco que podiam.
Mais adiante, outro Poodle encolhido em um canto. Ele parecia não saber que é especial, que nasceu pra viver no colo. Com ele, outro peludinho e, na carona, um negão que me lembrou muito um certo Edu, que cruzou o meu caminho em uma manhã de domingo, depois de um grave atropelamento. Este Edu da SMPA não teve a mesma sorte.
Queria poder escrever algo especial pra cada um deles, mas falta vocabulário pra tanto cachorro. Este de fuço preto eu não sei se é macho ou fêmea. Na verdade, não tenho muita certeza de nenhum deles. O segundo abaixo ganhou o apelido de cabeludo ou cabeluda, por razões óbvias.
As idéias já não chegam mais com tanta facilidade e ainda tem uma penca pra mostrar.
Como em todos os abrigos, em todos os canis têm aqueles que gostam de fazer festa, que pulam em um estranho como se dissessem: ___Eu, eu, eu, escolhe eu…
Como dizer a eles que ninguém os quer e que não serão escolhidos? Como explicar que eles são o “lixo” que a sociedade humana jogou fora? Nem eles e nem o Criador deles entenderia isso.
Este abaixo é um dos que faz festa. É chamado por lá de Raposinha, mas também não sei se o apelido seria precedido do artigo masculino ou feminino.
Eles disputam a atenção num “empurra-empurra” que muito se parece com torcida de time de futebol pulando na frente das câmeras pra aparecer na televisão. Eles não sabem o que é uma câmera, mas é possível que estejam sendo estimulados por protetores invisíveis. Esses protetores estão sempre por perto, onde animais estão prestes a desencarnar. Afinal, são eles que os recebem.
Seja como for, o sorriso largo, mesmo com uma pequena infecção em um dos olhos, coisa muito comum por ali, pode mudar sua história. Ele está no abrigo há 3 anos, segundo informações dos voluntários. Algo de especial em seus olhos nos fez escolhê-lo para o banner de nossa matéria.
Na enfermaria e no canil dos idosos, encontramos os especiais. O recinto desses fica em um segundo andar, acima da enfermaria, onde certamente os visitantes nem chegam.
Afinal, ou são animais em tratamento, ou são aqueles que nem vale a pena mostrar. Ninguém vai querer mesmo. Talvez, para a sorte deles, nós não acreditamos nisso e quisemos conhecê-los.
Pra nossa surpresa, o Pingo nos pareceu muito bem. Ele é um dos poucos que tem nome. Chegou na SMPA com uma grave queimadura nas patas traseiras.
Já está quase recuperado e pronto para adoção.
Também na enfermaria, outras meninas. A Marronzinha foi encontrada atropelada, no Anel Rodoviário. A branquinha de cabeça preta também. Ambas ainda estão muito assustadas e se encolhem no canto do canil.
Mas isto é normal em animais internados. Afinal, só são manuseados para procedimentos médicos. Não dá pra gostar mesmo.
Ao contrário das duas medrosinhas acima, esta lobinha abaixo é uma das coisas mais regateiras que já conhecemos. Neste caso, as fotos retratam bem a realidade. O nome dela até poderia ser Carência, mas, como a maioria, ela também não tem nome.
O Bob é um Poodle que foi abandonado por um dono que não quis gastar dinheiro com veterinário. É que, por falta de banhos e limpeza dos ouvidos, ele estava com uma severa otite.
Ainda está em tratamento, mas bem melhor e já aceita afagos ao “pé da orelha”, o que indicava que ele não sentia mais dores.
Na mesma enfermaria, dois filhotes. Uma filhotinha, aparentando algum parentesco com Pinscher, com uma enorme barriga, e outro, que nos olhava desconfiado, como se esperasse sei lá o quê. Os dois teriam melhores chances se estivessem em um ambiente menos contaminado.
Entre os idosos, cegos e mutilados, uma Cocker que vimos ser chamada de Coca. Ela já é velhinha e está cega. É o tipo de cão que já deve ter tido uma vida de princesa, ou não teria vivido tanto.
Ou foi abandonada ou se perdeu e os donos não procuraram por ela, acreditando que: “Alguém achou e ficou com ela”. Talvez alguém tenha achado e entregado no abrigo, acreditando estar fazendo o bem. As pessoas precisam entender que entregar um animal em um abrigo não é “fazer o bem”. Eles merecem um pouco mais.
Outros velhinhos e mutilados dividiam com ela o espaço. Aquele canil parecia mesmo ser o fundo do poço. Dali, nenhum sairá com vida e este destino parece ser aceito. Fazer o que?
Os pretendente à adoção não chegam ali. Ninguém acredita que eles têm chances.
Outra velhinha e cega é a Lua, uma Boxer branca. Deve ter sido linda quando jovem. Ela é grande, gorda e levemente estabanada. Pulou em mim pedindo atenção e carinho e quase me derrubou.
Estava claro que ela estava gostando do meu cheiro, embora àquela altura, eu tivesse todos os cheiros, menos o meu.
Ela é esperta e recebe patê na boca, de pé na grade. Temos muitos exemplos de cães cegos que foram adotados e levam vida normal. Ao contrário do que as circunstâncias indicam, ela tem chance.
Outro cãozinho esquecido é este macho de porte médio a grande, que está aprendendo a andar sobre duas pernas, se equilibrando apenas sobre as patas traseiras.
É que ele teve uma perna amputada e a outra não tem qualquer mobilidade. Ele fica se levantando e deitando, sem parar. Uma das cenas mais angustiantes que já presenciamos.
Pra que perder tempo anunciando um cão assim? A resposta é simples. Não tenho bola de cristal e não sei se a vida reserva alguma surpresa pra ele.
O Labrador preto que aparece atrás dele, um belo exemplar da raça, robusto, forte e aparentemente cheiro de vida, é também cego.
Este outro cãozinho preto e branco também parece idoso. Ele tem uma ferida “seca” na perna dianteira. Segundo a veterinária, causada por aplicação errada de medicamento por via venosa.
A ferida não doi, é seca, mas não fecha. Segundo ela, somente uma cirurgia plástica poderia resolver, mas, nas palavras dela, “cirurgia plástica para cães da SMPA é impensável”.
São no total 260 cães. Muitos não chegaram a ser fotografados, mas se esta matéria tiver um grande alcance, as adoções e salvamentos podem atingir também aqueles que não passaram na frente da lente.
Mudando de latido pra miado, tigres também têm vez em território de lobos. Assim, não poderíamos deixar de passar pelo gatil e fazer algumas fotos.
Lá também tem gatos mutilados e cegos de um olho. Existe uma doença específica de gatos, que dá nos olhos. Não sei o que é, mas é comum por lá.
Se alguns não têm todos os olhos, outros parecem ter mais que dois.
Apesar disso, muitos estão aparentemente saudáveis e esperam por adoção.
Este não é um anúncio de adoção qualquer. Não podemos convocar adotantes comuns para todos os animais. Nem todos estão saudáveis, vacinados, vermifugados e castrados.
O momento é delicado e exige união. Exige compromisso e desprendimento de quem ama animais. Precisamos engolir a raiva, a revolta e nos permitir uma trégua, para salvar vidas. Os animais não podem esperar pelas deciões judiciais. Se houverem culpados, eles serão punidos, senão pela justiça dos homens, pela lei do retorno.
Adotantes especiais são muito bem vindos. Para esclarecer, adotantes especiais são pessoas dispostas a receber um animal que ainda não está pronto, que precisará passar por uma faxina médica, com exames, vacinas e, eventualmente, tratamentos. Procuramos mais alguns “filhos dos novos tempos”.
Os protetores precisam agir, seja em grupo eu separadamente. Se cada protetor pegar um animal, conseguiremos minimizar o sofrimento e salvar algumas vidas. Mas que fique claro que nosso objetivo aqui é salvar vidas. Não queremos protetores inflamados e dispostos ao litígio. Deixemos as questões controversas para as autoridades.
Convocamos também “Veterinários do Bem”. São muitas as clínicas veterinárias comandadas por profissionais iluminados, que sempre disponibilizam vagas para animais abandonados. Se cada uma dessas clínicas assumisse um animal, tratando-o e disponibilizxando-o para adoção, seria uma grande ajuda. Nós nos comprometemos com a elaboração da matéria e divulgação no site da clínica responsável pelo salvamento.
No link abaixo, registraremos todos os casos assumidos por essas clínicas. O objetivo é dar o exemplo e incentivar outros profissionais a se unirem a essa grande corrente. Mas também queremos prestigiar esses profissionais, que merecem um lugar de destaque. São médicos que honram o conhecimento que adquiriram, que cumprem o juramento que fizeram, mas que, antes de tudo isso, seguem preceitos cristãos.
Precisamos deixar claro que médicos veterinários são profissionais e tiram da profissão, o sustento de suas famílias. Merecem ser bem remunerados, merecem prosperidade, conforto e tudo o que o dinheiro puder comprar. Mas possuem também um compromisso social. Não é nossa intenção onerá-los e muito menos transferir a esses profissionais os encargos da ignorância humana. Mas acreditamos que um ou dois animais não onerarão nenhuma clínica.
Se acreditamos que virá o dia em que todos os humanos serão protetores de animais, é certo que quando esse dia chegar, somente os veterinários que atendem protetores terão lugar ao sol. Que fique claro aqui que os “Veterinários do Bem” não são apenas estes citados aqui. Muitos outros, que já atuam como protetores há anos, não puderam receber nenhum animal da SMPA, porque já estavam com seus espaços cheios de outros animais abandonados.
Grupos experientes na organização de feitas de adoção poderiam ajudar, mobilizando pessoas e recursos, vacinando e preparando alguns animais, ainda que continuassem nos canis da SMPA, para serem levados às feiras de adoções quando estiverem prontos. Assim, afastar-se-iam os custos com hospedagem e ração, tornando menos onerosos os trabalhos.
E, se estamos a sugerir mobilização e ação de todos, temos que dar o exemplo, puxando a fila. Durante nossa visita, chegou por lá este cãozinho, neste estado. Um dos olhos completamente fechado, tomado por bichos e já cicatrizado em alguns pontos. Tudo indicava que ele estava há semanas sofrendo. O buraco era enorme, de onde vazava sangue e pus. Metade de seu rosto estava vermelho de sangue, e não parecia ser sangue velho.
Ele tinha acabado de chegar à SMPA, pelas mãos de alguém que disse tê-lo encontrado havia dois dias. A verdade não saberemos, nem nos interessaria saber.
Interceptamos aquela entrega, ainda na sala de espera. Ele agora está sob a nossa responsabilidade. Recebeu um comprimido de Capstar ali mesmo, dado por uma voluntária da SMPA, que também lhe ofereceu comida e água. Ele também tinha fome.
Não sabemos se ele será salvo, se vai sobreviver, se há algum outro problema mais grave, mas é certo que terá o melhor tratamento. As fotos não são bonitas, mas mostram a triste realidade da negligência, muitas vezes, pior que o próprio abandono.
Este cãozinho não chegou nesse estado vivendo nas ruas. Ele chorava de dor, mas chorava baixinho, como se não adiantasse mais gritar. Por muito tempo ninguém o ouviu. Apesar disso, é muito dócil, aceita com gosto os afagos e se acomodou no banco do carro com desenvoltura.
Quando parei na porta da Clínica e o chamei, ele veio ao meu colo, demonstrando ainda confiar nas pessoas, mesmo em um estranho.
Recebeu o nome de Bentinho. Está internado, em tratamento. As notícias e as fotos com a evolução do menino serão postadas no site. Terá um tratamento cinco estrelas, com todas as vacinas, castração e o que mais ele precisar. Assim que estiver recuperado, será disponibilizado para adoção.
Assim que estiverem prontos os anúncios de adoção dos animais citados, incluiremos aqui mesmo os links para melhor localização.
Manteremos outro link, pra divulgarmos os finais felizes. Afinal, se é pelo exemplo que conseguiremos transformar o mundo, precisamos mostrar o que as boas ações são capazes. Por isso, àqueles que atenderam nosso apelo e lá estiveram para salvar uma vida, que nos enviem fotos e relatos, para que possamos deixar aqui registrado, como exemplos a serem seguidos.
Os contatos na Sociedade Mineira Protetora dos Animais, para agendamento das visitas ou adoções, será pelos telefones dos voluntários, conforme abaixo informados.
A ONG está sempre aberta, de segunda a sábado, estando pronta para receber adotantes ou protetores que se disponham a ajudar de alguma forma.
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Comentários / Mais informações sobre o anúncio devem ser obtidas com os anunciantes, no telefone ou e-mail indicados acima.