O Ouriço-cacheiro é um roedor inofensivo, que possui espinhos nas partes superiores do corpo, como meio de defesa. Quando atacado, mantém o corpo encolhido e eriça os espinhos, mas não pode lançá-los no inimigo.

A cauda é nua na porção terminal, e prêensil. O ouriço é arborícola, costuma ser mais ativo nas horas crepusculares ou à noite. Alimenta-se de folhas e frutos que busca nas árvores.

A espécie ocorre frenquentemente em pequenas áreas de mata, o que os coloca facilmente em praças, jardins, parques e, em alguns casos, até mesmo nos terreiros das casas.

Essa proximidade é um perigo, pois os encontros com cães são desastrosos, para os dois lados.

Como ele não é predador e sua defesa está em seus espinhos, não precisa usar as pernas pra correr. É um bichinho lento e bem fácil de ser capturado.

O Palito chegou ao CETAS depois de ter sido capturado em área urbana. Para sua sorte, quem o encontrou estava atento à necessidade de proteger. Não raras vezes, são mortos, por absolutamente nada, já que são inofensivos, desde que não sejam atacados.

Ele é um bichinho muito frágil. Pesa entre 700 gramas e 1 quilo, o que faz dele um cisquinho capaz de despertar sentimentos bem amistosos. Os olhos pequenos e expressivos despertam compaixão e simpatia.

Mas nem isso o livra das atrocidades humanas. Muitos deles, quando encontrados nos quintais, são mortos a pauladas, sem que representasse qualquer risco às pessoas.

O Palito é um carinho do bem, muito esperto e com todas as habilidades necessárias à vida livre. Na verdade, ele sempre teve vida livre e sua captura foi apenas um pequeno acidente de percurso. Nada que não pudesse ser corrigido.

E a correção veio pelas mãos dos veterinários do Cetas. O Palito estava entre os mais de 100 animais que ganharam uma segunda chance na primeira semana de Outubro.

Vê-lo escalando uma grande ingazeira, com a mesma destreza com que outros são vistos na região era mais que alegria, mas a certeza de que ele já estava em casa.

No entorno, havia ameixeiras e amoreiras em franca produção. Não faltará comida e, na área de reintrodução onde ele foi solto, não costuma ter cães. O local é protegido por telas, exatamente para evitar a presença de predadores introduzidos e perigosos à frágil vida silvestre.

O Palito olhava seus “amigos” humanos, como se lhes dissesse: _Podem ir. Já estou em casa.

E seja feita a sua vontade, amiguinho. Que você encontre outros de sua espécie.

Não o veremos em bandos, já que os Ouriços têm vida solitária, mas, mesmo assim, ficaremos na torcida para que você encontre uma moça bem espinhenta, mesmo que seja apenas na temporada de acasalamento.

Estamos no início da primavera, temporada de acasalamento para a maioria dos animais silvestres.

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